Abri os olhos e senti uma fraca claridade vindo da janela tapada pelas cortinas. Apesar de estar fraca, fechei meus olhos rapidamente, já que sentia uma dor aguda na cabeça. Não lembro de nada sobre a noite passada. A única coisa que lembro foi que eu e os caras saímos para ir comemorar o sucesso da turnê, mas eu realmente não lembro como cheguei em casa. Ainda sem abrir os olhos, Passei meu braço esquerdo pela cama, sentindo o lado de Laura vazio. Ao encostar a mão no travesseiro, senti um papel. O segurei em mãos até criar coragem para abrir os olhos e enfrentar toda aquela claridade. A caligrafia delicada de Laura me fez sorrir, ainda que de forma preguiçosa.
"Reid, eu sei que você deve estar com uma dor de cabeça terrível, por isso deixei uma aspirina do seu lado. O café está pronto. Fui ao mercado e não demoro. Não esqueça que vamos almoçar com Claire e Damon.
Te amo
Laura"
Ao olhar o criado mudo, vi uma aspirina e um copo de água. Me sentei devagar e tomei. Passei os olhos pelo quarto e notei que minha mala não estava jogada no canto como de costume quando chego de viagem. Laura desfez minha mala? Ela nunca fez isso! E o quarto estava em perfeita ordem. Estranho. Peguei uma camiseta branca no armário, fui ao banheiro, fiz o que precisava ser feito e resolvi descer para tomar café. Ao entrar na cozinha, encontrei meu filho David, comendo seu cereal.
_Hey Dave. - Eu disse, querendo ser o mais normal possível.
_E aí, pai, pelo jeito a comemoração foi insana, né? - ele disse, com um sorriso divertido.
_Por que diz isso? - juntei as sombrancelhas e enruguei a testa. Ele riu - Dave, o que aconteceu ontem?
_ Bem, senhor Souza, você chegou às 5 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete persa da sala, quebrou a mesa de centro de vidro, urinou na cristaleira... Enfim, você foi fazendo estágios até chegar no quarto.
Abri a boca, um pouco chocado.
_Tem certeza de que eu fiz isso tudo? - perguntei, sem querer acreditar,tinha quase certeza que Dave estava brincando comigo. Ele apenas me olhou divertido e confirmou com a cabeça.
_Mas então... Sua mãe vai me matar! Ela ama aquele tapete persa e... Espera! - parei subitamente, pensando nos fatos _Se eu fiz isso tudo, por que ela deixou as aspirinas para minha ressaca? E porque ela desfez minha mala? Ou o bilhete todo amoroso? Não estou entendendo... - olhei para ele de forma questionadora e ele riu.
_Bem, mamãe teve que te arrastar até a cama. Então ela começou a tirar a sua calça pra você poder deitar e você gritou "NÃO FAÇA ISSO, MOÇA, POR FAVOR! EU SOU CASADO E AMO MUITO A MINHA ESPOSA!!!".
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Vidas _
Short StoryHistória na qual publicarei contos de minha própria autoria Obs: cada capítulo será um conto sem ligação alguma com os demais