Mar Morto

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Divina comédia, do divino criador
Rejubilá-te os teus pecados
Alto-mar fúnebre em tua morada
Traga de volta os tempos dourados 
E as cores das valsas que já viveu 
Inebria os meus sabores e os teus 
Fatídico e bucólico véu apodrecido pelo tempo
Volta-te aos rochedos do nosso apego
Eu nunca disse que era seu ou meu 
Mas foi sempre o nosso tempero agridoce 
Perdido nas areias daquela enseada 
Marcados pelas noites na taverna e funerais 
Agora nossa existência jaz apagadas, 
Pelo mar que engoliu nossos dias
E o de tantos outros meninos e meninas 
Que agora cantam com as sereias de águas frias  
Onde homens e mulheres agora em suas carcaças cruas
Fazem morada com crustáceos, algas e areias escuras 
Velo todos os corpos que adentram a baia
Pois dentre todos, eu e meu amado
Fomos as primeiras carcaças desavisadas
A criar morada eterna neste oceano imaculado.

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2019 ⏰

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