Capítulo 3

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"Se a porta está trancada, encontre uma janela. Se a janela está fechada... quebre-a. Se nao quebrar, ache uma marreta"
_ Escolhida ao Anoitecer_

Thomas

Desde criança eu já tinha um peso muito grande nas costas.

Não.

Eu não era o filho mais velho. Na verdade eu sou o caçula.

Contrariando todos os conceitos ancestrais, eu nasci com todo o legado da família, que era inicialmente para ser só do primogênito. O que gerou discórdia entre mim e meus irmãos.

Meu pai era o renomado mago, poderoso até não poder mais. Minha mãe era uma bruxa, e ela era poderosa, talvez tanto quanto meu pai.

Então, fui criado com a finalidade de continuar com o império de meus pais. Não tive uma infância. Era somente estudos, práticas de estudos, experiências, feitiços, etc.

O fardo era muito grande. A única pessoa que me tratava como uma criança era minha mãe. De vez em quando ela me deixava brincar, como uma criança normal, nessas vezes, meu pai estava viajando, então não suspeitava de nada.

Apesar das aparências meigas de meus irmãos, quando ninguém estava por perto, ele sempre me maltratavam. Eu era quase como um objeto. E meu pai esfregava isso na minha cara sempre que podia, dizendo que eu tinha nascido com esse propósito e que nunca seria diferente.

Até que um dia eu cansei de tudo. Eu tinha vinte anos. Sai de casa e fui pra bem longe, viver bem distante de todo aquele terror.

Quase um ano depois eu recebi uma mensagem.

Minha mãe estava morrendo.

Faltava só mais alguns minutos

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Faltava só mais alguns minutos. A grande e imponente mansão dos meus pais se aproximava cada vez mais.

Passei pelo enorme portão e estacionei o carro na entrada.

Entrei lentamente na casa. Meu pai estava lá, parado, como que me esperando para dizer algo. Passei reto por ele, sem nem mesmo olha-lo, já subindo as escadas.

Quando cheguei nos aposentos da minha mãe, fiquei receoso. Será que ela me perdoaria por ter ido embora?
Mas eu não podia ter ficado, eu sabia que não aguentaria toda aquela pressão, mesmo estando com ela.

Entrei sem bater. Ela estava sentada na cama, encostada na cabeceira e olhando pra fora, pela porta da varanda.

Ela sempre foi pálida. A diferença de agora era que, além dos lábios quase sem vida, sua pele já não tinha aquele tom rosado de antes.

Eu Não Sou De Vidro - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora