I (PRIMEIRO.)

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"É aquela coisa de dizer que eu não amo mais meu ex-namorado, mas se eu tivesse uma oportunidade, se ele voltasse e pedisse pra namorarmos outra vez... Ah! Eu não conseguiria dizer não."





(...)








17 anos depois...

Eram quatro horas, o trânsito estava enlouquecedor. Um calor infernal, pois era o auge do verão. Via-se entre o engarrafamento um New Beetle rosa. Se você fosse chegando perto dele, era notável que a música estava bem alta e, quem cantava a música com a batida envolvente era Britney Spears, a princesinha do pop.

Uma menina ruiva, de pele clara, perfeitamente hidratada, com lábios e olhos bem marcantes, estava dentro daquele carro. Ela acompanhava a música com um sorriso no rosto, demonstrando nem um pouco se importar com o trânsito, se estava se atrasando e muito menos com as buzinas ensurdecedoras dos motoristas. Ela cantava ao mesmo tempo em que retocava o seu batom: "oh gimme gimme more"!

Mas a sua música é interrompida, porque o seu celular começa a receber uma chamada. Era sua melhor amiga:

_Oi, amiga!

_Amiga! Recebi um convite que de jeito nenhum podemos recusar! Convite do Gabriel! É a festa na Cidade dos Céus. Eu já falei com alguns meninos e meninas das nossas aulas e eles vão ir também. E temos carona com o Gabriel! Adoro! Vamos, vamos?

_Cidade dos Céus? Adooooro! Claro que sim! Agora eu estou no meio do trânsito atolada, mas daqui a pouco chego à universidade e combinamos tudo. Beijo. – Rebecca desliga o telefone e percebe que o trânsito começa a andar.

Ao chegar na Universidade, Rebecca encontra seu ex-namorado, Henri. Ele era alto, com o corpo bem definido e o tom da sua pele é como se ele vivesse na praia, pois é um bronzeado perfeito. Ele é o garanhão, artilheiro do time de futebol e quem todas as meninas querem e, na verdade, até alguns meninos. Porém, escrotíssimo! Os dois não se falavam mais e ela evitava se encontrar com ele há algum tempo, mas hoje foi diferente.

Ela bem que tentou desviar o olhar, porém não conseguiu, com isso Henri viu a oportunidade de chamá-la.

_Becca, eu tô tentando falar contigo há tanto tempo, vê se me dá uma chance apenas de te explicar tudo o que aconteceu.

_Eu já te disse que eu não sou idiota e tu me fez sofrer demais. Eu não quero saber de nada, me poupe de tudo. Vai pro inferno, Henri! – Ela ajeita sua bolsa no ombro e o deixa sozinho.

No caminho Rebecca encontra suas amigas Path e Anna. Elas sorriem uma para outra e logo Path foi toda empolgada falar da viagem, comentando que o pessoal do time de futebol masculino estariam lá e que outros gatos da Universidade Cidade dos Céus e de outras estariam lá também. Ela fazia a maior propaganda da festa, mas num instante ela parou e percebeu que sua amiga estava cabisbaixa e quis saber o porquê de estar assim.

Path já foi logo afirmando que era por causa do Henri.

_Eu não acredito que você está assim por causa daquele idiota. Você o encontrou? Poxa, eu não acredito... – Ela não consegue acabar, pois Anna a interrompe.

_Ah pare, deixe ela. Você nunca gostou de ninguém por um acaso? Porque acho que você não sabe como nos sentimos, apesar de tudo, sentimos. E caramba, ele é lindo, não podemos negar, mas amiga ele praticamente acabou com você, fico chateada em te ver assim.

_Meninas, eu não deveria ficar assim, vocês sabem, mas cara eu gostei muito dele, de verdade. Ele foi o único, o meu primeiro. Fiz tudo com ele e o idiota me detona daquela forma? Ah que raiva! Não sei o que fazer ou pensar ou dizer, meninas. Mas deixa pra lá. Vamos indo pra aula? – Ela tenta acabar com o assunto.

Além das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora