Divina comédia, do divino criador
Rejubilá-te os teus pecados
Alto-mar fúnebre em tua morada
Traga de volta os tempos dourados
E as cores das valsas que já viveu
Inebria os meus sabores e os teus
Fatídico e bucólico véu apodrecido pelo tempo
Volta-te aos rochedos do nosso apego
Eu nunca disse que era seu ou meu
Mas foi sempre o nosso tempero agridoce
Perdido nas areias daquela enseada
Marcados pelas noites na taverna e funerais
Agora nossa existência jaz apagadas,
Pelo mar que engoliu nossos dias
E o de tantos outros meninos e meninas
Que agora cantam com as sereias de águas frias
Onde homens e mulheres agora em suas carcaças cruas
Fazem morada com crustáceos, algas e areias escuras
Velo todos os corpos que adentram a baia
Pois dentre todos, eu e meu amado
Fomos as primeiras carcaças desavisadas
A criar morada eterna neste oceano imaculado.

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Poemas ao Vento
PuisiSe fosse lua brilharia se fosse mar me afogaria se fosse tua eu nada além seria além de aprofundar-me-ia em teu ser.