Ursa fofa (Leon x Nita)

Capítulo 3: Beijo indireto

Leon sentiu as pernas um tanto quanto trêmulas, por que estava tão nervoso? Não sentia tamanho nervosismo desde que teve de fazer sua primeira vítima.

Deixando o passado de lado, o camaleão andou até ficar atrás da garota, ficou visível novamente e pôs as mãos nos olhos de Nita. A ursa se assustou e ficou imóvel com o medo, Leon decidiu falar.

- Advinha quem é.-- o garoto se sentia um tanto quanto infantil fazendo essa brincadeira.

Mas, a respota da garota foi um tanto quanto inesperada. Assim que se deu conta do que acontecia, por puro instinto, invocou seu urso. Leon bufou e largou a ursa, caçando suas shurikens no bolso, pronto para enfrentar o urso.

- Yaaaaa!!-- Nita gritou, ordenando que o urso parasse, antes de que pudesse atacar Leon.

Então, o urso sumiu assim como apareceu. Leon se sentiu um pouco mais aliviado, encarando a ursa ainda com o pirulito em sua boca. Nita o encarava de volta duvidosa, se perguntava o que raios ele queria.

- Eu cheguei aqui hoje, sabe?-- Leon começou a falar, se sentando ao lado da ursa.-- E você foi a única que conseguiu me derrotar. Me diz, como fez isso?

Nita encarava Leon sem dizer uma única palavra. O camaleão não entendeu na mesma hora. Para ele, a garota só o ignorava.

- Ei, não seja grosseira, me conta.-- o garoto pediu, olhando a outra nos "olhos".

- Yay yay yay!-- a garota respondeu com raiva, Leon entendeu na hora.

Então, aquilo significava que ela não sabia falar?! Agora a fala de Poco fazia muito mais sentido! Como pode ter sido tão idiota e não reparado?!

- Você não sabe falar né? Desculpe.--Leon desviou o olhar, se perguntando como havia sido derrotado por aquela garota.-- Você pelo menos entende o que eu digo?

A ursa balançou a cabeça positivamente, o que deixou Leon mais tranquilo. O camaleão suspirou, percebendo que teria realmente que falar com a tal de "Jessie".

Leon ficou quieto, Nita o encarou confusa, afinal, o que ele queria consigo?! Não tinha a menor ideia.

Agora parando para refletir, o garoto despertava a curiosidade da ursa. De onde ele teria vindo? Qual era seu objetivo? E mais importante: o que queria consigo? Essas e outras perguntas rondavam a mente da pequena ursinha, mas eram apenas perguntas sem respostas.

- Quer?-- Leon, que até então estava quieto, se pronunciou.

A garota voltou à atenção para o camaleão. O mesmo esticava um pirulito com a mão. Nita assentiu positiva, agarrando o doce e o abrindo. Colocou o mesmo na boca, sentindo um gosto ruim.

- BLÉRRGH!-- exclamou retirando o doce da boca, encarando a coloração amarela do mesmo.

Pirulito sabor banana nunca fora seu forte mesmo.

Leon viu sua reação um tanto quanto nervoso, Nita o encarou e viu o palito em sua boca. Se aproximou mais do camaleão, pegou o palito em sua boca e o puxou, retirando o pirulito de sua boca.

Era de framboesa! Seu favorito! Não tardou em colocar na boca saboreando o mesmo.

- Hmm! Hmm!-- Nita gemia de leve enquanto chupava o doce.

Leon corou fortemente, seu rosto de moreno, passou para vermelho em instantes. Aquilo era um beijo, indiretamente, mas era um beijo.

- Você gostou hein? Mais um motivo para eu gostar de você.-- Leon comentou, ainda corado pelo "beijo".

Nita sentiu seu rosto um pouco quente, seus pensamentos acabaram interpretando a fala do garota de um jeito meio errado. Sacudiu a cabeça, desviando seus pensamentos impróprios.

Os dois permaneceram em silêncio, encarando o céu. O mesmo estava estrelado, juntamente com a lua que brilhava intensamente, dando um ar mais bonito ao local.

-Eu tenho que ir...-- Leon comentou se levantando.-- Sabe de algum lugar que eu possa ficar?

Nita invocou o urso novamente, o mesmo foi andando. A ursa fez um sinal para seguí-lo.

Leon obdeceu, andando atrás do ursão. Os dois andaram até uma espécie de hotel, ainda na cidade. O garoto se perguntou como nunca tinha visto o local antes.

Se despediu do urso, o mesmo deu um "tchau" com sua pata e voltou pelo caminho que veio. Leon entrou no hotel, indo falar com a recepcionista.

Pegou um quarto qualquer e entrou nele com a chave que receberá. Deitou-se na cama, pensando na garota ursa.

- Espera.....ela.....vai dormir no campo?! Que idiota eu sou! Deveria ter oferecido abrigo.-- Leon bateu na sua testa.

Retirou o hoodie, deixando seu cabelo preto solto. Suspirou, virando-se de lado na cama. Fechou os olhos, descansando de seu longo dia.

[...]

Nita viu seu urso chegando, não o fez sumir. Na verdade, deixou o mesmo deitar na grama do estádio. Subiu em cima dele e se deitou em sua barriga, onde era quente e confortável.

[Enquanto isso, no bar de Barley]

Shelly esperava aquele coveiro já impaciente, onde raios aquele pé de rato se enfiou?!

- Ei Shelly, certeza que não vai pedir nada?-- Barley perguntou, enquanto limpava um copo.

- Não, obrigada Barley. Mas, só estou esperando o ratazana mesmo.-- a garota falou rindo de leve. Barley deu um leve risada e voltou para seu trabalho.

A porta do bar se abriu, e por ela, o coveiro entrou. Andou calmamente até a mulher de cabelos roxos, sentou-se ao seu lado e a encarou.

- Se atrasou hein ratazana?-- Shelly disse.

- Eu tive uns contra tempos, mas isso não importa! Bem, sobre o que falaríamos mesmo?

- Leon e Nita.

- Ah, é mesmo! Bom, já percebeu que eles são parecidos de certa forma?

- Sim, idaí?-- a mulher indagou.

- Daí que eu pensei: e se eles tiverem algum parentesco ou algo em comum?-- o coveiro respondeu.

Shelly o encarou duvidosa, da onde ele havia tirado isso?! Mortis, percebendo a confusão, começou à explicar.

- É só pensar Shelly. Nita veio de um tribo, esqueceu? Jessie, que é a única que entende o que ela fala sabe-se lá porquê, disse que a própria Nita à contou, que teve de sair da tribo.-- Mortis explicou.-- Então, se as pessoas podem sair da tribo, e se Leon fosse de lá? Mas, teve de sair e acabou aprendendo a falar?

Shelly ficou séria, mas, assim que assimilou toda a informação, pôs-se a rir loucamente.

- Hahahahha! Essa foi boa ratazana!- Shelly falou com as mãos no estômago.-- Que teoria ridícula! Já pensou no fato de Leon só estar interassado românticamente nela?-- a mulher indagou.

Mortis se calou, encarando o nada enquanto pensava sobre isso.

- Isso.....isso....faz sentido.

[Coltnua]