Uma face minha é realidade
Outra face, simplesmente, um delírio
Há um olhar meu que é brevidade
E o outro tem a essência que irradio
Uma face minha é amargura
Outra, uma chama que fulgura
Uma face minha é um sorriso
Que quase sempre é indeciso
E a maior face minha é a estranheza
E esta traz minha única certeza
Do mistério que me guarda quando afundo
Uma face atende tantas preces
Outra face simplesmente acontece
Sem contar esperar o instante oportuno
Uma face minha é por acaso
E uma outra surge por engano
Entre a plenitude e o por enquanto
Entre um eu profundo e outro raso
Às vezes eu sou tanto
Que nem sei o que é que sou
Por outro lado
Nem sou aquilo e nem sou isto
Por outro lado
Na verdade, eu nem existo!
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LIVRO DO POETA
ŞiirMEU CANTO Eu escrevo a vida e o que sinto Nas linhas onde vivo e onde passo Se triste, alegre, quando penso ou por instinto Se completo e quando me falta um pedaço Quando me cegam e quando eu sou frustrado Quando me calam e quando sou apagado Quando...