Capítulo 10: Parentesco?

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-- Certeza que consegue se levantar?-- indagou Boo, duvidando do estado de Leon.-- Só se passaram vinte horas, e não um dia inteiro.

-- Eu estou bem, juro.-- Leon mentiu, ainda sentia dor (não tão grande quanto antes, mas sentia.)

-- Se está melhor, meu trabalho por aqui acabou.-- afirmou, pegando seu arco encostado na parede do local.-- Adeus, Leon.-- despediu-se e saiu rápido, sem dar a chance do camaleão responder.

Leon suspirou, lembrando-se que teria de andar sentindo dor. Sabia que aquilo poderia ser perigoso para seu corpo, mas precisava muito falar com Tara. Isso tudo era vontade de saber sobre Nita? Ou secretamente, o assassino queria falar sobre algo que nem ao menos ele sabia? Só saberia chegando lá.

Saiu da cama e foi até o banheiro, se olhou no espelho, notando que estava bem diferente do habitual. Não usava seu hoodie, na verdade, nem viu sinal dele. O cabelo estava bem arrepiado e bagunçado, mas não era como se Leon o penteasse, já que ninguém nunca o via. Seus olhos estavam meio avermelhados, com um cansaço meio evidente.

-- Ah, é uma sessão com uma médium, não um tratamento de beleza.-- Leon afirmou, dando de ombros.

O camaleão procurou pelo hoodie, encontrando o mesmo jogado no chão do quarto. Estava sujo de grama, então não colocaria ele. Suspirou e foi até o armário, procurou outro hoodie que havia comprado no shopping, todos eram muito parecidos. Não sabia porquê, mas estava com vontade de "inovar" naquele dia. Por isso, acabou escolhendo um hoodie azul, diferente do habitual.

Tomou um banho meio demorado. A água aliviava bastante a tensão em seus músculos, parecia até uma massagem gostosa. Teimou bastante para sair do chuveiro, mas logo parou com a "pirraça" e saiu.
Secando o cabelo com a toalha, Leon encarou-se no espelho. O camaleão não era de ficar ligando para sua aparência ou coisas assim, todavia, não é ruim dar uma conferida de vez em quando, certo?

Após se secar vestiu-se, seu olhar estava fissurado no novo hoodie, que era exatamente igual o antigo, só mudando as cores. Leon sorriu fraco, gostando de como a roupa lhe caiu. O assassino parecia ter sido feito para usar este tipo de roupa.

Saiu do quarto e trancou a porta. Não fazia ideia de como chegaria até Tara, só tinha em mente que ela ficava na floresta.

"A casa dela deve ficar um pouco mais para o coração da floresta." pensou Leon.

E depois de muito andar, conseguia ver de longe uma pequena casa, parecida com a do filme "Hobbit". Riu com o pensamento e foi se aproximando.
Assim que chegou perto bateu na porta, mas não foi atendido. Bateu de novo e desta vez gritou por Tara, Leon pôde ouvir uma voz respondendo, mas não identificou a fala.

Até que a porta foi aberta por Mortis, que segurava uma caixa de papelão. No meio dela, havia uma escrita com caneta permanente preta, ela dizia: "amuletos mágicos".

-- Olá....Mortis?-- Leon saudou confuso. O quê o coveiro estava fazendo ali?

-- Oi Leon. Veio pra consulta, né? Tara não está agora, mas vai voltar logo. Entre, sinta-se em casa.-- o mais velho disse, abrindo espaço para o outro entrar.

Leon entrou e Mortis fechou a porta. Passeou os olhos pela sala, estava arrumada. Havia uma pequena mesa de centro, duas poltronas um pouco longe dela e uma prateleira. Na prateleira, descansavam pequenos bonecos voodos de todos os brawlers, menos de Leon, que era mais recente. O boneco de Crow estava todo cheio de agulhas.

-- Mortis, sem querer ofender mas....por que está aqui?-- o moreno indagou, confuso pela presença do coveiro.

-- Tara pediu para que eu organizasse algumas coisas dela enquanto está fora. Ela disse que deixaria sua sombra cuidar disso, se ela não fosse tão fraquinha e não aguentasse uma caixa.-- Mortis explicou.-- E como eu não estava fazendo nada, por que não ajudar minha....amiga?-- o mais velho estava claramente incomodado ao pronunciar a última palavra, e Leon entendeu na hora o porquê.

Ursa fofa (Leon x Nita)Onde histórias criam vida. Descubra agora