(ALGUMAS HORAS ANTES)
Como sempre eu estava cuidando da minha loja uma floricultura localizada na avenida Mateo Bei. Eu estava no caixa e o garoto que trabalhava comigo estava fazendo uma entrega, os cliente eram praticamente os mesmos. Dona Simone e dona Maria, aquelas senhoras não se desgrudavam, obviamente porque faziam fofoca sobre os vizinhos.
E seu Carlos, um homem gordo e negro, um grande amigo meu. Ele se aproximou do balcão, sua aparência era horrível, a pele estava pálida demais e ao redor dos olhos haviam enormes olheiras roxas.
- Oi, Pedro. - Disse me cumprimentando.
- Oi, seu Carlos.
- Ontem á noite eu fui no mercado e um louco atacou a Silvia, nossa vizinha, sabe quem é, né?- perguntou, indignado.
- Como pode? Uma mulher tão boa...- Eu não sabia sobre isso.
- Pois, é. Fui ajudar e o cara me atacou, umas pessoas se envolveram também. Tenho quase certeza que o homem a mordeu. - Disse. - E me machucou também.
Carlos levantou o braço e me mostrou o arranhão do tamanho de uma agulha de costura, o corte estava feio. O machucada estava infeccionado, as veias em volta estava em uma tonalidade escura.
- Já foi no médico, seu Carlos? - perguntei, preocupado.
- O posto tá lotado, daí a patroa passou uma pomada, parou de doer um pouco. - disse Carlos.
- Espero que o senhor melhore.
- Obrigado, agora vou escolher umas margaridas, porque estão lindas. - Disse se afastando do balcão e indo em direção as flores.
Em seguida, ouvi o sino da porta tocar e levantei os olhos, era o garoto. Ele se aproximou do balcão e sussurrou:
- Acho que tá tendo uma epidemia, seu Pedro. - Ele só tinha 18 anos.
Quando fui responder, ouvi um grito, pulei o balcão e fui em direção ao barulho. Seu Carlos estava debruçado sobre Maria, dona Simone gritava. Puxei Carlos e então eu vi. Ele estava mordendo dona Maria, Simone se jogou sobre Carlos, este mordeu seu braço, arrancando um pedaço da carne.
- Vinicius, tira Simone daqui! - Gritei.
O garoto puxou ela pelo outro braço e a levou para o depósito, Carlos correu em minha direção, corri para o balcão e pulei sobre ele, puxei uma tesoura. Carlos rosnava, como um cachorro.
- Se você se aproximar eu te mato. - ameacei, segurando a tesoura.
Carlos se jogou sobre o balcão e caiu sobre mim, ele tentava me morder a todo custo. Segurei a tesoura com firmeza e afundei em seu peito, mas ele continuava seu ataque, retirei a tesoura e desta vez a atingi sua cabeça. Ele parou, joguei seu corpo para o lado e olhei para minhas mãos de sangue. Santo Deus, eu matei o Carlos!
Olhei para seu corpo, ele não parecia em nada com o homem com quem eu conversava todos os dias. Levantei, meus olhos pareciam que iam saltar da órbita. Procurei pela coitada da dona Maria e segui o rastro de sangue , encontrei um corpo caído em volta de uma grande poça de sangue, peguei seu pulso e não havia batimentos.
Merda! Dois mortos na minha loja, caralho! Lembrei que mandei o merdinha para o depósito com a Simone. Abandonei o corpo, não poderia fazer nada, afinal de contas, ela estava morta. Abri a porta do depósito e encontrei os dois.
- Senhor...? - Vinicius iria perguntar, mas ficou me analisando. - Ela esta...?
- Morta? Sim.
- Ah, meu Deus! - choramingou dona Simone.
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Despertar dos Mortos
HorrorClarissa é uma estudante de Arqueologia, que após as provas resolve visitar seus pais, o que deveria ser um simples reencontro se transforma em pesadelo. As pessoas estão morrendo, mas não permanecem mortas por muito tempo. Desesperada para sobrevi...