Minha cabeça estava começando a latejar, e naquele momento eu não consegui dizer nada. Fechei os olhos ao sentir seu cheiro, e sua carícia no meu cabelo, e então suspirei.
— Eu diria que você apenas está confuso, Kook. – me afastei devagar.
Era isso, só podia ser.
JungKook tinha se declarado, tinha dito que gostava de mim, mas eu sabia que não podia ser verdade. Uma parte de mim dizia que era porque ele encontrou em mim o conforto que nunca teve dos seus pais, ele me via como o seu hyung que cuidava e protegia, mas não podia ser amor. Já a outra, insistia em gritar que ele realmente sentia coisas a mais por mim, entretanto, eu preferia acreditar na primeira opção.
O mais alto me fitou com cuidado, eu podia ver um pouco de decepção no seu olhar, mas desviei o meu.
— Hyung...
Forcei um sorriso.
— Vamos para casa. – Peguei seu pulso e o arrastei de volta para a picape.
Eu poderia ficar e ver Yoongi, como eu pretendia fazer enquanto o mais novo conversava com sua avó, mas eu decidi que não estava no melhor estado mental naquele momento para conversar com ninguém. O caminho todo JungKook não parou de encarar suas mãos, encolhendo-se de forma acanhada, como se tivesse sido um erro dizer aquilo para mim.
Quando chegamos, ignorei-o e me tranquei no quarto, rapidamente pegando o celular e enviando uma mensagem para alguém que eu sabia que entenderia esse tipo de coisa, e que eu queria que me ensinasse como lidar com a situação:
Kim Jisoo.
Afinal, ela é uma garota, e uma garota com certeza sabia como resolver isso, certo?
Eu espero que sim.
Enviei a mensagem para ela e esperei que a resposta viesse, mas no lugar veio uma ligação. Atendi e coloquei o celular no ouvido com cuidado.
— Você precisa me ajudar. – Falei e, nervoso como eu estava, comecei a roer a pele dos dedos.
— Acalme-se. Conte tudo desde o começo.
Eu me sentia em uma consulta com o Seokjin. Balancei a cabeça e lhe contei tudo, sem pausa, disparadamente. Ela ouviu com cuidado sem me interromper, enquanto eu me atropelava com as palavras.
— Uou... então quer dizer que...
— Sim, ele se declarou – falei e levei a mão aos cabelos — O que eu faço?
Ela respirou fundo.
— Você é um idiota, Jimin. O garoto se declarou e você agiu como se ele estivesse apenas confuso, você não pode pelo menos tentar entender os sentimentos dele? – a garota disse firme, o que me trouxe recordações das boas e velhas broncas da senhora Park.
Dei um sorriso pequeno por lembrar da minha mãe.
— Como eu faço isso?
— Converse. Você e ele, a sós. Chame-o para sair e observe como ele age próximo a você. Se te ajuda, eu acho que ele gosta de verdade de ti, lembro bem que no dia que te encontrei no cinema ele parecia estar com ciúmes de mim. – ela riu — Vocês formam um casal bonito.
Revirei os olhos e ri soprado.
— Que pena, eu não sou gay, Jisoo.
— Ainda. Você não vai saber até provar de outra fruta. Preciso ajudar minha mãe com a loja, nos falamos depois! – antes que eu me despedisse, a garota encerrou a chamada e eu suspirei.
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366 Dias | jikook [EM REVISÃO]
FanficCONCLUÍDA jikook | astronomia | fluffy/angst Ao longo do tempo passamos por momentos inesquecíveis, tanto bons quanto ruins, mas e quando tudo vira de cabeça para baixo em apenas um dia? A vida pacata de Park Jimin não poderia estar melhor; tinha u...