PROFUNDO

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Estou eu a me esconder do mundo
Para zelar assim meu eu sagrado
Para que torne-se, este, o meu fado
Posto que em mim é o que há de mais profundo

E não é pouco o que me cabe, não confundo
O que me basta é o que me faz afortunado
Contendo a mim, me faço contentado
E de mim mesmo, assim, então me inundo

Nada é tanto quanto o que contenho
Dentro de mim a eternidade tenho
E o que mais eu poderia, enfim, querer?

Por isso busco e buscarei confinamento
Pois nele é onde encontro o entendimento
Quando fecho os olhos para, enfim, me ver!

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