Fidel

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Convoquei uma reunião com o Ernestinho e estou decepcionado.
Nunca vi alguém tão sonso na minha vida.
Posso resumir assim:

—Ernesto quero que você me console...—disse eu com voz manhosa.

—O que aconteceu?Algum simpatizante do Fulgêncio?—ele perguntou surpreso.

Ele fala tanto no Fulgêncio!

—Não quer...comandante. Eu preciso de outro tipo de consolo.

Será que ele é tão sonso?

—Fidel não estou te compreendendo. Está se sentindo mal? Eu sou médico posso receitar alguns remédios e te analisar.—ele disse preocupado.

Ser analisado pelo Ernesto Che Guevara é a oportunidade perfeita para saber se ele me deseja tanto quanto eu o desejo.
É impossível resistir ao "tamanho do meu poder de combate".

—Acho bom uma análise mesmo.—eu disse enquanto fingia estar tonto.

—O que tem sentido ultimamente?—perguntou enquanto pegava um caderno que estava encima da mesa.

—Muitas dores.

Ele franziu o cenho.

—Poderia ser mais específico?

—Não é bem uma dor. É que a minha cabeça anda meio louca sabe...

—Isso não seria a ansiedade por comandar o país?

Tão difícil essa situação.

—Também tenho dores na parte inferior do corpo.

—As pernas?

—Não exatamente.

—Fidel?—ele começou.

—Diga Ernesto.

—Você por acaso está interessado em alguma das militantes?

Não soube como responder.

—Na verdade...

E antes que eu terminasse de falar meu irmão entrou no escritório chamando Che Guevara.
E o sonso não entendeu minhas mensagens ocultas.
Vou pegar esse boy de uma forma ou de outra.
Quero dizer, esse camarada. Essas palavras inglesas estão me influenciando muito.

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