Vampires Will Never Hurt You | Frerard One Shot

Single Chapter

Suspirei, estreitando o olhar.

Ele estava ali de novo. Não que fosse a primeira vez que sentasse naquele banco. Na verdade, Gerard se sentou ali durante todos os intervalos dos últimos quatro anos.

"O que foi, Frank? O que é tão importante pra fazer a gente sair do jogo?"

Ray cruzou os braços, seu movimento sendo seguido por Bob. Eles deveriam estar furiosos por tê-los tirado de sua partida de queimada diária, mas... me perdoariam. Sabia que sim. Principalmente quando tomassem conhecimento de minhas motivações.

"Descobri o que ele é."

Apontei com o queixo para o garoto no banco. Ray fez cara de confuso.

"Quê? Como assim? É o Gerard, Frank. Do que você tá falando?"

Bufei, revirando os olhos. 

"Eu sei que é o Gerard, Ray... o que estou querendo dizer é que descobri que tipo de criatura ele é."

O garoto de cabelos enrolados semicerrou os olhos para mim, como se não me entendesse. Sendo sincero, todos falavam que meu cérebro era bem mais rápido do que os das outras pessoas, mas não pensei que a diferença fosse tão grande.

"Gerard é um vampiro!"

Explodi, mas imediatamente olhei ao redor. Me perguntava se havia me escutado. Pelo que li, os sentidos dos vampiros são bem mais aguçados que os de seres humanos normais. Entretanto, se tivesse mesmo escutado, com certeza teria tentado impedir de alguma maneira o plano que estava colocando em prática naquele exato segundo.

"Ata, um vampiro. É claro. Isso explica tanta coisa."

Ray deu com a mão na testa, e Bob gargalhou alto ao seu lado. 

Isso me surpreendeu. Não éramos pessoas de ter preconceitos dessa maneira... sabíamos que a falta de fé poderia ser nossa ruína. Por isso, dormíamos com os walk talks debaixo dos travesseiros, estocávamos comida em nosso "forte de suprimentos" no meio da floresta de Newark... se um apocalipse acontecesse, nós estaríamos prontos... estaríamos prontos pra seja lá qual fosse a criatura que decidisse tentar dominar a raça humana, fossem zumbis, lobisomens, ou até... vampiros.

"É claro que ele é um vampiro! Olha pra cor da pele! Sempre de óculos escuros... você já o viu comer comida de gente, por acaso? Só fica com aquela maldita garrafinha térmica!"

Ele suspirou, esfregando a testa.

"Isso não significa nada, pode só não sentir tanta fome. Você também dá uns piri paco desses de vez em quando."

Levei minhas mãos ao alto. 

"Vocês não entendem? Ele está os manipulando... foi assim que sobreviveu por tanto tempo! Fazendo todos acreditarem que gente como ele não existe!"

"Frank, acho que você tá exagerando."

Bob se pronunciou pela primeira vez e eu virei meu olhar para ele, a cólera em minhas íris.

"Exagerando? Exagerando?! "

Lembro-me de ter perdido o controle naquele momento. Lembro de ter avançado contra ele e tê-lo segurado pela gola de sua camisa, mesmo que fosse um pouco mais alto do que eu. De fato, já havia previsto certa resistência... mas descartei completamente a ideia de que meus próprios melhores amigos se oporiam ao meu raciocínio lógico, mesmo que soubessem que eu era o cérebro do grupo.

Acho que este foi o meu erro, no fim das contas.

"Você se lembra de Hayley, Bob? Lembra-se daquela doce garotinha loira que desapareceu sem deixar rastros? Hein?! Quantas pessoas mais terão que morrer para que precise acreditar que ele é um assassino?!"