É o meu 16.º aniversário. São seis da manhã não preguei olho a noite toda.
Vejo a mina mãe a entrar no meu quarto e beija-me de leve na testa e deseja-me um feliz aniversário num sussurro pensando que estou a dormir.
Desde há cinco anos, para manter o emprego que tem de trabalhar mais horas diárias por isso levantasse às 6 da manhã e chega a casa às 9 da noite, para mim isso chama-se escravatura na nossa sociedade chama-se sobreviver.
Não me levanto da cama porque simplesmente não me apetece e quando o decido fazer olho para o pequeno relógio que se encontra na mesinha da cabeceira e vejo que marca as 10 da manhã, tanto tempo desperdiçado a reflectir em nada.
Levanto-me e visto-me de preto como habitualmente me costumo vestir e agarro na garrafa de vodka se encontra no parapeito da janela do meu reduzido quarto, que comprei ontem especialmente para hoje, e saio de casa andando pelos bairros pobres de onde moro de N.Y.
A minha garrafa de álcool acompanha-me no caminho. Estou a faltar as aulas, não que isso me importe muito, mas vamos fingir que sim, não tenho muito más notas visto que quero um futuro melhor do que o que a maior parte das pessoas que vive nas mesmas condições que eu pode sonhar. Não que eu me queixe muito, afinal tenho comida e casa, há gente pior que eu.
Está uma manhã cinzenta e eu caminho sem rumo observando as pessoas sofrendo para cumprir os seus horários, sinto-me bastante superior a elas nesse aspecto.
Vejo uma paragem de autocarro com um rapaz que diria ser da minha idade e dirijo-me para esta. Nela vejo sentado o rapaz diria um pouco alto de cabelo castanho claro com um saco de viagem em cima do banco da paragem.
“Bom dia pessoa desconhecida”- digo sentando-me ao lado dele” whoa, demasiado estupida para andar com um relógio desses por estas bandas”
Ele olha para mim e depois para o relógio.
“Estás a pensar roubar-mo?”
“Por quem me tomas” finjo-me sentir ofendida, se fosse noutro dia era capaz de não pensar 2 vezes em lho roubar. Afinal quem é a pessoa estupida que anda com um relógio destes por a zona mais pobre da cidade? Só faltava um cartaz a dizer roubem-me.
“Bem deixa-me pensar deves ter por volta de 16 anos, deves estar provavelmente a faltar às aulas e andas com uma garrafa de álcool a falar com desconhecidos”
“Vistas as coisas desse prisma. E tu com um Cartier, bem vestido com uma mala de viagens à espera de um autocarro provavelmente sem destino definido?”
Ele olha para mim com um meio sorriso na cara.
“Parece que não sou o único a ter um dia mau.”
“Anestesia?” estendo-lhe a garrafa, que ele agarra de seguida bebendo um gole.
“Já agora sou a Hannah”
“Ashton”
“Então Ashton, para onde vais?”
“A ideia inicial era fugir de casa” bebeu mais um gole da minha garrafa, é bom que me pague outra afinal é o meu aniversário “ Liguei ao meu pai para o informar da minha brilhante ideia” quem é que informa os pais que vais fugir de casa? “E ele nem me deixou dizer nada, só me disse pra ir buscar o meu irmão mais novo à escola e que não ia hoje a casa que tinha de tratar de uns negócios” fez uma pausa na sua declaração “ Por isso não sei. E tu?”
“Bem hoje é o meu aniversário, por isso nada melhor do que faltar às aulas e conviver com desconhecidos que encontro na paragem de autocarro.”
Segue-se um silêncio entre nós e ponho-me a observar as pessoas que passam na rua e bebo o gole final da minha bebida.
“Bem eu sei que é um pouco em cima da hora, mas gostarias de passar o meu aniversário comigo?”
Ele olha para mim e eu dou-lhe um pequeno sorriso.
“Onde queres ir?” Bem parece que não vou passar hoje o dia sozinha.
Vejo o autocarro aparecer.
“E se apanhássemos o autocarro e passássemos um dia como turistas em N.Y.? Mas pagas tu os gastos todos”
“Porque é que tenho de ser eu a pagar?”
“Porque tens ar de rico… e eu faço anos”
Nisto o autocarro para à frente da paragem, e eu entro nele seguida de Ashton.
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Numb a.i.
Fiksi Penggemar"Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se Independentemente do tempo, lugar ou circunstância O fio pode esticar ou emaranhar-se mas nunca irá partir."