Capítulo 18

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- mais que MERDA é essa- primeiro eu não entendi o motivo da histeria de Lívia, mas depois pensando nos fatos, eu estava de mãos dadas com o Lucas, de manhã, com a boca toda borrada de batom, com roupa de festa e provavelmente com o cabelo todo desgranhado, e também tem a roupa dele suja com o meu batom, até eu pensaria isso de mim mesma

- Lívia não é nada disso que você está pensando

- a não, pois pra mim parece que você dormiu com o cara que eu gostava no mesmo dia que eu disse a você que gostava dele - ela estava gritando

- mas eu não...- o que eu ia dizer que nao tinha dormido ? Eu dormi com ele, mas não da forma que ela estava pensando

- me poupe, eu não quero ouvir as suas lamentações. Você é patética, não me admira que só tenha uma amiga de verdade, que eu aposto que só te aguenta por causa dos seus pais, você é desprezível - ela chegou bem perto de mim- ninguém aguenta ficar perto de você, nem mesmo os seus pais, eles te abandonaram e sabe por quê? Porque você não é ninguém, sua falsa você falava que ele era insuportável, aposto que ria de mim pelas costas enquanto se prostituia, sua vagabun...

- ei já chega- Lucas se colocou entre mim e ela

Eu não queria chorar, mas o meu nariz ardia, e eu não consegui segurar a lágrima solitária que escorria pelo meu rosto

- pode chorar, chora bastante, por que você agora, é a nova vadia do Colégio Elite

- eu disse já chega- ele falou num tom que eu nunca tinha ouvido antes

Lívia foi embora, desfilando como se nada tivesse acontecido. Já pra mim parecia que o meu emocional havia colidido com um caminhão em alta velocidade. Ninguém nunca havia falado coisas tão cruéis pra mim, eu odeio me sentir assim, tão impotente nunca fui tão humilhada . Olhei pra cima e as pessoas me encaravam como se eu fosse mesmo tudo aquilo que a Lívia havia falado. Não resisti ao impulso e sai correndo pra fora do café. Eu encostei no carro de Lucas, enquanto tentava conter as lágrimas. Ele veio logo depois com dois copos de café e um saco

- ei, eu trouxe pra você - ele me entregou o café

- obrigada- disse com a voz embargada

- vem vamos entrar- ele abriu a porta pra mim

Ficamos sentados dentro do carro
Eu tomei um gole do café e uma lágrima escorreu

- por favor não chora - ele limpou a minha lágrima- não sei o que fazer quando uma garota chora- eu sorri com as suas palavras sinceras- você quer conversar ?

Eu fiz que não com a cabeça

- então o que você quer fazer?

- só me leva pro hotel, pode ser?- ele assentiu

Chegamos no hotel sem dizer uma palavra, o caminho de elevador, também foi em silêncio total, chegamos no nosso andar. Eu fui pegar a chave na bolsa e o Lucas segurou minha mão

- ei, se você quiser conversar, lembra que tem um amigo agora

Eu assenti e entrei no meu quarto
Tomei um banho quente e deitei na cama, fiquei pensando em tudo que tinha acontecido.

Se eu não tivesse aceitado ir naquela festa nada disso estaria acontecendo.
Talvez se eu não tivesse comprado aquele batom vermelho. Eu me sinto uma idiota. Aposto que a Lívia vai contar pra todos, só que os fatos que ela tem são tão distorcidos.
Adormeci

Acordei já estava quase anoitecendo, fiquei um tempo pensando no que deveria fazer e já tinha chegado em uma conclusão eu precisava me afastar o mais rápido possível de Lucas, aquele garoto era encrenca na certa.

Coloquei o celular pra carregar enquanto tomava banho. Liguei o climatizador do quarto, depois de uma semana sofrendo com o frio eu descobri que tinha um, coloquei um short curtinho de pijama e uma blusa de manga longa. Tinha duas mensagens da Laís, uma perguntando se eu estava bem e a outra me chamando pra comer pizza com ela, eu estava faminta não tinha comido nada o dia todo, mas apesar de querer ir, algo me dizia que Lucas poderia estar lá e tudo que eu menos preciso é de um confronto direto com ele. Respondi a ela que não iria.

Liguei na recepção e pedi serviço de quarto, hoje seria só eu, minha comida e um filminho. Pedi um prato típico de Londres e sorvete com brigadeiro de sobremesa, estava ficando ansiosa pois a comida não chegava e eu já estava quase desmaiando de fome.
Bateram na porta, eu dei um salto do sofá, e abri a porta com o maior sorriso do mundo, mas ele se desfez assim que eu vi quem estava na minha porta.
Ele me olhou de cima a baixo e parou nas minhas pernas

- ei o meu rosto é aqui- estralei os dedos no rosto dele.

- me desculpe pimentinha, é que eu nunca tinha te visto assim

- então o que você quer?

- eu vim ver se você estava bem e te chamar para comer pizza, eu você a Laís e o Harry - sabia que ele iria

- eu estou bem e já falei pra Laís que eu não vou

- por que você não vai ?

- porque você vai estar lá

- mas eu pensei que nós éramos amigos- ele fez uma cara confusa

- tempo verbal certo, nós "éramos " amigos, agora não somos mais nada

- eu não entendo porque você me trata assim sério.

- Lucas, você mesmo falou que não tem amigas meninas e eu acho que já sei o porquê.

- eu nunca disse que não tinha amigas meninas

- não disse, mas pensou é a mesma coisa, então só fingi que o que você passou comigo essa semana não aconteceu, pode ser ?

Antes de ele responder o funcionário do hotel chegou com a minha comida eu deixei ele entrar e quando ele saiu eu disse finalmente

- tchau Lucas - e fechei a porta nem esperei ele responder foi bem na cara dele

Eu encostei na porta me sentido mau, eu gostava da companhia dele, eu estava começando a me sentir confortável com ele, mas infelizmente eu não tinha outra opção a não ser me afastar, eu não aguentaria outra humilhação pública como a de hoje mais cedo

Quando eu te conheci...Onde histórias criam vida. Descubra agora