A Rua

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Observo a rua com olhos ansiosos, com a esperança de vê-lo novamente descendo-a e me olhando de forma travessa com um sorriso de canto como se fosse um anjo parecendo flutuar, o vento bagunçando seus cabelos loiros pouco compridos sob a luz do luar.

Lembro-me que sempre ao chegar parava à porta olhando o chão e quando me olhava mantinha o mesmo sorriso de lado, eu sempre o questionava sobre qual seria o motivo de tal sorriso e ele sempre me puxava pela cintura envolvendo-me em um abraço que me fazia sentir aquele friozinho na barriga e sempre após se afastar ele me olhava nos olhos e eu via as palavras "eu te amo" serem pronunciadas por seus lábios macios que me roubavam um selinho. Após abraçá-lo novamente e sentir o doce perfume em seu pescoço roubava um beijo curto e apaixonado em forma de despedida.

Naquela época me sentia em um romance em que meu amor era proibido, tínhamos apenas curto a minutos que voavam, o tempo apenas de olhá -lo e dizer a mim em mente a sorte que tinha de tê-lo somente naqueles poucos minutos que me bastavam.

Por mais que digam que o amor supera tudo e por mais que eu acredite, agora meus olhos enxergam a rua vazia. Estarei mentindo se dissesse que não estou triste pois estou,mas também estou feliz por ter vivido tal romance.

Eu ainda o passando por esses caminhos mas nunca me olhando, sei que ele sabe que eu o observo mas é que ainda em meu coração existe a esperança de voltar a ver aquele sorriso, se sentir aquele abraço daquele garoto que um dia me ensinou a amar incondicionalmente alguém que sempre caminhou por esta rua.

_2015
Anônima

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