A Luta Pela Vida

3°- Calculista

   ~ MIAMI, Flórida 02/01/2019
  Angelina Jackson Wollytharies
  5:45 a.m

  - Eu não vou assinar nada! Essa garota só me dá trabalho, já passou da hora de morrer pra deixar de dar custo! – A mulher esbravejava dentro do meu consultório.

Quero minha cama!

  Eu estava sentada em minha cadeira com os cotovelo na mesa e com os dedos fazia massagem em minjas têmporas.  Essa mulher estava me estressando. Como pode uma mãe desejar a morte da própria filha?

  - Senhora, não se exalte. – falei calma. – Há crianças dormindo por aqui. Então espero que colabore.

  - Você quer me fazer assinar um documento para uma cirurgia inútil! Aquela garota não tem chances de sobreviver!

  _Calma Angel. Não avance no pescoço dela. Ela é louca e não sabe o que fala!

  - Minha senhora. – perdi a pouca paciência que me restava, meu tom de voz agora era ameaçador o que fez a mulher abaixar a guarda. – A médica aqui sou eu, quem estudou para salvar vidas foi eu. Então não me venha falar o que é que vai acontecer com a garota.

  - A mãe dela sou eu... – Antes dela continuar eu esbravejei.

  - Que eu saiba a guarda dela não está em suas mãos! Eu sei muito bem os motivos, quer que eu cite todos eles? – a mulher arregalou os olhos assustada. – A única coisa que estou lhe pedindo é para assinar a porr... – respirei antes de falar um palavrão. – assinar esse papel. As despesas não estão sendo cobradas do seu bolso mesmo, então me faça o favor de assinar este papel, como mãe. A responsável presente na cidade neste momento. Faça esse favor à sua filha e à mim.

  Com ódio nos olhos a mulher pegou a caneta e assinou os papéis autorizando a cirurgia da garota.

  - Não foi difícil. Que maravilha. – um falso sorriso se formou em meus lábios.
  - Sua ... vaga- eu a interrompi.

  - Não ouse terminar essa palavra. Estamos em um consultório médico. E cá entre nós... – saí da minha cadeira e me aproximei da mulher. – Sabemos que não é eu que sou a vagabunda aqui. – sussurrei.

  A mulher saiu do consultório bufando de raiva e batendo a porta.

   Sou obrigada a isso mesmo produção?!

  Meu plantão está quase terminando. Preciso deixar esses documentos com a direção do Hospital e as copias na recepção da Ala, a parte mais difícil de conseguir eu obtive então agora o resto é só progamar para essa semana o mais urgente possível.

   Passei a noite péssima, mas nada saiu do normal por aqui. Desde às quatro da manha estou com a Senhora Jason discutindo sobre essa assinatura, cujo é para autorização de um transplante para a filha dela. Transplante este que consegui por não dormir durante horas, tirando meu descanso e várias outras coisas, para poder estudar os riscos desse tranplante, planejar cada minuto da cirurgia e procurar o doador compatível à ela mais próximo. Um trabalho árduo para encontrar um doador.

   Após separar os documentos originais das cópias fui entrega-los em seus respectivos lugares. Nesse horário Donny não se encontra no hospital, já que seu turno acabou, mas eu tenho autorização de entrar na sala dele para deixar esses papeis sobre a mesa dele.
  Dentro do elevador olho meu reflexo no espelho e vejo umas olheiras que a maquiagem já gasta não conseguia esconder.

   Precisando urgentemente de um spa e tratamento para essa pele. Jesus que horror!

  Quando saio do elevador um arrepio percorre meu corpo por ver aquele andar totalmente vazio, parecendo até cena de filme de suspense ou terror.