Capítulo 1

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16 de outubro de 2008

— Eu meio que não quero me levantar. — Harry resmungou meio sonolento enquanto mantinha um aperto firme envolta da cintura de Olympia.

O tempo estava frio lá fora. O céu estava completamente encoberto por nuvens e uma chuvinha fraca batia contra a vidraça da janela, aumentando o desejo de ficar na cama por mais algumas horas.

O pequeno apartamento na Brendon Street parecia ficar ainda mais confortável àquela hora da manhã, e o casal não se arrependia nem por um segundo por terem abandonado a comodidade da casa dos pais para viverem juntos.

— Você meio que precisa se levantar. — Ela respondeu sorrindo enquanto tentava inutilmente se livrar dos braços fortes que a rodeavam. — Harry, nós vamos nos atrasar.

Não que ela se importasse.

As cobertas estavam quentinhas, e a sensação dos lábios macios de Harry - que agora distribuía pequenos beijos entorno de seu pescoço - era boa demais para que ela desejasse estar em outro lugar senão ali, nos braços dele.

— Eu tenho certeza de que a Sra. Carrington não irá se importar se nos atrasarmos só um pouquinho.

A risada de Olympia ficou presa na garganta e ela precisou morder os lábios fortemente para abafar um gemido ao sentir uma das mãos de Harry correrem por entre suas pernas.

— Nós sabemos bem que a sua definição de "pouquinho" é totalmente equivocada, Styles.

— E isso é um problema para você? — Indagou em um tom de murmúrio e, sem esperar por resposta, arrancou a única peça de roupa que o impedia de ter acesso completo ao corpo da garota.

Olympia não respondeu - e nem precisava. Seu corpo já estava completamente entregue e sua mente nublada, desprendida de qualquer pensamento que não fosse o corpo suado de Harry sobre o seu.

O "pouquinho" havia se tornado horas, e o almoço na casa da familía Carrington precisou ser remarcado.

Não que eles se importassem.

[...]

A música alta do despertador fez com que Olympia acordasse num sobressalto, assustada com o barulho repentino. Os poucos raios de sol apareciam ainda tímidos pelas frestas das cortinas, e o ar-condicionado em uma temperatura quase mínima deixava o ambiente ainda mais "dormível".

Se levantar parecia uma tortura.

A mulher bufou ao encarar o visor do celular, pensando em como o horário das sete nunca pareceu tão indesejado.

Acordar cedo em uma manhã de sábado nunca foi o programa preferido de Olympia, mas assim que se virou e encontrou Summer deitada ao lado, a carranca em seu rosto foi rapidamente substituída por um sorriso.

Os cabelos loiros e ondulados estavam espalhados pelo travesseiro branco e as bochechas levemente coradas devido à baixa temperatura. Ela parecia estar em um sono profundo, mas um rápido tremor em suas pálpebras entregou que o único objetivo da pequena era passar mais algum tempo debaixo das cobertas.

— Eu acho que já está na hora da senhorita acordar. — Sussurrou no ouvido da mais nova, rindo fraco ao ver um pequeno biquinho se formando nos lábios finos.

— Podemos dormir só mais um pouquinho? — Summer perguntou também sussurradamente, ainda mantendo os olhos fechados.

Olympia sorriu ao ouvir a frase familiar, já acostumada com o fato de que às vezes a filha parecia ser a cópia perfeita de Harry, sem tirar nem pôr.

— Tudo bem. — Respondeu em falsa desdém. — Acho que seu pai não ficará tão triste assim por você não querer vê-lo nesse final de semana.

Aquilo foi o suficiente para fazer a menina despertar. Summer deu um beijo rápido e melado na bochecha da mãe antes de praticamente pular da cama e correr até o próprio quarto, dando a Olympia a oportunidade de gritar apenas um rápido "bom dia para você também", que foi respondido com um "bom dia, mamãe" ainda mais apressado.

Carrington não se preocupou em trocar de roupa; ela pretendia voltar para a cama o mais rápido possível e os pijamas Olivia Von Halle não pareciam tão constrangedores de qualquer maneira.

O barulho da campainha soou pelo apartamento assim que Oly chegou ao primeiro andar, e a mulher já se preparava para se repreender mentalmente pela reação malquista de seu coração batendo em um ritmo mais rápido do que deveria, mas aquilo - surpreendentemente - não ocorreu.

Ela se dirigiu até a porta de uma maneira quase inconsciente, e o fato de suas pernas não terem falhado em momento algum fez com que um sentimento de completa vitória e plenitude se espalhasse pelo seu corpo.

O sorriso que enfeitou seus lábios ao ver o moreno foi talvez o mais sincero dos últimos dois anos, e ela se orgulhava muito disso.

— Bom dia, Harry.

Finalmente estava conseguindo superá-lo.

Honeymoon Avenue 》 H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora