Capítulo 12 - Tanto quanto EU

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        Não acreditei quando notei Vincent atrás de mim na fila. Por quanto tempo mais eu aguentaria? Estava confusa quanto as suas intenções, afinal, ele não me queria bêbada, mas por quanto tempo ainda me importaria com isso?

                        — Não me ignore. – senti seu rosto próximo ao meu cabelo e o arrepio tomou conta do meu corpo.

                        — Por que você está aqui, Vincent? – tinha que fazê-lo desistir enquanto ainda tinha controle das minhas atitudes. Não podia ficar com ele, não mesmo.

                        — Você me chamou, não lembra? – aproximou um pouco mais o rosto e a minha vontade foi virar e tascar um beijo naqueles lábios tão sedutores. Ai! Eu tinha que segurar alguma coisa para descarregar meu desejo. Precisava me concentrar em nossa conversa.

                        — Na fila. Não aqui, na boate. – tive a impressão de que ele se aproximara mais um pouco ou já estava desejando tanto isso que alucinava. — Pare de chegar tão perto.

— Por quê? Você não quer? – Vincent colocou a mão na parede ao meu lado e ficou mais próximo ainda, mais um pouco e pareceríamos um casal de namorados.

A atendente chamou o próximo cliente e para minha surpresa Vincent caminhou comigo para o mesmo guichê, entregou sua ficha da boate, pegou a minha e ofereceu o dinheiro. Estendi a cédula que já estava em minha mão para a funcionária e insisti que aceitasse o meu dinheiro e não o dele.

— Quer pagar duas vezes pela mesma coisa? – ele colocou uma das mãos na minha cintura e estendeu o braço sobre a cabine. De lado, Vincent me olhou com aquele sorriso pelo qual fiquei gamada desde o primeiro momento. Guardei o dinheiro relutantemente na bolsa e ELE pegou o troco.

Caminhei apressadamente na direção da saída tentando conciliar os saltos e a ligeira tontura que já me afetava, mas Vincent não me deixou ir muito longe sem seus toques. Agarrou meu braço e continuou seguindo na direção que eu determinava. O que ele estava fazendo? Parei de andar e ele logo se posicionou à minha frente.

— Vamos resolver isso de uma vez por todas Vincent. – ele confirmou com a cabeça e meu deu a liberdade para falar. — Você quer jantar comigo. Se importa se estou sóbria ou bêbada ao dizer que aceito. Por quê? Me explica?

— Você não consegue entender porque acha que eu só a quero na minha cama. Por que me vê como um cafajeste?

— O que você acha Vincent? Você é rico, lida com pessoas importantes, trabalha com política, por que você iria querer algo mais do que transar? Não faço parte do seu grupinho de elite! Do seu grupinho que arrota dinheiro!

— Que bom! – ele sorriu de novo. Com os olhos. Era encantador. — Que bom que você não é como eles! Eu aceitei todas as suas condições e ainda é incapaz de me dizer um sim? – ele se aproximou um pouco mais.

— Preciso de um tempo. Não devia ter te convidado para vir aqui hoje. O Alex tinha me chamado para sair e eu estraguei o convite dele da pior maneira possível. E você também contribuiu para isso.

— Aquele garoto estava te embebedando e você sabe por que estragou o convite dele. – olhei-o de maneira indagadora estimulando-o a continuar falando. — Essa noite nunca seria perfeita com ele porque você me quer tanto quanto EU te quero Sophie.

Vincent segurou meu rosto e agarrou meus lábios com os seus. Não ia mais resistir. Ele estava certíssimo. Eu o queria. E muito.

Correspondi ao beijo mordendo suavemente seu lábio inferior. Percebi um sorriso assim que fiz isso e senti suas mãos puxando meu corpo para o dele. Suas mãos me seguravam com tanta firmeza, era como se eu pertencesse a ele de todas as maneiras.

Sua língua invadiu minha boca e a minha a dele. Passei minhas mãos em seu rosto e nem acreditava que era real. Ele segurou meu pescoço de modo que nossas bocas se misturassem mais e instintivamente o empurrei até uma parede e de repente a censura tomou conta do meu ser... Estávamos no meio de uma das ruas mais badaladas do Rio de Janeiro.

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