Capítulo 5: Partindo para a capital!

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Mais 2 anos se passaram, era aproximadamente 7 horas da noite. Eu estava na velha casa do mestre, dialogando sobre minha viagem que estava chegando.
— Enfim, caro discípulo, você vai partir à capital amanhã para fazer o exame de admissão. Seu level é muito mais do que suficiente para passar, será fácil. Sua magia é tão boa quanto a minha e sua mana é vasta, além de possuir um alto intelecto, certamente serão poucos os alunos que vão ter o mesmo nível que você na Escola Real… Porém, esqueça isso tudo, você vai ser apenas alguém normal, com notas medianas, o suficiente para passar sem dificuldades, entendeu?
— Entendi… — Bocejo. — Agora, será que posso ir logo para casa dormir? Eu tenho uma longa viagem para fazer amanhã se não se importa.
— Hmph… Tudo bem, mas antes — Se aproxima da caixinha de vidro ao qual resguardava o anel. O espírito retira a a jóia do seu lugar e volta a se aproximar de mim —, aqui, pegue. Se você usá-lo eu irei com você, aonde quer que vá sempre permaneça com ele no seu dedo. — Entrega o anel em minhas mãos.
Eu coloco o anel em meu dedo anelar da mão direita. No mesmo momento em que me equipo, a mana do anel percorre por todo meu corpo, mas se esvai da mesma forma que começou.
— A mana sumiu?! — Pergunto, surpreso pelo ocorrido.
— Fique calmo — o espírito tranquiliza —, apenas guardei ela em você, no fundo da sua alma, para ser mais preciso. É melhor do que andar por aí atraindo demônios e causando o caos por onde passa, não é?
—É… tem razão, haha. Então vou indo, Sensei!
— Nos vemos amanhã pela manhã.
— Certo, boa Noite! — Saio correndo enquanto o sensei entra no anel como uma fumaça.

Me aproveito do percurso na floresta para caçar alguns animais e levar para a Emi-Chan. A comida preparada por ela é  a melhor do reino para nós. Acho que 1 Javali pele de prata, 1 cervo mágico e 4 coelhos selvagens darão uma boa refeição.
Usando das habilidades mágicas adquiridas pelo sensei ao longo dos anos, caçar estes seis animais não foi uma tarefa difícil. Chegando no orfanato, depois de finalizar a caçada, entro e vou até a cozinha.
— Bem Vindo de volta, Leon-Kun! — Emília se apresenta na porta.
— Yo! Emi-Chan, aqui está os ingredientes para a janta de hoje.
— Isso é bastante coisa, mas vou prepará-los. Amanhã é uma ocasião especial, não é? O nosso leãozinho cresceu muito.
— Etoo… — Sinto meu rosto corar. — Eu vou indo arrumar as coisas no meu quarto!

Saio correndo em direção ao quarto. Lá, começo arrumar algumas roupas e alguns pertences pessoais. Organizando meus itens, reparo na grande quantia de objetos criados por mim que são originários da minha terra passada. Sempre que possuía um horário vago, me pegava preparando um desses itens. Com toda certeza, o pertence mais difícil de criar, e também meu favorito, foi uma flauta de madeira. Apesar de simples, a qualidade sonora é agradável. Torço para que essas coisas existam nesse mundo, caso contrário, posso criar um pequeno pânico.
Guardo tudo o que preciso em uma mochila grande e a deixo ao lado da minha cama junto da mochila dos outros.
— Bom, vamos deixar o orfanato em breve… He, é incrível como dói ter de deixar esse lugar.
— Nós concordamos — disse Dante junto ao Kai. Parados logo atrás de mim.
— Quando diabos vocês chegaram aqui?
— Acho que há alguns segundos. — Informa Dante.
— E você nem notou. — Acrescentou Kai.
— É… tanto faz. Me digam uma coisa… Porque escolheram a escola de cavaleiros?
— Bom, acho que é mais meu estilo segurar uma espada do que um cajado e trajar uma túnica. — Respondeu Kai.
— Eu até gostaria de ser um mago, mas, vamos ser realistas, minha área é a luta corpo a corpo e não ataques a distância. — Disse Dante.
— Não entendo vocês, ainda que sejam magos, é possível usar outras armas, não apenas cajados, um exemplo seria utilizar uma espada encantada. Luta corpo a corpo é a mesma coisa. Magos também lutam frente a frente com um inimigo em batalhas.
Ainda que eu apresentasse tais argumentos, ambos discordaram, dando preferência ao cavalheirismo.
— Aff… Façam o que quiserem, a vida é de vocês mesmo. Dessa forma, eu serei o único a ir para a academia de magos reais?
— A Gaby disse que vai ser uma Healler. — Comenta Dante.
— Ora, ora… me deixarão sozinho mesmo… Pelo menos vocês não vão estar muito longe uns dos outros, uma vez que os Heallers também são treinados na Escola de Cavaleiros Reais. Apenas têm suas instalações separadas.
— Sim, foi o que Otou-San disse, mesmo.
— O único que sabe alguma coisa da capital por aqui. — Acrescenta Dante.
— Chega de papo, vamos lá jantar que amanhã vamos gastar, muita... mas, muita energia, mesmo. — Dante e Kai concordam.

Antes de irmos direto para a comida, damos uma pausa na capela no intuito de realizar a oração, para então ir jantar. Durante esse último dia comendo juntos, dentre conversas e brincadeiras, não poderia mentir que senti a emoção de saber que iria me separar de todos. A última conversa a se ter em mesa, foi sobre o longo, e emotivo, discurso do Otou-San, sendo meloso e dramático, como sempre é, demarcando como o último traço de afeto dele por mim que eu receberia por um tempo.

Me levantei antes mesmo do nascer do Sol, apenas me era possível observar um pequeno feixe de luz ao longe, eram quase 6 da manhã. Uma madrugada fria, perfeita para me manter na cama, se tornou inevitável bocejar a cada 5 minutos.
_Odeio despedidas, espero que me perdoem por isso, mas eu mandarei cartas uma vez por mês. Não acho que vai ter problema. Essa viagem será meio solitário sendo apenas eu e o Sensei._
— Sensei? Está aí? — Tento contatá-lo, abrindo uma "conexão mental".
— Sim?
— Como exatamente será sua reencarnação? Tipo, se você vai se lembrar de tudo, ou se seu corpo vai ser o de um adulto... essas coisas.
— Para falar a verdade, eu não sei ao certo. Apenas a minha alma foi selada, então meu corpo morreu e apodreceu. Sendo assim, vou precisar de um novo corpo para que minha alma possa habitar. Quanto a proporções, etnia, gênero ou as memórias do corpo, eu não tenho ideia, apenas tenho noção de ser algo aleatório, uma escolha não derivada de mim.
— Entendi.

Skill: Search. Analisando a área por 10Km², usando uma grande quantia de mana.
Resultado: Nenhuma ameaça encontrada.

— É, não há nada com o que se preocupar por enquanto. Sem sinal de demônios, ladrões ou qualquer outra coisa que possa me fazer atrasar.
— Fique de olho em tudo ao seu redor, o inimigo surge quando menos esperamos. — Aconselha o espírito.
— Tem razão, Sensei.

Ativando skill: Sentidos Aguçados.
Mana: Estável.

— Que barulhentos esses insetos, meus ouvidos chegam a doer. — Encosto as mãos nos ouvidos, tentando amenizar a dor.
— Acostume a usar essa skill, ela é muito útil.
— Entendido. Mas são quantos dias daqui até a capital, mesmo?
— A pé são 9 e de carruagem são 4.
— Sério?! 9 dias?! — Grito —, Ah… isso vai ser cansativo. — Sensei apenas concorda.
Pessoalmente, me desafio a chegar antes que qualquer outro. Devido a isto, saio correndo e subo em uma árvore para que, assim, pudesse pular de galho em galho, aumentando minha velocidade em direção à capital.

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