stranger in paradise

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Uma carruagem de coloração branca se aproxima cada vez mais dos encantos de Anvolea, que carrega dois homens e uma jovem garota de cabelos castanhos e a pele bronzeada, olhos verdes como o campo e que usava vestidos refinados, porém simples, com detalhes  da cor verde esmeralda.

Até que depois de algumas horas, haviam chegado em suas terras. O cocheiro parou a carruagem e desceu para abrir as portas. Todos desceram fascinados com a beleza que Anvolea tinha para si, adorava como tudo aquilo parecia mágico. O homem a direita sorriu para a menina e pois se a dizer:

- Vamos construir nossa vida aqui, Camille. - Dizia de forma ensusiasmada respirando o ar puro do lugar. - Eu, você e seu pai seremos muito felizes aqui minha filha.

- Você não disse que moraríamos em um lugar simples? - Falou a garota observando todo o luxo do local.

- Um pouco de luxo nunca é demais, minha pequena Inglesa. - Retrucou George, seu pai.

Abraçou seu marido e filha em frente a bela casa, George queria construir uma nova vida em Anvolea mais do que tudo com sua família.

Os três entraram na casa carregando suas malas para seus quartos e aproveitando para conhecer o local pelo resto da tarde. Havia um enorme campo atrás da casa, com uma area para cavalos e plantações de uva em grande escala, seus pais vendiam vinhos dos mais variados do mercado, sidras e etc.

Arrancou seus sapatos e os colocou em cima de uma cadeira em seu quarto, assim colocando suas sapatilhas de balé. Apanhou seu violino se pois a tocar, começou com uma melodia calma e suave, mas quanto mais Camille se aprofundava na canção, mais seus pés dançavam em desejo e suas mãos respondiam a esse desejo, tocando cada vez mais selvagem sentido-se cada vez mais livre.

Um grupo de alunos que passava por ali a caminho da escola, ouviu a fantástica melodia e pelas janelas pode ver alguém que a tocava.

- Não é a música mais gloriosa que já ouviram? - Disse uma garota ruiva já pulando para dentro do cercado para observar melhor.

- Anne! Volte pra cá! - Sussurrou uma garota vestida de azul. - São os Foster, fazem negócio com meu pai. Meu pai não gosta nada deles, mas negócios são negócios.

A melodia de repente parou após um grito que dizia "Camille, vai se atrasar para a escola!"

- Camille, é? - resmungou um garoto de cabelos pretos que espiava junto com a ruiva, e parecia estar tão impressionado quanto.

- Gilbert! Anne! Será que não prestam atenção em nadinha mesmo? Ela vai ver vocês, se escondam! - Gritou a garota enquanto fingia andar naturalmente ao ver que a que tocava havia acabado de sair dando de cara com os dois.

Os pais de Camille rapidamente criaram espaço entre si e olharam para as crianças que espiavam pela janela da porta da frente por onde passavam.

- Posso ajudá-los? - Perguntou a menina timidamente.

- Bom... Somos Anne e Gilbert - Disse a ruiva - Vamos estudar com você, achei melhor virmos te acompanhar e mostrar tudinho!

- É! Tudinho! - Assentiu o garoto segurando o riso.

- Oh... Sendo assim, melhor eu ir. Adeus pai- George e Robert!

Assim fechou a porta com rapidez e praguejou por sua distração. Acompanhou os três até a escola tentando acompanhar a conversa, já que Anne falava rápido como uma lebre!

Camille já ouviu falar da Barry, afinal, seus pais fazem negócio juntos. Mas já o garoto, Gilbert, parecia dócil e simpático.

- Então... De onde você é?

- Eu sou da Inglaterra, vivo com meus pais em Londres, ou vivia.

- Uau! Londres? Dá pra imaginar? - Falou a ruiva que olhava para Diana e as duas pareciam estar divindo seus entusiasmos.

- Você já foi no castelo da Rainha?

- Não! Não se pode ir no castelo da rainha - Respondeu com uma risada - Mas já fui em muitas festas sofisticadas.

- Nunca fui convidada para um evento desses! Não tem muito disso em Anvolea... - Disse Diana.

- Meu pai sempre é convidado pra eventos desse tipo. E eu adoro. A comida! A música! O clima elegante me faz sentir coisas. - Disse fechando os olhos por alguns segundos levando seus pensamentos para aqueles lugares luxuosos onde aconteciam orquestras, teatros e tudo mais.

- Londres parece tão bom! Por que veio para cá? - Perguntou a ruiva

- Meu pai acha que lugares como Londres te torna uma pessoa arrogante, as festas luxuosas e tudo na mão, entende? Quando se vive na alta sociedade, tudo que se toca é tóxico. A vida real é que te faz bem.

- Seus pais parecem incríveis. - Falou o garoto dirigindo seu olhar para Camille, o que fez com que ela se orgulhasse.

- Eles são.

- Vamos entrar, se não ficaremos atrasados.

E assim fez, Camille entrou e guardou suas coisas, após isso se sentou em uma das fileiras da direita no banco da frente, seu pior erro.

O professor, um homem magro com cabelos cacheados cheios e um bigode francês, disse:

- Srta. Foster, a novata, ou melhor dizendo, Senhor Foster.

Camille sem entender olhou em volta na sala e percebeu as divisões entre gêneros nas fileiras. Abaixou a cabeça e então foi para a fileira da esquerda onde haviam dois bancos vazios. Até que o garoto a qual conversaram mais cedo, retrucou o professor:

- Deveríamos poder sentar com as garotas e elas conosco se quisessem!

- Então vá, Srta. Blythe. Faça o que quiser, mas vai sentar aí o resto do ano.

Então se sentou ao lado de Camille, que mal entendia o que havia acabado de acontecer.

- O que você fez? - Sussurrou para o garoto de forma incrédula com a atitude dele.

- Eu virei uma garota. - Respondeu em uma piada. Os dois riram e conversaram pelo resto do dia.

Quando a aula acabou, Anne e Diana seguiram na junto com Camille e Gilbert.

- Você é maluco! - Falou Anne.

- Maluca - Corrigiu Diana.

Todos riram e seguiram para suas devidas casas, Anvolea parecia um bom lugar.

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