I Won't Mind » Destiel Version

❀ Capítulo 8

"I won't mind,
Even though I know you'll never be mine"

Três meses. Esse era quase o tempo exato que se passara desde o incêndio do auditório do colégio. Depois de uma longa investigação descobriram que o incêndio fora intencional. As investigações continuaram para descobrir quem fora o culpado. Mas no final todos saíram ilesos. Todos. E Dean tinha certeza disso. Antes ele pensara que fora muita fumaça que ele inalara, porém depois de algumas horas acordado sentado na cama de seu quarto, ele entendera exatamente o que acontecera. Associando as cenas em sua cabeça, ele percebera que Meg fora alertar Castiel sobre alguma coisa. E essa coisa era o que ele estava tentando lhe dizer quando a confusão começou. O que Castiel estava tentando lhe dizer era que ele iria embora. O incêndio fora apenas uma grande coincidência que o ajudara a ir embora sem precisar se despedir. As despedidas doeriam demais. E ele sabia que se contasse a Dean que estava indo, Dean iria querer ir junto.

Quando Meg dissera que iria buscar Castiel lá dentro, na verdade ela apenas iria ajudá-lo a fugir. Era impressionante como eles raciocinaram aquilo em poucos segundos. Assim que percebera tudo isso, Dean sentira muita raiva. Raiva de Castiel por tê-lo feito se preocupar em vão, por não ter lhe dado à chance de se despedir, por não ter tido a chance de dizer eu te amo, de beijá-lo uma última vez. Se ele imaginou que seria melhor assim, ele estava muito enganado. Fora pior, muito pior. Talvez ele quisesse que Dean sentisse raiva dele, porque com a raiva seria muito mais difícil sentir falta. E fora realmente dessa forma. Na primeira semana a raiva de Dean era tanta que ele não conseguia perceber a falta que Castiel fazia. Mas depois que a raiva passou, o buraco que havia em seu peito começou a arder. Nessa hora se ele pudesse escolher, ele escolheria a raiva. Mas sempre que ele saía do colégio, ele esperava encontrar Castiel parado ao lado do seu carro.

O natal fora o pior. Dean não deixara seu quarto. Havia tantos planos que eles fizeram juntos. Eles poderiam ter tido o natal perfeito, como uma família. Mas Castiel estava longe demais naquele momento. Sempre que o telefone tocava, Dean tinha a esperança de que fosse Castiel, a falta que ele fazia estava matando-o aos poucos. Dean comia mal, dormia mal, ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa, sentia-se vazio, sem alma. Talvez fosse porque parte dela tivesse sido levada embora e a que ficara não era auto-sucificente para permanecer sozinha. Anna não sabia o real motivo pelo qual Castiel havia deixado à cidade e Dean havia dito que eles tinham terminado tudo. O que não era uma completa mentira. Era como se eles houvessem terminado, não? De um jeito um pouco estranho, mas era um fim.

Mesmo assim, Anna não entedia por que Dean jamais tirara sua aliança. Continuava imponente em seu dedo anelar da mão esquerda. O Winchester tomava aquela aliança como à prova de que um dia Novak realmente o amara, ou ainda o amava. Era seu ponto de sanidade. Mesmo assim, Dean começava a achar que não chegaria ao fim disso totalmente são. Se é que haveria um fim. Ele esperava sinceramente que sim. Até aquele momento cogitara a ideia de mudar de casa, porque a dele tinha lembranças demais de momentos que vivera com Castiel. Às vezes se tornava difícil suportar, então Dean passava horas fora de casa, apenas caminhando. Uma vez em uma de suas caminhadas, ele acabou no parque em que ele passara suas tardes durante a adolescência com Cas, o mesmo em que ele o levara há algum tempo. Caminhou até a árvore exata, seus olhos esquadrinhando a madeira.

Os nomes continuavam gravados lá, ainda que desgastados. Dean contornou lentamente a marca com a ponta dos dedos, encostando a testa na madeira. Havia um caroço enorme em sua garganta, mas sabia que não derramaria uma lágrima que fosse. Ele não havia chorado nenhuma vez desde que Castiel fora embora. Chorar seria como se entregar totalmente a dor, e ele afundaria e acabaria sufocado em sua própria tristeza.