Amargo Como o Café das 06:00 ~ Imagine Ateez [Yeosang]

Reencontro

POV. Yeosang

Acordei cedo para o trabalho, cedo porém em cima da hora. Tomei um banho rápido, e dessa vez não deu tempo de arrumar meu cabelo, peguei uma torrada com geléia e fui comendo no caminho, corri como nunca. Ao chegar na porta do café meu colega de trabalho apareceu irritado.

— Cara, onde você tava? Eu quase não consegui te cobrir. Toma, assume logo, temos clientes novos. — Pj disse me entregando o boné que o café nos obrigava usar.

Corri até o balcão enquanto colocava o boné. "Próximo" Gritei para o cliente. Ao mesmo tempo que pegava um copo para o caputino do homem, perguntava a ele se prefetia canudo de papel ou de plástico. Me virei pra lhe entregar seu pedido, mas dei de cara com um rosto conhecido, o homem cujo caí em cima no dia anterior.

— Olá, bom dia, senhor! Aqui está, até a próxima. E me desculpe por ontem.

— Que seja... Obrigado. — disse ele indo ao caixa para pagar por seu pedido.

Suspirei. "Espero não ter que encontra-lo outra vez. Isso foi constrangedor" Pensei. "Próximo" Gritei mais uma vez arrumando um pouco meu cabelo bagunçado.

As três horas fui liberado do trabalho, me despedi de Pj e troquei de roupa. Passei em minha casa rapidamente, apenas para pegar meu skate. "Pista de skate, me aguarde!" Disse para mim mesmo minutos antes de sair de casa.

Cumprimentei todos os meus amigos da pista e me pus a andar no meu belo skate. Consegui fazer manobras que nem mesmo o melhor de nós conseguia reproduzir.

— Sang, amanhã não é seu aniversário? Seus pais vão vir passar com você ou você vai ficar aqui com a gente? — Perguntou. Pensei que nem ele e nem ninguém se lembraria do dia de amanhã, pelo menos era o que eu preferia que tivesse acontecido.

— Acho que vou ficar aqui com vocês, aniversário não é na importante. — disse pondo meu skate no chão para começar a andar novamente.

— Legal. — disse o garoto olhando e rindo para os outros Ali.

Passei o dia na pista, ganhei arranhões novos e alguns colegas também. A noite, quando cheguei em casa, me deitei com o laptop em meu colo, pronto para me entreter com videos de pixação em skate. Eu realmente adorava isso.

Acabei dormindo por estar cansado, acordei no dia seguinte. Eu tive folga no trabalho por ser meu aniversário. Ganhei uma xícara de presente do Pj e uma blusa do meu chefe. Fui direto para o banho e depois para a pista novamente. Aquela era minha rotina. Casa, trabalho, pista.

Inesperadamente a pista estava vazia, completamente vazia. Não sabia se aquilo era por minha causa ou se fora uma mera coincidência. O local era só meu. Sem contar o fato de que o cara de sempre estava do outro lado da rua. O homem cujo caí em cima e que um dia depois fora minha clientela.

Pensei que seria legal atravessar a rua para me desculpar novamente, mas me arrependi no meio do caminho. Com apenas alguns passos dados para chegar ao outro lado, me pus a falar com o homem que tivera uma má impressão de mim.

— Olá, lembra de mim? Sou aquele que... — fui interrompido pelo mesmo.

— Lembro. O que quer? Estou ocupado. — estendeu uma sacola de pães para que eu visse o que ele estava a fazer, e, provavelmente, o deixar em paz.

— Desculpa, não queria atrapalhar. Mas queria que soubesse que não fiz aquilo por querer. Tem algo que eu possa fazer em troca? — por que diabos fui perguntar isso?!

— Nada!

— Tem certeza?

— Sim. Eu tenho... Não. Você me ensina  a andar de skate? — um cara mascarado passou pela gente, parando na frente do homem cujo conversava. Apontou-lhe uma arma, aquilo foi desisperador. Mas ele nem sequer levantou as mãos para se render. Ele apenas segurou a mão do cara que queria nos encurralar e o jogou no chão, foi incrível.

— Woooou, isso é daora cara. Você tem que me ensinar isso. É sério. — disse sem tirar os olhos do mascarado que estava no chão.

— Não.

— O que? Por que?

— Porque não estou afim. — ele disse se dando de ombros e começando a andar, e eu apenas o segui.

— Mas isso é legal de mais para não ser ensinado. — ele parou e olhou fixamente para mim, parecia escolher as palavras que iria usar agora.

— Olha aqui pirralho, eu tenho um trabalho cansativo pra caramba, meu chefe me dá deveres toda noite e eu não tenho quase tempo para dormir. Então por favor, não encha o saco.

— hum... Não acredito. Se você não tivesse tempo mesmo, não pediria para que eu te ensine a andar de skate! — disse e ele ficou constrangido, tentou uma desculpa esfarrapada, mas não acreditei. Então ele se pôs a dizer a verdade.

— É pra imprecionar alguém. Satisfeito? — nesse momento, voltamos de andar.

— Ahh, é por uma garota...

— Não exatamente. — ignorei suas palavras e fiquei em sua frente.

Puxei seu pulso, o levando para minha casa. Disse para que se sentisse avontade e lhe pedi para sentar. Fui até a parte de tras da minha casa e peguei meu skate reserva. Chegando na sala novamente, levantei o skate para que ele visse, dando a entender que agora aquilo era dele.

Voltamos para a pista. Ele não conseguia ficar em pé, seria mesmo difícil ensina-lo a fazer isso. Depois de horas e horas finalmente conseguiu sair do lugar. Eu era um ótimo professor! O ajudei a sair do skate sem cair, mas isso resultou em um tombo, ou melhor, mais um tombo.

— Você está melhor que antes, sem dúvidas. — disse depois de ter voltado de uma lanchonete ali perto. Peguei um pouco de água para ele e lhe entreguei.

Sentados no meio da pista vazia bebiamos tranquilamente, o vento fresco era bom, batia em seu rosto suado e levava meus cabelos para trás. Olhei para o lado e o mesmo reproduzia o mesmo ato, olhando para mim, até, finalmente, me fazer uma pergunta.

— Seu nome...

— Eu preciso dizer? — olhou seriamente para mim. — Certo. Me chamo Yeosang

— Jay. — Jay se levantou pegando o skate. Me ajudou a levantar, ele parecia querer ir a algum lugar. — Vamos, preciso aprender isso logo, se ficarmos enrolando não terá tempo de te ensinar a lutar.

— Ahhhhh, sério mesmo?? — perguntei animado.

— Não se você continuar lerdando. — rapidamente peguei meu skate e voltei a ensina-lo.