Capítulo 11 - JK ✨

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Conseguia ouvir os murmúrios de Jimin pelo viva-voz do meu celular. Havia fechado todas as janelas do carro e tomado o caminho mais tranquilo, evitando qualquer barulho que pudesse perturbá-lo. Ainda estava eufórico com tudo o que tinha acontecido naquela noite, e quando ele me ligou enquanto voltava para casa, dizendo que não queria ficar sozinho, minha resposta foi imediata. Eu queria estar lá para ele, de qualquer forma que pudesse.

Enquanto dirigia, revivia os momentos intensos que compartilhamos. O gosto de seus lábios, o toque de sua pele, sua risada nervosa ecoava em minha mente como um refrão doce e incontrolável. Meu coração parecia estar em ritmo constante de descompasso, mas era uma sensação que eu não queria que passasse.

Ao estacionar em frente à minha casa, desliguei o motor e fiquei ali por alguns instantes, apenas ouvindo sua respiração profunda do outro lado da linha. Estava claro que ele já havia caído no sono, mas, de repente, ele começou a murmurar palavras soltas e desconexas: "timidez", "leite" e, finalmente, "Jeon". Sorri ao ouvir meu nome em seus lábios, mesmo em um estado inconsciente. Encostei meus lábios no microfone do celular e sussurrei um suave "boa noite" antes de encerrar a ligação. Permanecer na linha com ele em um estado tão vulnerável parecia injusto, mesmo que cada segundo fosse um presente.

Carreguei o cesto de maçãs para dentro, ainda com o coração leve, mas a mente ocupada com as memórias da noite. Lembrei-me da vez em que dormimos juntos. Ele havia capotado com sua perna entrelaçada na minha, como se temesse que eu escapasse. Acordei antes dele, e sua expressão era tão serena que parecia quase irreal. Seus olhos fechados tinham um contorno natural que os fazia parecer delineados, e suas bochechas rosadas convidavam meu toque. Eu me permiti acariciar sua pele por um breve e precioso momento, sentindo o calor e a suavidade que tanto me atraíam. Eu era, sem dúvida, um privilegiado por estar tão perto de alguém como ele.

Quando entrei na cozinha com o cesto, minha tia estava lá, tomando um copo d'água. Ela me olhou com uma sobrancelha arqueada, notando meu estado — cabelo bagunçado, sorriso bobo e uma aura que, sem dúvida, entregava que algo grande havia acontecido.

— Foi uma boa noite Branca de Neve? — ela perguntou com um tom brincalhão, enquanto seus olhos percorriam o cesto de maçãs.

— Foi... — respondi, tentando conter o sorriso que teimava em crescer. — Melhor do que eu esperava.

Ela balançou a cabeça, rindo baixinho, mas não perguntou mais nada. E eu também não disse. As lembranças já eram suficientes para preencher cada espaço vazio em mim. Minha tia se aproximou da cesta, seus dedos finos traçando delicadamente o contorno das maçãs como se fossem tesouros preciosos.

— Elas são lindas, tão vermelhas e gordinhas — comentou, trazendo uma delas mais perto do rosto para analisá-la.

— Fui colher hoje cedo com o Jimin — expliquei, enquanto pegava uma faca para começar a cortar a fruta em formato de coelho. — Parece que o pomar é uma tradição de família dele.

Ela se acomodou em uma das cadeiras da cozinha, os olhos me observando atentamente enquanto eu trabalhava.

— Passam bastante tempo juntos, você e ele, hm? — sua pergunta veio com a casualidade de quem já sabia a resposta.

— Não quanto eu gostaria — admiti, minha voz traindo o desejo escondido. — Mas gosto da companhia dele.

— E dele? — sua pergunta seguinte veio acompanhada de um olhar penetrante, quase queimando minha pele.

Suspirei, tentando evitar a intensidade do momento. — Quer mesmo ter essa conversa aqui?

Ela riu suavemente, balançando a cabeça. — Achou mesmo que eu não sabia que você gosta de garotos? Por favor, Jeon. Você queria convidar o Peter para o baile de inverno no quarto ano e só desistiu porque caiu na água fria durante o feriado.

LÓTUS (pjm+jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora