Capitulo 41

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-por que você está aqui ? - pergunto olhando pra Daniel que está encostado em seu carro no estacionamento da escola, chamando atenção de todo mundo. E quando digo todo mundo, quero dizer todos mesmo. Eu conseguia ouvir os cochichos da pessoas enquanto caminhava até ele.
" eu não acredito que ela trocou mesmo o Lucas Menezes", " Lucas deu um pé na bunda dela, e ela não perdeu tempo em", " que rápida" , "Como essa insípida conseguiu a atenção de Lucas Menezes e desse cara" esses são alguns comentários, os outros são horríveis demais para reproduzir.

- nossa, oi pra você também! - Daniel diz descruzando os braços para se aproximar

- ei, o que você está fazendo- dou um passo para trás com uma mão levantada

- relaxa, é só pra manter as aparências- ele me abraça meio sem jeito

- mas a gente não combinou de manter as aparências na escola também - digo enquanto olho em volta e percebo que os olhares agora se alternam entre mim e o outro lado do pátio, que adivinhem só, Lucas, com seus olhos verdes focados em mim. Sinto que ele me faz uma pergunta com os olhos. Não compreendo e então, vejo uma sombra de resignação quando ele abre a porta do seu carro e entra. Meu coração despedaça mais um pouco, não achei que fosse possível. Eu queria que ele acreditasse que eu estava saindo com outra pessoa, mas não que tivesse certeza. Eu sou uma idiota mesmo.

- aquele é seu namorado ? - Daniel chama a minha atenção

- era - digo olhando pra ele. Solto um suspiro- então porque veio ?

- não olha agora, mas do outro lado rua está o motorista do meu pai, percebi ele me seguindo quando estava indo me encontrar com minha garota pra almoçar.

- entendi, então você despistou ele

- pois é! Você quer uma carona ? A gente pode aproveitar e almoçar, fingir um encontro

Dou de ombro

- é pode ser, eu estou faminta e não quero ir pra casa agora.

O almoço foi tranquilo, conversamos sobre amenidades e zoamos o motorista do pai dele que descobri que se chama Marcus Feliz

- o que é um grande eufemismo considerando que eu nunca o vi sorrir e ele trabalha para a minha família a anos- Daniel diz se recostando no assento, quando terminamos de rir

Ele é realmente bonito, olhos azuis, mas não tão brilhantes, cabelos loiros, um pouco curtos demais, porte físico atlético, mas musculoso de menos, ele também é gentil e engraçado mas não do tipo que me faz querer passar horas ao seu lado. Ele não é Lucas, e sinto uma pontada de desespero quando penso que é assim que vai ser sempre. Nenhum deles vai ser bom o suficiente, eu vou comparar todos com ele, e ninguém será capaz de preencher o vazio que sinto em meio peito.

Daniel me deixa em casa e eu me arrasto até a porta da frete, quando eu abro, a empregada me diz que tem alguém me esperando no quintal dos fundos. Vou até lá, não faço ideia de quem pode ser, Gaby teria ido pro meu quarto, qualquer outra pessoas que conheço teria me esperado na sala ou então nem teria esperado.

Quando chego no quintal olho pro pergolado de madeira no jardim e perco o fôlego. Ele está aqui! E está tão bonito, ele está sempre bonito. Por um segundo, penso em voltar e sair silenciosamente, mas ele levanta a cabeça. Seus olhos verdes com pintinhas marrom que eu conheço tão bem estão fixos nos meus, sinto minha pernas tremerem enquanto caminho até ele. Eu me sento na outra extremidade do banco e mantenho os meus olhos focados nas minhas mãos em meu colo. Eu ouço ele suspirar.

- você estava com ele ? - sua voz é desprovida de qualquer emoção

- sim - minha voz não sai tão firme quanto eu pretendia

Quando eu te conheci...Onde histórias criam vida. Descubra agora