Prólogo

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               Enquanto ele solta as palavras mais vis que já ouvi em minha vida, oferecendo-me um comportamento libertino e fazendo-me sentir safada e cafajeste, algo da qual eu nunca experimentei, vai descendo meu vestido até então, embolado na cintura, retirando-o pelos meus pés com minha própria ajuda. Sinto-me como pólvora. Eu queria mesmo era estar nua, escancarada para ele, oferecendo-me de braços e pernas abertas, arreganhadas... Mas, Otavio tinha lá seu jeito de fazer amor. E era devagar. Por partes. E por partes, ele foi se erguendo, beijando desde meu tornozelo, minhas coxas, minha bunda, cintura, escapula e finalmente, meu pescoço, mordiscando de leve, ignorando minha boca próxima a dele, ansiosa por seu beijo.

             — Pode. — ofego meu anseio meu desejo. — Eu quero...

             — Eu sabia que minha putinha não iria me desapontar — suas palavras soam estridentes, fugaz e quando me dou conta ele pressiona uma mão contra minha cabeça, puxando meus cabelos em sua direção e eu devo abrir a boca, para finalmente, receber seu beijo molhado, profundo e extremamente erótico. Sua língua é tão ansiosa quanto a minha, rendida e viva, ao mesmo. Eu gemo no beijo, gemo quando ele me solta e quando me arrasta para o lado, chamando minha atenção para a mesa. — Vem cá. Posso te oferecer mais, Lilian. Quer?

                    Há um instante de confusão que me toma, me embaça a vista, forçando-me piscar algumas vezes, enquanto ele ajeita os objetos um ao lado do outro.

                  — Veja, — ele continua, mas agora seu tom é mordaz — posso te proporcionar tanto prazer e luxuria que nossos encontros serão inesquecíveis. O que acha?

                  — O-oque é isso? — gaguejo arfante, quando queria soar firme, capaz. Meus olhos seguem visualizando cada item que ele colocara ali, os objetos que poderiam me proporcionar prazer e luxuria da qual ele prometera.

                 Organizados lado a lado sobre a mogno brilhante e limpo, há uma lingerie preta, uma cinta de couro masculina e um maço de dinheiro, e tudo aquilo que eu encarava parecia me devolver com a mesma hostilidade.

               — São para você.

               Seu tom. Aquele tom de sedução. Otavio me seduziu com sua experiência, em momento algum eu disse não, pelo contrário, eu queria experimentar tudo o que ele estava me dando. Todas as sensações. Só não contava cair naquele golpe. Tantos homens no mundo, e eu fui me deixar seduzir por ele. Abruptamente, giro meu corpo trêmulo, ficando de frente, acompanhando sua expressão tensa e sombria.

                — Como para mim? Vai me bater? Vai me pagar para fazer sexo?

               Ele me encara mais sério, piscando para apagar a sombra enigmática dos olhos, de repente enrijece a mandíbula, desvendando um semblante chocado por minha reação.

             — Fique tranquila. — se afasta e vai para o bar, servindo-se da bebida anterior — Só uso se quiser. — Daquele jeito estranho, ele finaliza o copo em um só gole, voltando-se mais centrado em minha direção. Instintivamente, eu recuo um passa para trás. — É só um fetiche. Nada demais.

           Nada demais!?

            Definitivamente, meu dedo podre estava se especializando. Onde diabos eu estava com a cabeça para me render ao poder de sedução de um homem, que tem fetiche em bater e pagar para trepar?

           — Eu curto isso, Lilian.

            — Eu não curto — reajo rapidamente, afastando-me quando ele salta em minha direção. — Você paga? Porque, paga?

O Poder Da SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora