O Beijo Da Meia-Noite ¬¬ JooKyun ¬¬

Capítulo 12: Ainda há esperança

Irene estava sentada em frente a lareira na sala de tronos apenas esperando a decisão do pequeno companheiro, contudo sua cabeça estava a mil em pensamentos.

Mais cedo, antes de ter que tirar as garras de Jackson de Changkyun, algo a intrigou. Havia conseguido invocar um oráculo, o que a muito tempo não conseguia, para que pudesse prever o futuro do reino. Não havia mudado quase nada, por mais que já houvessem passado mais de 800 anos desde a última vez que recebeu a primeira previsão.

"Ainda há esperança na escuridão" foi a única frase que mudou.

Todos sabiam da profecia que Jooheon deveria reinar eternamente no trono vampiríco, e encontraria novamente um companheiro para reinar consigo, porém, com isso, haveria a morte de um sangue real. Todos se alvorossaram quando a profecia fora revelada. Os únicos vampiros Valodi's vivos que existiam estavam naquele castelo e não pareciam que padeceriam tão cedo. Ravi, Jackson, Gunhee e Jooheon. Os únicos sobreviventes. Ninguém sabia quem deveria ser o cadáver, nem o motivo que o levaria a morte, entretanto todos sabiam que seria Jooheon a ganhar a batalha.

Porém, o que era a esperança na escuridão?

Quando o viu pela primeira vez, um corpo tão frágil que parecia que no mínimo toque se quebraria, sabia que Changkyun era algo diferente de apenas humano. Por mais que não soubesse de momento que ele era um companheiro de sangue destinado a alguém, notou uma leve força sobrenatural emanar do garoto logo que o tocou. Demorou apenas alguns segundos para descobrir que havia um escudo protegendo-o do mau, provavelmente havia sido sua mãe quem pagou uma bruxa para fazê-lo, no entanto, infelizmente, não era imune a aproximação de um companheiro. Então, depois que Jooheon lhe contou sobre o ter mordido mesmo com o escudo ativado sobre o corpo, Irene percebeu o que acontecia entre ambos.

Havia esperança novamente.

Isso! A segunda das três virtudes teológicas a qual não era sentida há muito tempo nas terras vampirícas, algo sagrado para todos os sobrenaturais.

Mas agora restava apenas a dúvida, havia feito o certo em pôr o garoto, confuso como estava, contra a parede dessa maneira?

Não conseguia pensar em outras possibilidades para salvá-lo, sabia que ele era um ser divino, seu irmão escravo da terra, mesmo assim, não conseguia condená-lo por seus antepassados sabendo que a profecia deveria acontecer.

Desde muito nova, Irene fora criada para ser uma Hüséges e sempre a respeitar seu valodi, segui-lo para onde fosse e sempre lhe dizer o certo e o justo. Era a bússola que o coordenava. Contudo, por mais que pudesse envocar um oráculo para prever o futuro, acreditava que as pessoas eram guiadas para aquele momento somente por suas escolhas por mais difíceis que fossem. Sempre haveria o caminho mais fácil, o mais longo e o errado, ficava sempre nas mãos de quem o vivia para decidir. Por isso, havia dito a Changkyun o que achou ser certo, mesmo que seu dever fosse ser fiel a Jooheon.

Esperava que o pequeno companheiro escolhesse com sabedoria o próximo passo que dariam pois não gostaria de reviver o passado novamente, no entanto tudo poderia acabar com o sangue do futuro príncipe derramado e um bando de vampiros cegos por vingança.

Suspirou mais uma vez, decidindo que estava certa em esperar pelo companheiro. Ele teria que ouvir o próprio juízo ou o coração para tomar aquilo para o futuro, não poderia decidir por ele.

Ao longe pode ouvir passos sendo dirigidos a sala dos tronos e arrumou a postura nervosa para uma mais confiante, senão tudo iria para os ares se algum vampiro desconfiasse da sua conversa mais cedo com Changkyun.

- Onde ele está? - perguntou Jooheon sendo seguido por Gunhee e Ravi - Por que fiquei sabendo somente agora que o bastardo do Jackson o atacou em minha ausência? - a raiva brilhava naquele oceano em seu rosto.