Eles Não Nos Conhecem Mesmo

Algo Mais

"Alguma vez o pensaste, quando estás sozinha, em tudo o que podíamos ser e até onde podíamos ir? 

Não sei se estou a enlouquecer ou a apaixonar-me, nem sei se o que sinto é real ou se não passa de mais uma crush.

...

mas esta crush não está a desaparecer..."

- David Archuleta - Crush 

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Mais uma tarde de explicações que se der por concluída. Fazia precisamente um mês desde a primeira vez que Yeri entrara pela porta da casa da senhora Lee para dar explicações ao seu filho e a relação entre a marrona e o baldas havia evoluído cada vez mais a cada hora que eles passavam juntos.

Porém a primeira ronda de avaliações estava à porta e eles não se podiam dar ao luxo de se desleixar, a não ser que quisessem fracassar.

- Vá, Mark. Esta matéria é complicada. Precisas de ter foco. – a jovem estudiosa repreendia o seu aprendiz pela enésima vez nessa tarde. Sempre que os testes espreitavam ela ficava excessivamente ansiosa e não via mais nada à frente para além dos seus livros. Ela tornava-se uma autentica lunática. – Mais uma vez, toda e qualquer reação ...

- Estou cansado, Yeriiiiii!!! – geme ele num resmungo arrastado e bastante infantil. Yeri queria ficar zangada e fazer uma cara séria, mas os óculos redondos de Mark pendurados no seu nariz, mesmo acima do beicinho que este fazia anestesiava-a de qualquer raiva que pudesse sentir. – Podemos comer alguma coisa?

- ... sim. – depois de respirar bem fundo, Yeri consente. Ela entende que nem todos tenham a sua velocidade de aprendizagem e raciocínio durante o estudo, ainda mais tratando-se de Mark. Então ela não vê mal nenhum em fazer uma pausazita para comer. Quisá isso repusesse energias ao canadiano e lhe desse ganas para estudar?

- Yay! I'm picking some cookies in the kitchen! – ele salta entusiasmado da cadeira e informa a rapariga na sua língua nativa. Ela ri e continua a sublinhar no seu livro tudo o que ela considera importante saber para o teste.

Ela tentava memorizar a matéria, todavia dera por si a pensar no quão engraçada era a vida e em como ela pode dar grandes voltas. Afinal, quem poderia dizer que estava nesse momento a estudar com um rapaz que achou interessante numa pista de dança na rua?

Mark era um completo desconhecido para ela, mas a vida aproximou-os e não foi nada pouco. A cada tarde que passavam juntos, ela ia conhecendo cada vez melhor o jovem de cabelos negros e sentia-o ficar cada vez mais intimo. Ela estava grata por ele ter entrado na sua vida, mas algo de estranho se passava com ela.

Mark fazia-a sentir coisas que ela nunca sentira anteriormente.

Ela sentia-se bastante confortável de cada vez que estava com ele e isso era de se estranhar visto que se tratava de alguém que ela acabar de conhecer. E sabia definitivamente que a sensação que tinha quando eles estavam juntos não se assemelhava em nada ao que sentia perto de outros rapazes.

Ela só se sentia estranha.

- Voltei, porra!

- Tento na língua. – repreende a coreana, vendo o rapaz sentar-se no sofá. – O que é que pensar que estás a fazer?

- Estou a abancar para comer, né? – Mark explica como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e ela revira os olhos.

- Mas tu tens aqui uma mesa. – aponta ela para o lugar de onde ele acabara de levantar o rabinho para ir buscar comida.