Capítulo 6: Encontro com o lado natural

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Corria pelos campos, um garotinho de uns aparentes seis ou sete anos. Usava um hoodie verde de camaleão, muito maior que seu tamanho, fazendo as mangas ficaram muito à frente de suas mãos.

A criança corria o mais rápido possível. Estava morrendo de fome e mal podia esperar para comer uma torta de sua mãe. Ela fazia as melhores das melhores! O garoto se perguntava qual seria desta vez. Seria de maçã? Ou caramelo e canela? Seu estômago roncava só de imaginar.

Observou sua pequena casa ao fundo, estava perto! Acelerou a corrida, abrindo um grande sorriso. Estava com saudades de sua mãe, mesmo tendo ficado apenas algumas horas fora brincando com amigos.

Em poucos minutos, o pequeno já estava na frente da porta de casa. Pôs a mão direita na maçaneta, pronto para girar e abrir a porta. Porém, escutou barulhos estranhos...pareciam choro? Além do "choro" tinha algo como gemidos, gemidos sofridos e dolorosos.

O "camaleãozinho" ficou nervoso. Seu sorriso se desfez, o medo começou à tomar conta de si. Abriu a porta lentamente, andando pela casa que estava estranhamente escura. Andou alguns passos, seguindo os sons. E, assim que chegou na sala, seus olhos arregalaram. O garotinho ficou mudo, enquanto observava aquela cena com as lágrimas nos olhos.

-- Mas olha que surpresa! Leon! Chegou bem à hora do show!-- o homem exclamou, com um sorriso macabro estendido em sua face.

-- NÃO!!!!-- Leon gritou, com todas as forças, enquanto pulava do lençol.

O camaleão olhou em volta, estava no quarto do hotel. A cama estava bagunçada, e Leon suava frio. Aqueles meros quinze segundos foram o suficiente para derrubá-lo de tal forma.

-- Acalme-se, Leon. Foi só um pesadelo, de novo.-- disse à si mesmo, porém as palavras não surtiram tanto efeito.-- Eu preciso fazer algo para me acalmar.

Olhou para o relógio digital em seu criado-mudo. Ele marcava as nove da manhã. Não acordou tão tarde quanto achou que acordaria, mas, ainda sim não acordou tão cedo como de costume.

Após tomar banho e se trocar, Leon saiu do hotel. Planejava se encontrar com Boo. Só havia um problema: Não tinha a mínima ideia de onde encontrá-lo. O camaleão já sabia que teria um longo dia pela frente.

[...]

Depois de muito perguntar sobre o índio, Jessie o ajudou, dizendo que ele ficava na floresta à esta hora. Sem mais delongas, Leon se dirigiu para a floresta, procurando por Boo.

Enquanto andava, o camaleão ouvia um barulho de água. Provavelmente havia alguma cachoeira por ali. Ignorando isto, o assassino continuou à caminhar pela floresta, até entrar em um campo mais aberto, sem árvores e um tamanho razoável.

E no meio dele estava quem ele procurava. Boo estava sentado de pernas cruzadas, provavelmente meditando. Leon decidiu se aproximar sorrateiramente, ficando invisível e andando fazendo o mínimo de barulho possível.

Parou na frente de Boo, abriu um sorriso perverso, pronto para fazer uma "entrada estilosa". Porém, a voz grossa do índio o impediu.

-- Eu sei que está aqui, Leon.-- Boo afirmou, sem ao menos mover um único músculo.-- Mostre-se.

O camaleão bufou, desativando a invisibilidade e encarando o outro confuso. Como ele sabia que estava vindo? Estava invisível! E o índio parecia concentrado demais em seja lá o que estivesse fazendo.

-- Está se perguntando como lhe descobri, certo?-- Boo indagou, desta vez levantando o olhar para o assassino.-- Os espíritos me contaram.

Dito isto, o índio voltou ao que fazia, ignorando totalmente a presença do outro ali. Leon arqueou uma sobrancelha. Estava mesmo sendo ignorado? O camaleão odiava quando faziam isso, provavelmente algum trauma antigo de infância.

Ursa fofa (Leon x Nita)Onde histórias criam vida. Descubra agora