Capítulo 10 - Perder o Controle

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        Nossa senhora! Sabia que não ia dar certo, que corria o risco de querê-lo mais e mais... Tinha sido um simples toque nas costas, mas senti-me em choque. Eu o queria.

            Júlia fuzilou-me com os olhos quando virou para que eu os apresentasse. Isso não ia dar certo mesmo! A boate ainda não estava cheia já que os ingressantes ainda se encontravam na fila, mesmo assim a música já estava no ritmo.

            — Vamos sentar aqui! – minha amiga aproximou-se de uma mesa com quatro cadeiras. Entendi o recado! Bem longe do assessor e Cia.

            — Vamos sentar juntos. – ele sussurrou ao meu ouvido e seus lábios tocaram levemente a minha pele. Ia perder o controle em segundos.

            — Não dá Vincent. – virei de frente para ele e falei. Minha atitude o surpreendeu um pouco porque ficamos bem próximos. — As pessoas vão desconfiar. Quando é que você sai com seus funcionários?

            — Você me chamou até aqui Sophie. – ELE pareceu irritado.

            — Ei Sophie! Vamos sentar. – Alex tinha ido ao open bar e trazia dois copos de bebidas. — Vodka, gosta? – confirmei com a cabeça.

            — Obrigada pela gentileza, senhor assessor. – rezei para que ele entendesse. Tínhamos que disfarçar, mas ele não me respondeu. Simplesmente olhou-me furiosamente e se afastou na direção de onde seus amigos tinham sentado. Duas mesas de distância.

            Quando fui sentar Júlia já levantava para dançar com Leonard, quer dizer, seduzi-lo era o melhor termo. E eu precisava beber para impedir que levantasse e fizesse isso com Vincent ou pelo menos pudesse usar a bebida para justificar caso fizesse.

Vodka, vodka, vodka. Acho que nunca tinha bebido dessa maneira. Uma atrás da outra e enquanto isso conversava com Alex sobre nossas vidas. Estava agradável o papo quando conseguíamos nos ouvir ou quando a parte não embriagada da minha mente entendia. E então nesse meio tempo quando já me preparava para pegar o quarto copo o celular sobre a mesa vibrou.

            “Não acha que está bebendo demais?”

            “Você devia gostar disso... Quem sabe eu lhe dê o seu SIM depois de beber tanto?”

            A resposta demorou apenas o tempo necessário para ser digitada. Acho que a nossa proximidade fazia com que o sistema de telecomunicações funcionasse muito bem.

            “Precisa beber para aceitar jantar comigo? Sério? Então eu nem quero mais.”

            Por que ele se importava com isso? Não queria apenas me levar para cama? Tanto fazia se eu estivesse sóbria ou bêbada ao aceitar, os homens não costumam se importar muito com esse quesito. Olhei em sua direção e sabia que ELE jamais conseguiria perceber a incógnita que havia em meu rosto. Vincent estava brincando comigo, não estava?

            — Algum problema? – Alex indicou o meu celular. Com certeza ele esperava que houvesse um problema porque eu o tinha deixado falando sozinho.

            — Minha prima. Ela fala um pouco demais e me deixa um tanto atordoada.

            — Entendi. Trouxe mais umas bebidas. – nem tinha me dado conta de que ele saíra da mesa. Peguei o copo e comecei a beber quando o celular voltou a vibrar.

            “Acho que seu amiguinho é quem está interessado em deixá-la bêbada.” E eu não tive nem tempo de responder por que quando vi Vincent já estava em pé à nossa frente.

            — Não sabia que meus funcionários bebiam tanto. – a crítica referia-se a nós dois, mas os olhos do assessor estavam direcionados para Alex. Talvez Júlia estivesse certa: não devia ter colocado os dois no mesmo lugar, mas quando eu imaginar que eu seria o alvo de dois homens ao mesmo tempo?! Não tenho muitos problemas para arranjar rapazes, contudo, não costumo ser tão disputada.

            — Não sabia que seríamos fiscalizados fora do ambiente de trabalho. – Alex respondeu prontamente e me perguntei se ele não estaria no curso errado. Com tanta prontidão recomendaria o Direito para ele. Vincent pegou o copo que estava em minha mão e começou a beber.

            — Acho que ele tem razão. – peguei meu celular e guardei na bolsa.

            — Ele quem? – os dois perguntaram.

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