Não troquei de roupa, joguei apenas um casaco por cima do meu pijama e desci os três lances de escada para encontrar com Gabriel em frente ao prédio. Ele estava dentro do próprio carro e fez um jogo de luz para anunciar onde estava. Andei rapidamente até lá e entrei dentro do carro, sentindo o ar gelado do ar-condicionado bater contra a pele das minhas pernas que estavam expostas.
— Achei que você não ia descer — disse assim que fechei a porta do carro. — vamos comer algo?
— Mas você não foi encontrar alguma garota? — perguntei confusa, mas logo depois me arrependi. Gabriel sorriu e meu rosto queimou de vergonha pela primeira vez, quando falava algo intimo com ele. — Não precisa me responder. Quero nachos. — digo apenas. Mas ele não fez menção de sair de onde estávamos.
Deixou-se deitar sobre o banco e virou o rosto para me olhar, segurei meu olhar com o dele e deu um sorriso contido.
— Você estava me evitando por causa daquele dia, não é? — não respondi de imediato e acho que não era necessário. Em poucos meses, Gabriel havia conseguido me conhecer um jeito completamente louco, mas que não me assustava nem um pouco, eu também o conhecia da mesma maneira.
— Fiquei assustada, — comecei — na verdade fiquei com medo de que aquele momento pudesse estragar o que a gente tinha criado até agora. Fiquei com medo de ter sentimentos que eu não queria ter por você.
A conversa com Bianca havia me aliviado um pouco, mas falar tais palavras na frente de Gabriel terminou de tirar o peso que eu estava sentindo. Ele me olhou por um tempo em silencio. O silencio não me incomodava, mas me deixava um pouco ansiosa sobre o que iria vir a seguir.
— E quais os sentimentos que você tem medo de desenvolver por mim? — não era preciso responder e ele sabia disso. Sabia que ele havia feito a pergunta apenas para organizar os próprios pensamentos em sua mente. — Você gostou?
— Sim — muito!
Gabriel se remexeu sobre o banco e depois inclinou-se sobre mim, segurou meu rosto com uma das suas mãos e elas estavam geladas, depois juntou seus lábios nos meus. Não era um beijo como o nosso primeiro, era mais calmo. Abri meus lábios o suficiente apenas para os lábios dele ficarem entre os meus e deixei minha mão ir até seu pescoço. Nos separamos logo depois.
— Eu conheço você. Você me conhece, — disse calmo, com sua boca próxima a minha, ainda de olhos fechados eu podia sentir sua respiração próxima ao meu rosto. — O que você acha que pode acontecer?
Não respondi com palavras, suguei seu lábio inferior e o beijei novamente, dessa vez com mais desejo.
— O que pode acontecer é a gente ir comer algo. — digo e ele rir. Eu adorava a risada de Gabriel, assim como o adorava. Beijou o canto da minha boca e concordou. Eu não sabia o que iria acontecer depois dali, mas estava disposta a descobrir.
fim
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O Desastre Amoroso de Hayley Manato
Conto"Minha mãe sempre dizia que era melhor um passarinho na mão do que dois voando... Bom, eu sempre fui egoísta..."