❀ Capítulo 9

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Durante o resto do mês, Deam saíra sempre que podia com Gabriel. Ele era uma ótima companhia, Dean nunca o vira de mau-humor. Ele nunca deixara que Dean ficasse parado tempo suficiente para pensar em seus problemas. Eles estavam sempre fazendo algo juntos e Dean conhecia todos os amigos de Gabriel, que haviam virado um pouco seus amigos também.

Era bom ter companhia, não se sentir sozinho. Não sentia mais as dores que a falta de Castiel causava. Às vezes ele tinha alguns pesadelos e era inevitável, mas sempre que podia, tentava evitar pensar em coisas que o machucavam. Mesmo assim, às vezes se pegava pensando em Castiel, com um sorriso no rosto. Eram lembranças boas, que o confortavam. A lembrança que mais lhe agradava, era de uma noite em que eles estavam na varanda do quarto de Dean, abraçados, observando os carros passarem. Dean repousava o queixo no ombro de Castiel, que acariciava a mão que o outro repousava em sua barriga. Faziam planos mirabolantes para um futuro incerto.

"Já que você não quer filhos, nós poderíamos ter um cachorro", Dean lembrava claramente de Castiel ter falado.

"Um não, vários...", Dean respondera, roçando seu nariz na pele do pescoço do outro, que se arrepiou. "E uma casa enorme, perto da praia"

"Sexo na areia... me parece bom", Castiel respondera maliciosamente e acabara por receber um beliscão. Viraram-se para encarar um ao outro, trocando sorrisos.

"Você acha que um dia isso vai acontecer?", a insegurança de Dean era clara e Castiel apertou seu nariz com a ponta dos dedos em um gesto carinhoso. Dean tinha uma expressão triste, que foi desfeita com a colisão dos lábios de Castiel nos seus.

"Eu acho que sim. Eu tenho quase certeza na verdade...", Castiel descansou a cabeça no ombro de Liam, que abraçou sua cintura. "Eu realmente acredito muito na felicidade ao seu lado, Dean. Eu sei que um dia nós poderemos ser muito felizes juntos e sem preocupações. Acredite em mim"

Dean acreditava e era por isso que essa era sua lembrança predileta. Ela lhe trazia uma certa esperança de que uma hora as coisas iriam se resolver. Eles iriam ter os cachorros e a casa na praia e tudo que eles haviam sonhado, porque Dean acreditava em Castiel, sempre acreditaria.

[...]

Dean estava mais uma vez no quarto de Emma. A garota havia piorado bastante. Ele achava tão injusto que uma menina tão nova sofresse assim. O que ela havia feito para merecer algo assim? Ela era só uma criança, que ainda tinha tanto para ver. O que ele tinha de melhor que Emma para ter ganhado a chance de viver por todo esse tempo. Nada. Absolutamente nada. Mas era ela que estava morrendo em uma cama de hospital. A vida era mesmo injusta. A mãe de Emma estava com os médicos e pedira para que Dean ficasse com ela enquanto não voltava. A senhora estava extremamente abalada. Afinal ela iria perder a única filha que tinha apenas seis anos. Dean olhou o rosto fraco e adormecido de Emma, imaginando como ela deveria estar se sentindo. Para uma criança ficar imóvel em uma cama deveria ser um suplício. Ele havia se perdido em pensamentos, quando a mãe de Emma voltou ao quarto. Sua expressão era a pior possível. O rapaz sentiu formar-se um bolo em sua garganta. Sabia exatamente o que seria dito ali.

"E então?", ele murmurou mesmo assim. A senhora suspirou derrotada, balançando a cabeça negativamente.

"Os médicos disseram que ela tem poucos dias... não há mais solução", Dean a abraçou e a senhora desabou em lágrimas. "Por que ela? O que vai ser de mim sem ela? Eu não tenho mais ninguém"

Dean acariciava os cabelos da mulher, sem saber o que dizer. Se é que havia algo para dizer naquele momento.

"Existe algo que eu possa fazer pela senhora?", ele se sentiu obrigado a perguntar isso. Queria fazer alguma coisa. Não queria se sentir um inútil.

I Won't Mind » Destiel VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora