Eu vejo um homem, ele é alto, tem os cabelos escuros como uma noite sem estrelas, a pele é pálida como se fosse um formoso floco de neve, parecia brilhoso, bondoso e com um sorriso encantador. Ele me estende a mão, uma mão que parece tão delicada e quente, não consigo ver o rosto do mesmo, pergunto seu nome, mas não consigo ouvir a sua voz que parecia tão tranquila e confortável. Eu o pergunto novamente o que tinha perguntado alegando que não o ouvira direito, mas o mesmo parecia se afastar pelo barulho que começava a aumentar regularmente a distância que estava se afastando, enfim-
Eu acordo em meu quarto sem cobertas cobrindo meu corpo por causa da agitação do sonho que acabara de acordar. O barulho do despertador era mais alto do que ouvi no sonho em si.
O desliguei pois o som já estava insuportável aos meus ouvidos, quando me levantei me espreguiçando em seguida, pude notar que meu quarto estava claro, o motivo sendo que a janela estava aberta quase completamente, confirmando que alguém entrou no recinto, mas não reclamei porém não gostasse que entrassem em meu "espaço pessoal".
Percebendo a hora, me levantei colocando uma camiseta, pois já estava de bermuda, abri a porta me deparando com Kunikida, que parecia prestes a bater na porta do meu quarto.
-Acordando tarde denovo, moleque? - ele me olhava com um olhar torto, parecia irritado.
-M-me perdoe Kunikida-san! Isso não vai se repetir - falei com a cabeça baixa, fazendo reverência ao loiro a minha frente.
-Você diz a mesma frase há duas semanas moleque, não está estudando a noite, está?
-Bem... esse não é o motivo exato da minha sonolência, Kunikida-san. - falei com um pouco de nervosismo junto com um sorriso em meu rosto.
Estava tendo o mesmo sonho há exatamente duas semanas, que sempre não conseguira ver o rosto do homem de sorriso encantador.
-Bem, então tente acordar mais cedo amanhã, não quero de ter que falar para a menina que fica te esperando para ela ir embora. - depois de ter dito isso, Kunikida se vira descendo as escadas para terminar de tomar seu café de sempre.
Assenti, mesmo que Kunikida não tivesse visto meu gesto, em seguida me dirigi ao banheiro para tomar meu banho ainda pensando no homem misterioso que vía me visitar á duas semanas. Depois de ter me vestido com meu uniforme, me dirigo a porta pois já estava atrasado, sem me despedir nem nada, só saí com presa para minha faculdade.
Entrando na faculdade com o porteiro quase fechando as portas, me deparei com o corredor que normalmente está cheio de estudantes vazio. Batendo de leve na porta que em seguida foi aberto pelo meu professor de artes visuais, Dazai.
-Atsushi-kun, atrasado como sempre, não é? - ele fala com um sorriso estampado no rosto.
-Me desculpe, Dazai-san. -falei sentindo minha pele corar levemente com a vergonha de atrapalhar a aula novamente.
-Bem, se sente, tem uma cadeira perto da senhorita Lucy. - acabo assentindo indo em direção aonde ela estava sentada, depois que sentei fui recebido com um tapa na cabeça.
-Seu imbecil! Da próxima vez eu te arranco da cama por me deixar esperando a manhã inteira!
Lucy não tinha nacionalidade japonesa, se mudou para cá a menos de um ano.
-Bem... desculpe por isso. - falei coçando minha cabeça pelo tapa que recebi.
A aula começou, Dazai era um bom professor, mas acabava por deviar do assunto as vezes comentando sobre uma mulher de cabelos suas tentativas de suicídio a maioria cônicas, o que deixava a maioria dos alunos encomodados ou enojados.
***
As aulas tinham acabado e o dia também, acabei de ficar até mais tarde naquele dia por causa das aulas que perdi por ter faltado dois dias e precisava recuperar minhas aulas perdidas.
"...chuva... "
Estava caindo gotas de chuva quando eu estava na parte externa do local, estava forte e o frio que vinha junto com ela também era congelante por causa da estação que estavamos, o outono.
Já tinha checado os guarda chuvas extras que a faculdade deixava caso os alunos não tivessem um, vazio. A chuva veio desprevenida para a maioria dos alunos e não foi uma surpresa para mim.
-Terei que ir assim mesmo.. - falei em sussurro enquanto tinha minhas mãos sobre meus cotovelos pelo frio que estava fazendo.
Quando estava prestes a colocar meus pés na chuva e correr para casa, um homem passa sobre mim. Tive um arrepio quando senti sua presença, ele tossia fortemente como se tivesse alguma coisa entalada em sua garganta.
-Saúde. - foi um ato sem pensar eu adimito, tentei ser educado já que era conhecido como tal.
O homem que acaba de parar estava a minha frente,de costas para mim, tinha os cabelos escuros e nas pontas tinham uma tonalidade branca, não usava blusas de frio como eu, então era possível ver o quanto magro e pálido ele era. Seu guarda chuva era transparente então dava para ver com clareza as gotas recém caídas que iam até as pontas e caiam no solo.
Alguns segundos depois ele vira para mim, então consigo ver seu rosto, ele não parecia ser do primeiro ano como eu, parecia ser do segundo ou terceiro ano da faculdade. Parecia ter em torno da mesma altura que eu, o mesmo era mais alto, seus olhos eram como tinta caída na água, era lindo como a cor de seus olhos pareciam ter tanta profundidade, ter tantos segredos. Parei de admirar sua face quando percebi que estava o olhando fixamente.
-Uh-p-p-PERDÃO! -falei em um tom alto - não foi minha intenção.
Ele ficou em silêncio, senti minha pele corar com tal ato, senti seus olhos olhando para cada extremidade do meu corpo, parecia me analisar. Depois de mais alguns segundos, o silêncio finalmente fora quebrado pelo homem de olhos negros, tossindo em seguida.
-...precisa de uma carona?
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∆ one day of rain ∆
FanfictionAtsushi, um estudante da faculdade de belas-artes, no final das suas aulas, um fim de tarde chuvoso, sem seu guarda chuva, terá que ir para casa... mas, será que a gentileza de um homem excluso naquele momento viria a nascer como uma camélia na prim...