A Volta

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Quando chegaram no campo e puderam visualizar seu pequeno acampamento os dois tremeram:barracas, objetos, jaulas, enfim, tudo destruído e o principal medo: A jaula da sombra de porta escancarada.

Marta e Lino ouviram a risada irônica da bruxa na escuridão:

-Agora vocês são meus- Disse o sussurro melodramático e assustador da bruxa, gelando o sangue dos dois.

Marta e Lino começaram a correr e pensar:

"Ninguém na rua, ninguém na noite, o que será de nós?"

Mas os dois sabiam que em área aberta não tinham chance e correram para o coração da floresta, não uma floresta amazônica, mas boa para se perderem.

Marta e Lino podiam ver o vulto da bruxa entre as árvores, como um morcego pulando de tronco em tronco destruindo galhos e tudo que estivesse em seu caminho. Os dois corriam com o maior esforço possível, quando de repente viram umas raízes esburacadas de um velho Ipê e pensando como um só, escorregaram buraco adentro vendo que escaparam por um triz da terrível fera que os perseguia,que começou a enfiar as garras pelo buraco em que eles entraram ferozmente, possivelmente procurando a cabeça de um deles para executar sua terrível vingança, mas sem êxito.

- Vocês não ficarão aí para sempre, saiam para eu acabar logo com isso. – Disse a voz rouca da bruxa seguida de um ronco meio ganido e a risada irônica de sempre, sem espera de resposta – Mas eu poderei esperar para sempre, não tenho pressa em questões vingativas – respondeu a bruxa á ela mesma.

Lino sabia que aquela era uma floresta muito visitada e a presença indesejável da bruxa não duraria quanto ela pensava.

***

Manhã, e Marta e Lino finalmente tiveram uma noite de sono, não tão agradável, pois os fantasmas que invadiam suas mentes os perturbaram a noite toda, causando pesadelos terríveis e sustos dramáticos, o que os limitou a somente poucos minutos de noite de sono agradável em intervalos de pesadelos assustadores de gritos, dor, lebres, mortes, e etc.

- Marta acorda. Olha.

- O que?

Lá fora estava sol brilhava e o dia estava bonito, mas não foi isso que impressionou Marta, foi ver que o que acordou Lino foi o barulho de universitários chegando para fazer uma escursão, estavam salvos!

- Rápido Lino, vamos!

Os dois saíram da toca e foram escondidos sem que os universitários os vissem para fora da floresta.

- Liberdade! – Gritou Marta.

- Em termos, à noite a fera nos buscará, onde quer que a gente esteja!

- Tem razão... Olhos atentos e a vida continua...Por enquanto...

A rua estava bem movimentada mas não evitava os olhares de trezentos e sessenta graus constantes e o susto pelo barulho de uma folha estalando no chão.

E agora? Onde estava a sombra? Que pista eles tinham? Somente uma:

- Marta e agora? Aonde foi a sombra? Não temos pista!

- Nós temos uma! Eu notei que a bruxa é a sombra!

- Como assim?

- A bruxa esta com a sombra! Não notou? Quando eu a vi entre as árvores, eu senti uma coisa estranha, como se Felipe estivesse lá, mas como se também não estivesse, eu podia ouvir os gritos de socorro dele, mesmo sem nenhum som.

- Mas, Marta, eu sei que mulher tem boa "premonição" e coisa e tal, mas confiar só no instinto não é arriscado?

- Espera-me terminar! Eu também vi outra coisa! A bruxa não tem sombra, bem, tem, mas é Felipe! É a nova sombra dela! Agora sabemos onde Felipe está e temos certeza do culpado!

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