Eu não vou nem tentar me desculpar pela demora de mais de três anos. Eu sou um desastre e me perdoem. Espero que gostem desse capítulo e que ele compense pela demora. Eu comecei essa história na época de Guerra Civil, já passamos por Guerra Infinita e agora também por Ultimato. Eu simplesmente não sei como me sentir sobre o que fizeram com a Nat e com o Steve. Destruíram o desenvolvimento de personagem do meu Cap e ainda fizeram minha Nat se... AAAAAAH! Eu só sei chorar. Mas ok, vamos lá. Continuo na linha do tempo de Guerra Civil, mas como já sabemos o que acontece com nossos lindos, vou tentar levar até lá e mudar o Canon do meu jeito. Enjoy! :3
Steve carregava a esposa entre os becos do Brooklyn enquanto tinha Lily pendurada ao seu pescoço. Ele precisava contatar alguém, quem quer que fosse, não se importaria nem um pouco de ir atrás de Tony apenas pela atenção médica que ele sabia que Natasha receberia. Mas não podia.
Ele se ajoelhou atrás de uma caçamba de lixo e deixou Lily sentada em seu colo, a menina resmungava e tentava alcançar o rosto da mãe, que estava desacordada e apoiada contra o lado esquerdo do tronco de Steve.
"Hey, princesinha", Steve falou contra os poucos fios de cabelo no topo da cabeça da menina. "Você pode ajudar o papai e ficar quietinha um minutinho?", ele passou a palma da mão no rosto dela e, ao remover, notou a mancha de sangue que ele deixara ali.
Ele mal conseguia conter as lágrimas, e Lily pareceu compreender que a situação não era nada boa, ela se encostou no tronco dele e parou de resmungar.
Steve pressionou a ferida de Natasha e torceu para que ela não acordasse por causa da dor. Toda vez que ele pressionava a ferida no abdomen dela, a mulher se mexia de alguma forma.
O desespero já havia tomado conta dele e a única coisa que ele podia fazer, que estava ao alcance dele, era usar aquele maldito telefone flip.
Ele mexeu nos bolsos, temendo ter esquecido o aparelho no pequeno apartamento, mas finalmente o encontrando no bolso esquerdo da calça. Com os dedos trêmulos e sujos de sangue, o soldado digitou o número e levou o aparelho até o ouvido, segurando-o entre o rosto e o ombro enquanto confortava a filha e conferia o pulso da esposa.
Steve ouviu o bip do celular cinco vezes até cair. Ele xingou baixinho e tentou de novo. Maldito seja Tony Stark, ele pensou.Na terceira vez, o celular tocou duas vezes e foi atendido.
"Tony?", a voz do soldado era fraca, porém impaciente. "Eu preciso de ajuda", ele murmurou, vendo as pálpebras da esposa tremerem.
"Capitão, seja o que for, eu nã-", Tony começou, mas logo foi interrompido.
"É a Nat, Tony. Ela levou um tiro e eu preciso de ajuda.", Steve murmurou urgentemente, apertando Lily contra seu tronco.
A linha ficou silenciosa e a cada segundo que passava, Steve sentia o suor acumular mais em sua testa.
"Eu consegui sua localização, Capicolé. Não se mexa, eu chego em menos de cinco minutos.", o telefone ficou mudo e Steve suspirou.
Ele pôs o aparelho de volta ao bolso e tornou a pressionar a ferida no abdomen da mulher, murmurando palavras de conforto, que ele não sabia se eram para Lily, para Natasha ou para si mesmo.
Eles só precisavam aguentar mais dois minutos.
***
"Vocês são loucos por acharem que o governo não encontraria vocês. Loucos com todas as letras maiúsculas e em negrito.", Tony virou para Steve assim que os médicos levaram Natasha para a ala médica da torre. Ele estendeu a mão com um pequeno envelope plástico transparente.
O soldado viu o brilho dourado da aliança da esposa dentro do pacote e o pegou imediatamente, equilibrando Lily no quadril esquerdo.
"Espero que essa pequenina não herde essa teimosia de vocês dois", Tony acariciou o rosto da menina e fez uma careta para ela, conseguindo arrancar dela uma gargalhada alta e gostosa.
Steve sorriu para a menina e beijou o topo da cabeça dela, os poucos fios de cabelo loiros avermelhados provando de quem ela era filha. Assim como a teimosia que ela já herdara.
"Mama", a menina resmungou poucos segundos depois e, ao perceber que não receberia o que queria, começou a gritar ao mesmo tempo que lágrimas encharcavam seu rostinho.
"Lily...", Steve sentou em uma cadeira e tentou acalmar a filha, mas nada parecia dar certo. Ele olhou para os dois lados, notando que Tony parecia tão perdido quanto ele, quando seus olhos sobrecaíram sobre um relógio na parede da entrada da ala médica. "Ela precisa comer"
"Friday, avise a alguém que eu quero um Fórmula para bebês de...", ele olhou para Lily e sorriu. "Para bebês entre seis meses e um ano. Peça para que tragam aqui na ala médica o mais rápido possível.", Tony cruzou os braços e sorriu novamente.
"Você e a Aranha não perderam tempo. A Nat estava grávida durante toda aquela confusão na Alemanha e mesmo assim vocês ficaram em lados oposto. Sinceramente, eu não sei como.", Tony se abaixou na frente dos dois na tentativa de distrair a menina que ainda chorava.
"Nós não ficamos em lados opostos, apenas não concordamos com os mesmos métodos de contenção"
"Mesma coisa!", Tony balançou a mão em um gesto para dispensar o argumento do amigo. "Lily, um dia eu te contarei todas as histórias sujas e loucas que seus pais já passaram, inclusive as que eles fugiram do grupo para fazer s-"
"La la la la la la", Steve cantarolou mais alto que a voz do engenheiro e deu um olhar que dizia para Tony fugir para as montanhas.
Tony sorriu e sentou-se ao lado do loiro, dando um tapa em suas costas e se enclinando um pouco para frente na tentativa de chamar a atenção da menininha.
"Sabe, Cap, eu senti falta dessas conversas", Tony deu a mão para Lily e ela agarrou a ponta do dedo indicador do engenheiro. Doi segundos depois, Tony abriu a mão e uma pequena aranha de metal - provavelmente mais uma das invenções dele - saiu de dentro da manga de sua camisa branca.
Lily bateu começou a rir alto quando a pequena máquina subiu em seu braço gordinho.
"Aproveita enquanto pode, filhote de aranha, isso daí é para um traje da sua mãe", Tony deixou um beijo na mão da menina e deixou ela se distrair com a máquina.
"Esses últimos meses foram complicados", Steve falou baixinho, tirando a aranha do rosto de Lily e colocando no pé da menina. "E tenho certeza que sem sua ajuda hoje, Nat não teria chance alguma de sobreviver"
Tony balançou e abaixou a cabeça.
"Temos muito o que conversar, meu amigo. Mas acho que está na hora dessa pequenina comer", ele apontou para um funcionário no final do corredor carregando um pacote térmico, provavelmente contendo a mistura da fórmula já pronta.
Steve suspirou e pegou uma das mamadeiras que o funcionário ofereceu ao se aproximar e se recostou na cadeira. Lily fechou os olhos e se encostou no peitoral do pai.
O Capitão pedia, a quem quer que estivesse no comando das forças do universo, que sua esposa sobrevivesse.
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Red Roses
Fanfiction"As pétalas daquelas rosas despedaçadas confundiam-se com o sangue que manchava o piso branco de porcelana. Como o melhor encontro de sua vida tornara-se aquilo?"