Desastre

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                     Josh

Trinta minutos se passaram desde que Jonathan saiu para comprar as bebidas e ainda não apareceu. O que será que houve? Minha mente apita em preocupação, e o efeito do álcool desaparece dando lugar à sobriedade.
Envio uma terceira mensagem a Jonathan, e, mais uma vez, sem resposta.
Minhas mãos estavam incrivelmente frias, não sabia o que fazer.

— Hey, Josh, cadê o seu o amigo com a porra das bebidas? — Um desconhecido passa em minha frente me abordando. Me arrependi de ter escrito no convite que todos seriam bem vindos.

— Não sei cara, deve ter caído dentro da boceta larga da sua mãe! — Estava irritado, minha mente alertava algo errado.

— Nossa, não precisa disso tudo! — Bebe um último gole de cerveja que estava em suas mãos enrugadas. — Não precisa jogar o teu estresse em cima dos outros.

— Não é isso! O Jonathan saiu às 21:16 e já são 21:57, e o posto que ele foi comprar as bebidas não é tão longe daqui! — Meu coração batia forte, quase ritmado às batidas da música.

— Seja lá o que aconteceu com ele, nós podemos procurá-lo se quiser. — Ele coloca a garrafa de vidro no chão, ao lado de muitas que se amontoavam ali, e me lança um olhar de preocupação.

— Tem algo esquisito acontecendo e EU SEI DISSO!

— CALA A BOCA! — Ashley grita, sua voz sai incrivelmente firme, parecendo estar sóbria de uma hora para a outra, abaixa o som que tocava Girls Just Wanna Have Fun, e faz um sinal para que todos fiquem em silêncio. Acho que queria que ouvíssemos algo.

— Estão ouvindo isso? — O silêncio que se instalou na sala foi capaz de me fazer ouvir a batida constante do meu coração.

— Não tô ouvindo nada, Ashley, se estiver brincando, eu juro que...

— Shhhhh! — Ela me interrompe com o dedo indicador no meio da boca, ordenando que eu fizesse silêncio.

As pessoas que dançavam no meio da sala, e que gritavam feito insanas, estavam todas caladas agora, afim de ouvir alguma coisa em que eu falhava em conseguir.

Ashley encosta o ouvido na janela da sala, e sinto meus músculos formigarem do pescoço para baixo.
Ela não emite nenhum som, só um olhar de curiosidade.

Foi então, quando algo a assustou e ela tirou o ouvido da janela de imediato.

— O que foi? — Perguntei confuso indo em sua direção.

Olho pela janela onde Ashley deixou uma marca de maquiagem no vidro. A escuridão dominava o pouco da cidade que a visão da janela fornecia, luzes piscavam, e lá estava o posto de gasolina com aquela aparência de abandonado. Meu instinto grita alto em meu inconsciente.

— Nós temos de ir atrás do John Ashley! — Minha garganta fecha e impede que minhas palavras saiam conexas,

— Josh, olha para mim — Ela envolve meu rosto com suas mãos geladas e delicadas. — O Jonathan está bem, ele já é um adulto e sabe se cuidar.

Uma batida forte na porta chama a nossa atenção.

Eu e Ashley nos entreolhamos por alguns segundos antes de ela ir até a porta e bancar a fodona. Anda vagarosamente e segura na maçaneta, e foi quando consegui ouvir a circulação do sangue em meu ouvido, e minha respiração falhando.

Minha casa por mais que estivesse cheia, encontrava-se  silenciosa, se minha mãe voltasse de viagem, não teria desconfiado de nada.

— Quem é? — Ashley pergunta hesitando seriamente em abrir aquela porta, mas a batida continuou, e não houve resposta.

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