CANEM
Quando a porta do chalé de Sanem se abriu, Can reteve o fôlego. Ela usava o mesmo vestido branco que usara quando assumiu seus sentimentos por ele, dando-lhes uma chance, tanto tempo atrás.
Na cabeça, levava uma guirlanda de flores e nem mesmo aquilo o surpreendeu, já que em uma tarde remota, durante uma sessão de fotos, Sanem fizera o mesmo.
Segurando a mão delicada, ele beija-lhe a palma, fazendo com que um riso escape dos lábios de Sanem. A barba fizera cócegas, mas a sensação fora bem-vinda.
— Está pronta? — Can pergunta, ainda temendo que ela desistisse.
— Para o quê? — Sanem questiona em brincadeira.
— Para se tornar minha, finalmente.
— E eu já não sou?
O sorriso safado brilha no rosto de Can Divit.
— Vamos apenas dizer... que dessa vez será um atestado para a humanidade.
Os dois seguem em silêncio até uma área isolada da praia, e Sanem custa conter o suspiro de assombro.
— Can! Como você fez isso? — pergunta ao ver a pequena tenda com um tule branco e flutuante.
— Eu tenho meus meios, minha querida.
O sorriso no rosto de Sanem já valeria pelo esforço em lhe fazer uma surpresa.
Se aquela era a noite deles, Can queria que fosse memorável.
— Eu só me recusei a trazer o vinho, para evitar que você dormisse em meus braços — brincou.
Sanem sentiu o rosto corar, mas não poderia refutar a afirmativa, já que em todos os momentos que desfrutaram de uma taça, ela caíra rendida ao sono.
Chegando ao centro da tenda, a garota percebeu que o chão estava adornado com pétalas de rosas, espalhadas por entre os grãos de areia.
Can a puxa para si, segurando as mãos de Sanem entre as suas.
— Olhe para cima, Sanem — pediu em um tom solene. — Veja as estrelas que tanto admira e confirme seu desejo de se tornar minha esposa.
Sanem faz exatamente o que Can lhe pede. Ela ergue os olhos, a muito custo, já que não queria afastar o olhar do rosto belíssimo daquele homem, e vê a constelação que servirá de testemunha para o compromisso deles.
— Eu prometo ser seu... Para cuidar, proteger, amar e honrar. Para sempre.
Sanem encara solenemente os profundos olhos Can.
— E eu prometo seu sua... para cuidar, proteger, amar e honrar. E fazer o chá que tanto ama.
— Sempre que eu quiser? — pergunta em um tom safado.
— Sempre que quiser...
— Você consegue ver que o firmamento sela nosso compromisso? — Can pergunta. — Consegue sentir a brisa do oceano que lhe atiça os sentidos?
— Sim...
— Feche os olhos agora, Sanem... e me deixe te guiar para um lugar onde nunca esteve...
Fechando os olhos com força, Sanem sente o corpo flutuar, de repente.
— Não abra...
— Mas...
Can se recusava a ter a primeira vez deles em meio ao incômodo das areias da praia. Ou pior, correndo o risco de serem vistos por algum hóspede das redondezas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pássaro Ferido
FanfictionUm final alternativo para as amantes da série Erkenci Kus. Que nossos corações sonhem com as infinitas possibilidades, mesmo que a realidade do fim que se aproxima não faça jus ao amor que sentimos por Sanem e Can.