Aos poucos a escada estava lotada de zumbis, os "obstáculos" não segurariam essas coisas por muito tempo.
- Droga! - gritou Pedro. - Vamos voltar, tranquem tudo.
Corremos de volta para dentro, trancamos as janelas e portas. Fomos para a varanda e vimos a casa sendo cercada por dezenas de zumbis.
- Vamos ter que ir embora. - Disse Vinicius.
- Por onde, seu merda? - perguntou Pedro, olhando fixamente para o menino. - Não dá para sair daqui, esses demônios estão na garagem e ...
Pedro não conseguiu concluir a frase, foi interrompido pelas batidas na porta no segundo andar.
- Vamos ter que ir embora... Pela sua casa. - disse, me olhando.
Sustentei seu olhar, aquilo seria doloroso, Thomas ainda sofria com a perda dos avós. Procurei por ele e Tom me encarava, ele assentiu.
- Ok. - Concordei.
- Vou ter que pegar algumas coisas. - Disse Pedro.
Ele pegou uma bolsa e colocou algumas roupas, entrou por uma porta e desceu as escada. Cerca de 5 minutos depois ele retornou, tinha nas mãos uma bolsa com facas e comidas.
- Vamos pular o muro - disse.
* * * * *
Pedro
Ao pularmos para a casa de Clarissa não vimos sinal algum do seu Raul, caminhávamos com cuidado, queríamos pegar mais coisas antes de sair daquela casa. Clarissa foi na frente, não achei uma boa ideia, mas ela conhecia a casa, começamos a ouvir os gemidos.
- Ah, droga... - suspirou Clarissa.
- Deixa eu ir... - comecei falando, mas Clarissa me olhou feio.
- Pode ficar aí, Salvador da Pátria. - Disse de forma irônica.
Continuamos a andar pelo enorme corredor, procurei pelo garoto e ele estava com Vinícius logo atrás, peguei uma faca e entreguei à Clarissa. Lamentei não ter uma arma, com ela seria mais rápido e fácil. Segurei ela pelo braço firmemente e a fiz me olhar, queria deixá-la mais tranquila. Ela parecia firme, mas seus olhos estavam arregalados.
- Primeiro põe uma coisa na sua cabeça, aquilo não é o seus pai, entendeu? - Clarissa concordou com a cabeça.
Viramos para a direita onde dava acesso a lavanderia, Clarissa segurava a faca com firmeza. Seu pai apareceu em nosso campo de visão, parei onde estava.
- Não olhe, Tom. - pediu a Ruiva.
Então ouvi algo que não esperava.
- Aquilo não é o meu vô. - disse Thomas.
Clarissa olhou para seu sobrinho com olhos arregalados e depois voltou sua atenção para seu pai. Nos afastamos e Clarissa deu um passo hesitante, seu pai abriu a boca, emitindo um grito estridente, o sangue pingava. Então aconteceu... Quando menos esperávamos, Clarissa correu em direção ao seu pai e o atingiu no peito, o choque foi tão grande que os dois foram ao chão, corremos em sua direção.
- Fiquem onde estão! - gritou Clarissa, sua voz demonstrava raiva.
Paramos, olhei para Thomas e ele segurava o braço de Vinicius, seus dedos estavam esbranquiçados por causa do aperto. De repente, ouvi os gemidos. Me virei e vi Clarissa lutando para esfaqueá-lo, ao perceber que tinha uma brecha, atacou. Ao atingi-lo não parou mais. Observei, enquanto Clarissa perfurava repetidas vezes o peito e o o rosto do sr. Raul. O sangue manchando os azulejos, tornando o piso pegajoso. O cheiro de ferrugem atingindo minhas narinas, como se avisasse que a morte estava ali.
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Despertar dos Mortos
TerrorClarissa é uma estudante de Arqueologia, que após as provas resolve visitar seus pais, o que deveria ser um simples reencontro se transforma em pesadelo. As pessoas estão morrendo, mas não permanecem mortas por muito tempo. Desesperada para sobrevi...