Capítulo 8: Lembranças de outra Encarnação.

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    Ainda era um pouco confuso para o pequeno Im raciocinar que havia aceitado ser eternamente de Jooheon. Na sua cabeça, ele poderia ser apenas uma bolsa de sangue que manteria o vampiro vivo para todo sempre, sem qualquer carinho ou atenção, sem o sentimentalismo que esperava vindo dele.

    Contudo, podia sentir que as palavras proferidas pelos lábios pálidos eram promessas de uma vida feliz e repleta de amor ao seu lado, que nunca iria o tratar como uma mera refeição. Queria sentir confiança para viver o para todo sempre com Jooheon e se ele realmente o quisesse em sua vida teria que começar a contar todos os seus segredos.

   Ainda lembrava do nome do primeiro companheiro da criação, Hyungwon. Sentia-se curioso do porque o Seelie ter citado que era uma reencarnação ou substituto do mesmo e qual fora a participação dele na vida do esverdeado. Talvez pudesse ser apenas neurose da sua cabeça pensar assim, contudo sentia que independente de quem foi Hyungwon, ele havia sido muito importante na vida do Lee.

   Como não sabia em quem confiar naquele castelo, preferia guardar suas duvidas para si até que, no momento certo, questionasse o mais velho sobre o seu passado. Mas, mesmo que Jooheon o dissesse que queria Chang ao seu lado pela eternidade, ainda sentia medo de que ele o fizesse mau se enchesse-o de perguntas. 

   Em todos os momentos que estiveram juntos com Im consciente, o vampiro fora demasiadamente arredio e agressivo, não demonstrava ter nenhum mísero sentimento. Como poderia acreditar fidedignamente nas palavras de horas atrás sem se amedrontar por tudo que já o viu fazer e dizer?

   Um suspiro controlado saiu de seus lábios enquanto olhava a face pálidamente serena do vampiro que ressonava ao seu lado. Era tão estranho vê-lo dormir quando em todas as literaturas que já leu, dizia que seres da noite não dormiam. Os cílios trêmulavam sobre as bochechas e os lábios entreaberto deixavam escapar um som que se assimilava a ronronares. 

   Era tão belo para Changkyun.

   Mas tão letal.

   Se penalizava por querer estar ao lado de um serial killer por natureza.

    Não conseguia se decidir se o preferia dormindo tão calmamente que nem parecia se alimentar de pessoas ou acordado com aqueles olhos azuis tão penetrantes que consumiam sua carne e alma em chamas de desejo. Assustava a intensidade com que ele o tinha nas mãos.

   O poder que ele tinha sobre si era tão imenso que algumas horas atrás quase o consumira e deixara o beijar. Queria aquilo, todavia sentia que não era o momento de acontecer. Queria ser tomado com volúpia, ter toda aquela boca petulante contornando a sua em um beijo ardente, as mãos sobre si com possessão o revindicando e aquele corpo frio entrando em choque com o seu completamente quente.

   Não poderia ser ignorante em negar que desde o primeiro momento em que seus olhos pararam no vampiro, além de medo, sentiu as famosas borboletas no estômago espalhando um choque por todas as suas células.

   Era para acontecer os dois.

   O destino já havia escrito aquilo e grifado, somente um burro iria contra.

   Um pertencia ao outro.

   Apesar da situação em que aquela verdade fora jogada para si, Taehyung tinha razão. As almas já estavam ligadas pela eternidade antes mesmo do pequeno Im nascer, e não importava quantas gerações passassem, suas almas se encontrariam nas próximas encarnações independente das barreiras que o destino implantasse para chegarem um ao outro.

   Seriam um do outro pelo infinito.

— Não sei se isso me assusta ou me conforta. — pensou em voz alta.

O Beijo Da Meia-Noite ¬¬ JooKyun ¬¬Onde histórias criam vida. Descubra agora