Capítulo Seis

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Queríamos passear, então ficamos dentro do carro por um bom tempo sem saber pra onde ir.

-Que tal praia?- sugiro

-Tá aí, gostei.

-Que seja praia então!- falo animada.

A praia é o meu lugar favorito, meu lugar de calmaria.

A brisa gostosa me encanta.

O Gustavo estava todo sorridente, e eu estava feliz de tê-lo ali comigo. Um momento que jamais, nem ousaria, esquecer.

Quando fui pegar minhas coisas, coloquei todas na bolsa inclusive minha polaroid, com certeza não pude deixá-la.

-E Cecília é possuída novamente pela louca das fotos...- Falou, fazendo sua clássica voz de locutor, assim que retirei minhas coisas colocando em cima da canga em que estávamos sentados.

-Quer me deixar em paz, cara?- Falei enquanto ria.

-Apenas por dez minutos. Vou comprar água de coco pra gente.

-Sabe falar água de coco em inglês?- debochei.

-Haha. Engraçadinha.

A praia não estava cheia, tinha pouquíssimas pessoas, na verdade, a maioria apenas caminhando, outras sozinhas, apenas lendo e descansando.

Aproveitei pra tirar algumas fotos do mar, da areia, de conchas... De qualquer coisa, que em qualquer canto que eu esteja, me faça lembrar das características desse lugar.

Após tirar algumas fotos, estirei os braços para trás e fechei os olhos, apenas desfrutando o sol fraco e nada brasileiro que havia ali.

Logo senti uma sombra em meu rosto, que me fez abrir os olhos.

-Está atrapalhando meu bronze, gatinho.- Falei assim que vi o Gusta paradinho na minha frente, segurando nossos cocos.

-Vamos dar um mergulho?- disse ele enquanto tirava sua camisa, me dando uma bela visão.

No momento acreditei que, com certeza aquilo deveria estar em um museu.

Para. Se controla, Cecília.

-Vamos.

Fui correndo, na intenção de animá-lo, e parece que funcionou pois logo o mesmo estava correndo junto comigo.

Não sei se foi o calor do momento ou a água estava mais fria que o normal.

-Eu vou congelar!!- Falei morrendo de frio enquanto o Gustavo apenas ria da minha cara. Chutei um pouco da água nele, o molhando, e corri na direção do mar.

Sorríamos, nos divertindo a cada segundo.

Até que do nada Gustavo parou, acho que entrou areia nos olhos dele.

-Porra.

-Oque foi? Entrou areia?- Estiquei meus pés tentando alcançar seus olhos.

Até que sou pega de surpresa.

Ele me pega no colo indo pro fundo, me molhando por completo.

-Ahhhh, Gustavooo! Eu vou congelar!- Eu quase morrendo congelada e o bonito gargalhando horrores.- Você vai secar meu cabelo quando chegar em casa.

-Para, princesa. Você está linda assim.- disse sorrindo enquanto me encarava.

Agarrada à ele pude olhar cada detalhe em seu rosto, tirei uma mecha de seus cabelos escuros que estava grudada em sua testa.

De repente, estávamos tão perto um do outro que pude perceber a sua forma acelerada de respirar, logo, fazendo minha respiração se igualar a sua.

Seus olhos se conectaram com os meus, senti algo que não sinto a um bom tempo.

Pra ser mais exata, algo que não sinto há oito anos, no auge da minha adolescência quando um sentimento despertou em mim, um sentimento de destinatário desconhecido, mas agora eu sei, só agora eu descobri que estava ali, perto de mim por todo esse tempo.

Sinto sua mão tocar carinhosamente o meu rosto e instantaneamente fecho meus olhos, sentindo apenas o seu toque e os leves empurrões que as ondas nos davam.

É como se eu já quisesse aquilo à tempos mas não soubesse disso.

Talvez a saudade tivesse despertado aquele sentimento em nós.

É. Talvez.

Estávamos perto o bastante para um beijo ser deixado em meus lábios.

Não sei se devo permitir que isso aconteça.

Nossa amizade pode não ser mais a mesma.

Pode começar a surgir problemas que nunca houveram entre a gente.

Mas já era tarde demais.

-Não sei se deveríamos. -falei ficando nervosa.

-No momento penso, apenas, em te beijar -Disse com um sorriso lindo no rosto conseguindo me deixar sem coragem de dizer sequer uma palavra qual pudesse estragar aquele momento.

Apenas sorri como resposta e passagem para que ele realmente colocasse em prática o que havia dito.

Quando me dei conta, minha mão já estava em sua nuca, e sua mão minha cintura.

Estávamos em um beijo delicado, calmo, mas que pedia por mais a cada palpada em meu corpo.

Creio que os dois pediam para que aquele momento nunca mais acabasse.

Finalizamos o beijo com alguns selinhos e então ali, só ali, percebi que o quero para mim.

Eu sei que vou me embolar toda.

Eu sei que se alguma coisa der errado posso me arrepender.

Mas no momento, naquele momento, eu só pensei em tê-lo, e mais do que como melhor amigo, e creio que ele também quer o mesmo.


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