Capítulo 1: A Nova Vida.

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Em um outro mundo diferente da terra, algo bem distinto das histórias dos mangás e animes acontece com o Herói que acaba de salvar o mundo.

— Eu salvei o mundo. Salvei as pessoas, até aqueles que eram meus inimigos, mas... Por que? Por que ninguém sabe quem eu sou? Por que meus amigos dizem não me conhecer!? Ei! Isso é uma brincadeira, não é!? Vocês só estão brincando, certo!? Eu sou Leon, L.E.O.N se lembrem, eu sou amigo de vocês, não é? Não… é… Ei, aonde vão? Me esperem eiiiii! Não… me… deixem… — Caio de joelhos, assistindo todos irem embora. Lágrimas começam a descer sem parar. Eu bato as duas mãos fechadas no chão, o céu se fecha e começa a chover, estou agachado ainda chorando e me perguntando o por quê? Qual o motivo de tudo isso? — Eu derrotei o lorde demônio, deveria ser aclamado como o herói. Eu fiz o meu melhor, dia e noite, sem parar matando demônios e protegendo vilarejos… É assim que sou retribuído!? — Soco o chão enquanto grito. — DEUSES! O QUE EU FIZ DE ERRADO? ONDE EU ERREI, ME DIGAM! — Paro de socar o chão e olho para cima, chorando com os punhos ensanguentados. — Me digam… se vocês existem, me digam, o que eu fiz pra merecer isso? Me digam por… favor…

Minha cabeça foi de encontro ao chão, enquanto em lágrimas, sinto pingos de chuva escorrerem pela minha cabeça. O silêncio da pacífica chuva se preenche com o chiado agudo produzido pelo choque das gotas no metal da minha armadura.
Repentinamente, sinto um pequeno feixe de luz e calor do sol. Olho para cima e as nuvens acima de mim formavam um círculo perfeito que me fazia ser o centro da luz solar. Resmungo:
— Deu...ses? — Meus olhos brilharam.

No mesmo instante, avisto uma pena caindo do céu. Estendo minhas mãos para a pegar, mas, assim que ela toca em minhas mãos, um forte clarão surge e uma voz de gênero indescritível fala:
— Você nos chamou, bravo Herói? — Não estava realmente crendo, seriam os Deuses? Depois de tanto, finalmente se revelaram?
— Quem é você? — Perguntei, protegendo-me da forte luz que me cegava.
— Somos o que você procura. Nos diga o que você deseja. — Já era mais que suficiente, eu estou cansado, morrer e descansar, ou viver e se lamentar.
— O que eu desejo? Eu… — me senti confuso, pensando em tudo que passei, em todas as dificuldades e trabalho para atingir meus objetivos, que traziam minha felicidade, para que tudo tenha acabado dessa forma, comigo sendo esquecido — ...eu já não sei mais. — Lágrimas voltam a escorrer por meu rosto.
— Pobre criança, nós lhe daremos o que procura. — Outro clarão aparece e a voz volta a dizer. — Boa Sorte em sua nova vida leve um pouco de magia com você como lembrança… Ó Grande Herói.

Tudo escureceu, me sinto no vazio, mas ao mesmo tempo sinto um sentimento agradável, isso é algo confortável. Obrigado, penso de forma inconsciente.
De repente ouço baixos sons que aumentavam seu volume de pouco em pouco. Estava me aproximando de algo, uma luz começou a surgir. Abrindo os olhos, começo a ouvir algo com clareza: "Uuuu...Buaaaaa Buaaaa". Era um bebê chorando em um cesto. Minha boca mal me obedecia, sou obrigado a me ater aos meus pensamentos, era estranho.
— Eii, espera um pouco. — Tento levantar minhas mãos mas elas também não me obedecem.  — Ei, ei não me diga que… eu também virei um bebê!?

Uma porta se abre atrás de mim e da outra criança. As coisas ficam turbulentas, alguém pegou os cestos e está carregando para dentro.
— Meu Deus, já foram 6 só essa noite. Vamos entrar, devem estar com frio, coitados… — O homem nos carrega para dentro e coloca os cestos em uma mesa, parecia ser o centro do local, iluminado por luminárias na parede, nada luxuoso, na verdade, bem pobre. Era apenas isso que conseguia ver com meus movimentos limitados — … vamos ver você é o... Dante? — Lia, em alta voz, um pedaço de papel, indicando o nome do bebê. — Hum que belo nome garotinho. Pronto, pronto, pare de chorar já vejo algo para vocês se alimentarem. E este rapazinho mais quieto? Vamos ver... Oh, que nome incomum hehe, Leon hein. É um nome bem significativo "O leão" combina com esse garotinho quieto, um olhar de alguém corajoso, talvez vocês dois… — O homem pusera uma mão embaixo do queixo, em sinal de pensamento — … são irmãos? se estavam juntos posso supor que são. Pois bem, eu sou o padre Muriel Termurio, mas podem me chamar de papai, huhu. — Disse o padre, com um largo sorriso, acariciando nossos cabelos.
O padre virara de costas para nós. Como não tenho nenhuma capacidade de fala, penso comigo mesmo: Esse velho até que parece gente boa, vou fazer uma exceção e chamar ele de pai. Mas esse carinha ali é meu irmão mesmo? Dante… gostei do nome. Bom não importa, vou me certificar de ser um bom irmão para ele, mesmo que não sejamos irmãos de sangue. Espera… Caramba! Ele disse que chegaram seis crianças só essa noite? Essa espelunca não tá tipo lotada agora?

O padre voltara para nós com uma mamadeira em mãos.
— Aqui pequenino um pouco de leite morno. — Pegando Dante no colo, lhe deu a mamadeira. Então sentou-se em uma cadeira de balanço e disse: — Vamos ver, com mais dois, já são seis… esses pinguinhos de gente vão dar trabalho. — O padre já se imaginava no futuro, cuidando das crianças. Esboçava um sorriso alegre, quase se esquecendo de Dante — Oh… Esse aqui já dormiu, vamos pôr você no berço. — Levantando de sua cadeira,  levou meu novo irmãozinho para outro cômodo. Depois veio até mim, com outra mamadeira. — Está na hora do leãozinho ir dormir. — Ele disse com um grande sorriso, então uma pequena freira apareceu.
— Muriel-Sama, Kai e Raven já dormiram, como os outros.
— Obrigado — o padre imediatamente, voltou sua atenção para ela —, Emília, se não fosse por sua ajuda esses pequeninos dariam o dobro de trabalho, haha.
Por um momento, meu semblante de bebê inocente se azeda. Eu tô ouvindo isso, seu velho! Penso.
Notando meu comportamento, ambos olham para mim.
— Oh… o que foi pequenino?
— Este é outro que chegou hoje, Muriel-Sama? Ele é tão fofinho que nem combina com o seu próprio nome, hihi. — A pequena freira, põem o dedo indicador sobre meu nariz, e então a tirando, leva suas mãos para as costas, dobrando-se em minha direção e pondo o rosto próximo ao meu. — Owwt, casa comigo? — Pego-me pensando, sem querer, na proposta. Bem, minha mentalidade permanece a de um homem de 33 anos.
— Sim ele chegou junto com pequeno Dante agora pouco. As pessoas estão cada vez mais pobres aqui no continente Iglesia, poucas crianças conseguem virar magos aqui, tomara que essas crianças não sofram futuramente e consigam se tornarem grandes magos e guerreiros, talvez até um rei possa nascer de um desses pequeninos.
— Então é assim que as coisas aqui são. — Pensei comigo mesmo. — Bem, vou pensar em como prosseguir com a minha nova vida, assim que eu acordar, agora é hora desse bebezinho ir mimir, hehe.

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