O céu acima de nós [REPOSTAGEM]

Capítulo 06

Boa tarde, gente!

Desculpem o leve sumiço. Filho de férias e um milhão de terapias e consultas para por em dia, me enrolei como nunca.

Mas para compensar, hoje vamos de dois capítulos, tá bom?

Beijinhos,

Cássia

André

Faz quatro semanas desde que Celina começou a trabalhar na companhia. Apesar dos primeiros dias terem sido um pouco conturbados para minha cabeça, que parecia ter um déjà-vu dela nua em minha cama –por baixo de mim, por cima de mim, prensada contra a parede – a cada vez que ela sorria relaxada e abertamente, ou quando ela despretensiosamente mordia o lábio, tensa com algo novo que precisava fazer, o estranhamento parece enfim ter passado, e eu posso ver uma luz no fim do túnel.

Somos apenas colegas de trabalho, e meu cérebro parece finalmente aceitar essa constatação.

As coisas caminham do jeito que precisam ser: às vezes, quando estamos na companhia na hora do almoço, Celina almoça em nossa mesa, junto comigo, Alexandre, Ricardo e alguns comissários. Quando estamos em alguma rodinha, conversando sobre coisas aleatórias nos intervalos, ela não se sente mais intimidada por minha presença, e acaba sempre se dirigindo a mim sem constrangimento ou receio.

Como era de se esperar, todos gostam dela. Celina é divertida, mas quando ela está distraída, achando que ninguém está reparando, a tristeza velada em seu olhar denuncia que algo em sua vida não está como o esperado. Seus olhos refletem um receio constante. Celina está sempre sobressaltada, alerta, e quando pega o celular nos armários e sai para longe para ligar, sempre parece nervosa, quase ansiosa. Isso me cutuca cada vez que acontece, porque apesar de não sabermos absolutamente nada um sobre o outro, essa postura não condiz em nada com a garota extrovertida que levei para meu apartamento semanas atrás.

Minha mente me diz que talvez agora ela tenha alguém, e por mais que isso me dê uma pontadinha de incômodo no peito, sei que eu não tenho nada a ver com isso. Transamos, foi bom, mas a intenção era não ir além, então ciúme é uma coisa que eu não posso e nem quero ter.