Capítulo 6: A Capital do Reino.

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2 dias depois...

   — Ainda bem que conseguimos essa carona, eu já não aguentava mais correr… — Salientava, ao som do chacoalhar da carruagem em choque contra as pedras que pavimentam o caminho e o leve cheiro de frutas diversas que estavam sendo transportadas.
  — Realmente. Uma grande sorte. — Meu sensei responde.
  — Falando sozinho? — Me pergunta o condutor, confuso.
  — Ah, não, não. Eu apenas pensei alto…
  — Entendi… — Distancia —, Já estamos chegando na capital.
  — Entendido e obrigado.

  Algumas horas se passam dentro da carruagem. Para meu azar, a rota utilizada pelo condutor não atravessava diretamente o meu destino, me permitindo descer poucos quilômetros de distância entre a grande muralha da capital e a orla de uma floresta próxima.
  Eu agradeço ao motorista pela carona e sigo meu caminho, reparando em como a muralha cada vez mais aparentava crescer de pouco em pouco, certamente podia se chamar de capital pela imponência que o tamanho representa.
  Mesmo andando a passos largos, sem correr para guardar energias, precisei de quase uma hora inteira para realmente me aproximar da entrada da grande muralha resguardada por apenas dois guardas. A apresentação da entrada, além de imponente, era bem cuidada, o pavimento feito com pisos de concreto e o baixo gramado ao redor, embelezavam o ambiente.
  Antes que pudesse realmente visualizar o lugar, os guardas que protegem a área intervém à minha entrada.

  — Alguma forma de identificação e 20 moedas de prata para entrar na Capital. — Anuncia.
  — Entendido...

  Tiro da mochila um saco de dinheiro e recolho as 20 moedas de prata e as alcanço ao guarda. Coloco a mochila nas costas novamente e retiro do pescoço um pingente de ferro amarrado em uma corda fina como um colar. Nele, de acordo com Otou-san, tem entalhado um símbolo de identificação que ele mesmo gravou e deu a todos nós antes de partirmos.
  — O q-que? orfanato Lua vermelha?! — Impressionaram-se ambos os guardas. — P-perdão… Leon-Sama, pode passar. O senhor está isento da taxa de entrada!
  — A-ah... Tá bom?
  — Sim, sim, pode passar, por favor…
  — Okay...

  Ainda confuso, atravesso a entrada, adentrando na capital. O que acabou de acontecer?. Mais importante, seria melhor encontrar meu destino o mais rápido possível. Saio andando pela capital à procura da Escola Real de Magia do Reino. A temperatura presente nesse lugar estava insuportável, o Sol estava quase centrado no céu, andar por 2 horas sem pausa, causa um grande desgaste, o que pede um descanso, me obrigando a procurar um beco para me abrigar em uma sombra.

  — Aaah... Que calor! Onde diabos é essa escola? Fazem 2 horas que estou andando por essa cidade e não vi sequer um cartaz ou forma de localizar essa escola nas ruas e nenhum cidadão sabe também. Isso é estranho até demais!
  — Kyyyaaaaaa! — Ouço um grito ao longe.
  — Ite! O que foi isso? Pareceu meio longe, certamente eu não devia manter a skill Sentidos Aguçados ativa atoa! De qualquer forma, vou checar.

  Saio correndo em direção ao grito que parecia ser próximo ao beco em que me encontrava. Depois de um labirinto de becos sem saída que mais se assemelhavam a becos de um cortiço, finalmente me contemplo com dois homens e duas garotas. Um era um homem baixo, magro, cabelos castanhos e com dois dentes de coelho. O outro era um cara careca, grande e musculoso um típico cérebro de músculos. A garota que gritou parece ter sido a de cabelo azul com pontas verdes, se exibia de um corpo frágil, a pele bem clara e de aparência macia, olhos azuis. A outra tem cabelo vermelho, possui um ar de durona, a pele também clara, olhos vermelhos e ambas tem um corpo bem "farto".
  Nem vou dizer que isso tá um pouco clichê... Enfim já que eu estou aqui, por que não? Não é mesmo? haha.

  Tiro a mochila e a encosto na parede da dobra, onde não vai ser vista por aquelas pessoas. Abro a mochila e procuro uma das coisas que fiz nas minhas horas vagas, sim eu fiz uma máscara! É bem simples, feita de madeira e pintada de preto com duas listras vermelhas que desciam da testa passando pelos olhos e fazendo uma leve curva para lados opostos uma da outra. Equipado com a máscara, vou até aquelas pessoas caminhando a lentos e fortes passos, permitindo que os sons ecoem pelas paredes do beco mal iluminado, ainda em uma pequena distância dos agressores. Confesso que sempre quis fazer uma entrada assim.

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