Beije-me na pista de dança [jungkook]

Ela

°

Quando você está com ele, você o chama pelo nome?
Assim como você chama quando está comigo
A sensação é a mesma?
…
Garota, você sabe disso
Nós temos um amor que é impossível
…
Eu não quero nos esconder
Diga ao mundo sobre o amor que estamos fazendo

°

Assistir aula nunca foi tão bom. Eu pude, enfim, distanciar meus pensamentos do homem com quem divido a casa.

Também não pensei muito sobre os olhos que encontrei lá fora.

Minha cabeça estava focada em aprender o novo conteúdo. Eu estaria muito atrasada se não fosse pela ajuda de Eunbin e não podia relaxar.

Mas isso só durou até eu passar pela porta da sala.

Então a ansiedade me invadiu.

Eu poderia esbarrar com ele em qualquer um dos corredores, na lanchonete, lá fora... Ele poderia estar em qualquer lugar, não tinha como fugir.

O que eu diria para ele?

Conto a verdade? Peço desculpas? Finjo que não o conheço?

Nenhuma das opções me parece muito convidativa.

Decidi apenas ir comprar um lanche. Não conseguiria resolver nada de estômago vazio.

Mas não pude nem sair do corredor quando uma mão puxou-me para uma sala vazia.

Eu pensei logo em fugir, já que a pessoa em questão nem me segurou.

Mas fui capturada de outra forma.

Fui presa naquela sala por causa dos olhos brilhantes que não me deixavam olhar para outra direção se não a deles.

Meu coração, teimoso e masoquista, pulou desgovernado.

— É você, não é?

Franzi o cenho para sua pergunta.

— É a mulher que Eunbin falava na festa. A que tem um marido nojento.

Perdi o ar.

Ele sabe. Sabe da minha mentira, do meu pecado.

Não adiantaria negar e eu não quero. Doeu mentir para aqueles olhos brilhantes e estou cansada de sentir dor.

— Sim, sou eu.

Eu posso jurar que vi dor em seu olhar, como se estivesse decepcionado por eu ter mentido, mas não surpreso.

Seus olhos passearam pelo meu rosto e a dor neles aumentou. Ele não gostou do que viu.

— O que... o que é isso no seu rosto? Parece pior do que a última vez.

Eu não expliquei a causa das marcas, mas também não as escondi.

Então ele pôs a mão na boca, chocado. Seus olhos arregalados.

Puxou minha blusa para cima e encontrou a marcas roxas em minha barriga.

Abaixou a gola alta de minha blusa e viu os cortes.

Olhou bem meus braços e mãos, manchados, cortados.

E me abraçou. Ele me apertou como se eu pudesse me desfazer caso afrouxasse o contato.

— Ele...ele te bate, Sunhi? Ele faz isso com você? Meu Deus, que tipo de monstro faria isso?

O monstro com o qual me casei.