01| Moço bonito, você não tinha esse direito

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"Seu cabelo inspirou Deus a fazer a brisa
Seus lábios inspiraram Deus a fazer um homem
E de sua costela um anjo nasceu como Eva"

- B; Jaden.

🌻

São cinco da tarde e em minutos o sol irá se pôr.

O som dos dedos finos e pequenos batucam sobre o balcão rústico, despertando a inquietação e curiosidade daqueles que passam pela moça. Eles só param por meros segundos para que ela tire os fios persistentes que caem sobre as lentes dos seus óculos ou mexer nos piercings e brincos de tamanhos diferentes presos nas orelhas. Há tanto berimbelo por ali, mas já passou da idade de dar atenção aos olhares estranhos em seus brincos de tamanhos diferentes e os raros artesanal de pena.

Uma mania peculiar, pode-se dizer.

Ela está inquieta, ansiosa. Em alguns minutos o pôr do sol chegará e o céu tomará tons vivos que a moça jamais imaginou ser digna de sentir e ver tal arte viva. Um cenário sinônimo de beleza toma formas surreais com toda calmaria para aquele que logo dará, com sua presença, uma essência de esperança ao espetáculo.

Era ele vir que tudo se encaixava. Tudo mudava. Do amarelo e vermelho, vinha o laranja, logo, o violeta abraçava as nuvens e o sol espera pelo seu pequeno filho perdido sobre a Terra. Um pequeno pedaço de paz e esperança.

No entanto, sua atenção está voltada para o som dos seus dedos sobre a velha madeira e de como aquilo era uma megera se comparado a droga do bombardeio em seu peito.

Ah, não. Aquele sim, seria um barulho jus de despertar as reclamações dos clientes e tapas que levou no ombro esquerdo, agora vermelho, do Yun, a mando que a menina deixasse de ser uma adolescente apaixonada e voltasse para a mente de mulher de vinte e quatro anos.

É estúpido e irritante, pensou consigo.

Não seria tão idiota de dizer em voz alta. Seria apenas um imã para que Kim Taehyung, vulgo seu amigo e companheiro de trabalho, vir de lá do seu setor para zombar da mais nova e esfregar na cara da morena, seu peito cheio de razão. Belly só queria mandá-lo para o inferno, mas era provável que o Yun batesse na porta da sua casa com o sorriso mais sarcástico do mundo.

A moça faria de tudo e ao mesmo tempo nada, para ter aquilo retirado de si. Se possível, enfiaria seus dedos na garganta de sua alma e puxaria todas as sensações de esperança e amor, que aquele moço solar emanava de si, para fora.

É bom ao mesmo tempo que sufocante, sentir-se apaixonada. Não conseguir respirar, paixão, amor, choro, decepção, todos são uma parte da arte que é sufocar.

O caderno com os nomes dos clientes fidelidade na loja de ferramentas do Kevin já não tem mais espaço para nomes, números de telefone e endereços. Há incontáveis possibilidades de nomes escritos para aquele moço bonito, mas Belly ainda crê na possibilidade de que nenhum é bom o suficiente para pertencê-lo. Rascunhos feitos de caneta bic azul da silhueta do rapaz sem nome e pequenos brotos de girassol tomam as bordas de cada folha, um dia já branca. Cogita que se surgir ali mais um desenho, seria capaz do próprio caderno pedir socorro ao rapaz do setor ao lado.

Belly Barkin está apaixonada e ela sempre odiou a sensação de panapaná no estômago. Sempre. E se é que há uma justificativa científica para aquela droga, ela não quer mesmo saber.

Mas ela era total inocente. Completa e absolutamente inocente. Não é sua culpa ter um coração cretino como o seu que não a deixa escolher por quem se apaixonar, não é mesmo?

A Esperança (não) tem Seu Nome • JHSOnde histórias criam vida. Descubra agora