Alex Kelling chegou ao local onde descia do seu ônibus todos os dias. Eram dez horas da noite do dia doze de outubro e ele estava voltando da universidade onde cursava o quarto semestre de biologia. A rua por onde ele caminhava estava mal iluminada e totalmente deserta. Seus passos eram calmos. Estavam no ritmo da música soul que ouvia, mas logo seus passos deixaram a calmaria de lado, quando percebeu que estava sendo seguido por quatro jovens, que aparentavam não ter a sua idade. Alex se mostrou preocupado e aumentou a velocidade de seus passos e os outros acompanharam o seu ritmo, até que sua caminhada foi bruscamente interrompida – um deles puxou seu braço esquerdo com muita força fazendo com que Alex soltasse um grito desesperador de dor e medo. Os outros riram de forma aterrorizante. Enquanto os risos debochados continuavam, os gritos doloridos de Alex não cessavam, muitas vezes interrompidos por contínuos soluços.O profundo silêncio nesta rua - que sempre era mantido intacto, a tal rua que era tantas noites iluminada somente pela lua cheia, e talvez por isso era conhecida por a "Rua da Lua", naquele momento foi terrivelmente quebrado por gritos de dor. Começara a ventar mais forte e os outros garotos começaram a espancar Alex sem dó, sem motivos aparente e ele não revidava, estava imóvel. Ele nunca ofendera, fizera qualquer coisa a alguém, era um menino quieto, que passava todo seu tempo trabalhando no museu municipal e estudando. Mas ele nunca imaginaria que tinha certas pessoas que o seguiam, que o detestavam e queriam o seu mal. Aqueles outros puxaram seus cabelos loiros e diziam coisas horrendas e nojentas. Eles começaram um jogo da morte com aquele menino. Estavam brincando com um inocente. Seus gritos já estavam abafados, aos poucos se entregava a aqueles que queriam apenas uma diversão criminosa. Alex caíra no chão, sem forças e um deles volta a pegar dos seus cabelos, o arrastando até uma árvore próxima e o amarram no tronco dela.
Alex fala debilmente "eu não entendo o porquê de nada disso, mas sei que de alguma forma irão se arrepender" e desmaia com um soco que o moreno, com uma pinta no rosto, lhe dá. Aqueles garotos não deram nenhuma importância ao que ele disse e continuaram o que faziam, rasgaram sua camiseta azul marinho e com um estilete uma cruz eles desenham do centro do seu peito ao umbigo, uma cruz que comumente não vimos por aí. Jogam gasolina e ateiam fogo. O fogo rapidamente inicia primeiramente na cruz, dando vida ao sinal da cruz e alguns minutos depois se espalha pelo resto do seu pálido e magro corpo. A escuridão naquela rua acabara. O cheiro forte se espalha pelo ar, o cheiro de medo, de terror. De morte!
Aqueles quatro jovens garotos, rebeldes, sem pudor algum, cometeram um crime terrível, que horrorizaria toda a população de Cidade dos Céus, mas até os dias de hoje, ninguém sabe dizer quem foram os responsáveis pelo crime.
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Além das sombras
Mystery / ThrillerUma festa, vários amores e um assassinato. Descubra junto com quem narra esta história, o que provocou a morte de Alex Kelling, os segredos e detalhes que montam um quebra-cabeça disposto em várias pistas ao longo das sombras.