Chapter Two.
Loki nem havia visto o tempo passar. Deveras, estava tão concentrado em seu livro que nem percebera quando a aeronave aterrissou no solo de Las Vegas.
Quando o jatinho estava completamente inerte, o moreno tratou de catar as suas coisas o mais rápido possível e sair daquele mesmo ambiente que partilhava com o loiro incoveniente. O mesmo, por sinal, observava o outro com um sorriso de canto, espreguiçando lentamente, ainda meio embebido pelo cochilo que havia tirado recentemente.
Já dentro do aeroporto, Loki logo avistou seus outros amigos, que seguravam uma plaquinha com o seu nome e o de Thor, adornado por inúmeros corações. Um sorriso lhe escapou do lábios ao reparar a cena. Porém, ele logo se intrigou. Seus amigos também sabiam que ele tinha vindo junto com o oxigenado? Até queria ficar bravo, mas a saudade era tanta que nem ligou para aquilo.
— Loki! Que saudades amigo. — abraçou Natasha. A ruiva que era, não somente, uma de suas melhores amizades, mas também a sua assistente pessoal.
Olhando por aquele lado, até parecia exagero sentir saudades, pois ambos estavam juntos o tempo todo na empresa.
— está sendo sarcástica né? Nós vimos ontem! — Loki falou divertido, arrancando uma risada, acompanhada de um revirar de olhos, de Natasha.
Logo o moreno fora cumprimentar os outros. Peter, o mais novo da turma e sobrinho de Stark; Bruce, um ótimo homem, contudo, sempre calado; e Clint, o bom partido que não tirava os olhos de Natasha e virce versa.
Após as saudações, depois de alguns minutos, finalmente Thor apareceu, com aquele sorriso característico que ele custava a tirar da face e que irritava em demasia Loki.
— por onde esteve Thor? A horas o Loki está aqui. Se perdeu no caminho? — zombou Clint.
Ele olhou malicioso para o moreno, que não entendeu aquele olhar, porém não se interessou o suficiente para questionar. Até porque a resposta daquele gesto veio logo em seguida.
— encontrei uma aeromoça muito gata na saída do avião e sabe como é né. Tinha que dá aquela prestigiada americana para a nativa. — gabou-se, ajeitando sutilmente a gravata que estava um pouco amassada.
Aquilo era meio que uma forma de provocação do loiro para com Loki. E ele havia conseguido, com êxito, tirar o moreno da plenitude momentânea que ele sentira.
O moreno revirou os olhos, enraivecido com a forma convencida e prepotente no qual Thor se portava o tempo todo. Não se segurou.
— tava demorando para se gabar de mais uma das coitadas na qual você passa seu piruzinho. — rebateu Loki, deixando Nat boquiaberta.
Não que ela não soubesse do histórico extenso de brigas e provocações dos dois, mas Loki tinha que falar aquela saliência na frente de Peter? Um jovem rapaz que nem tinha idade para estar ouvindo tamanha promiscuidade.
— Loki! — repreendeu Nat. Tampando os ouvidos de Peter. — pega leve. O Peter está aqui.
Porém, o moreno nem deu bola, pois o mesmo estava encarando com desafio o loiro, que lhe retribuía o olhar, transmitindo uma tensão quase que palpável.
— elas não reclamam quando o meu "piruzinho" está fazendo um ótimo serviço dentro delas. Coisa que você não deve conseguir não é mesmo. — disse Thor, sorrindo costumeiramente.
Loki sorriu, com escárnio, óbvio, mas não deixou de ser um belo sorriso. Thor reparou minuciosamente nele e quase se perdeu naquelas linhas do riso. Se surpreendeu também, com o gesto inesperado do outro.
— como sabe? Já experimentou para ter tanta certeza? Se quiser eu posso fazer um demonstração.
Loki havia dito aquilo com sarcasmo e para provocar, pois tinha 99,9% de certeza que Thor era hétero de carteirinha, contudo, o loiro havia visto aquilo com uma malícia tão singular, que até havia se arrepiado. Porém, logo desviou tal pensamento duvidoso, pois jamais se interessaria por homens, ainda mais se tratando do protótipo de limão a sua frente. Um limão bem bonito, por sinal.
Thor já iria rebater, entretanto, Clint os cortou, pois além de estar incomodado com todo aquele papo, tinham que se apressar para não chegarem atrasados ao matrimônio.
— caramba, dá para sentir essa tensão sexual daqui. Então acho bom guardá-la para depois, porque temos que chegar a tempo no casamento do Tony.
Nem um dos dois falou mais nada. Apenas se olharem intensamente uma última vez e desviaram o olhar. Loki mal havia chegado ali, mas já queria imediatamente voltar, onde poderia manter distância daquele idiota prepotente.
Não demorou muito e chegaram na famosa Graceland wedding chapel, a capela popular por seus casamentos incomuns, com as bençãos advindas do próprio rei do rock, ou melhor, o sósia dele.
Loki, ao pisar no local, foi de imediato ao encontro de Tony, pois queria tirar satisfações da palhaçada na qual Stark havia armado mais cedo. Ao encontrá-lo, surpreendeu-se, mas nem tanto, afinal, era Tony. O mesmo estava com uma jaqueta de couro, por cima de uma blusa do AC/DC, e calças do mesmo tecido da jaqueta. Os cabelos estavam despojados e um óculos escuro estava posto em seu rosto. Aquilo lá eram trajes para um casamento?
— parece que você vai em um show de rock. Onde está o smoking? Ou, pelo menos a grinalda? — indagou Loki, já esquecendo-se da bronca que iria dar no amigo.
Stark sorriu com o comentário, pois era daquele jeito descrito que ele queria parecer. Não que Stark fosse roqueiro, mas, convenhamos, aquele frufru todo de um casamento original não era nem um pouco a sua cara.
— e você acha que eu tenho cara de quem casa de smoking? Se eu quisesse esse tipo de coisa, optava por realizar um casamento tradicional. E... Cadê o estilo digno do meu matrimônio Loki? — perguntou Tony, decepcionado ao ver o moreno com roupas um tanto formais.
— eu pensei que você ia modificar o enlace, mas nem tanto né. E minhas roupas não vem ao caso, pois eu nem iria comparecer. Tony que história foi essa de me colocar em um mesmo vôo que aquele brutamontes? — finalmente tirou satisfações, exasperado.
Tony enfiou as mãos nos bolsos da calça e começou a assobiar, querendo fugir do assunto proposto em questão. Tinha feito aquilo como mais um gesto de provocar o amigo, portanto não podia explicitar suas razões de tê-los posto em um mesmo avião. Sabia que a façanha seria arriscada, para a vida de Thor, é claro, mas não resistiu tirar uma com a cara do moreno. Sabia que todo aquele sentimento de ódio era, na verdade, amor encubado.
— não adianta disfarçar Tony. Qual é? Depois de eu ter me recusado a vir no seu matrimônio por causa daquele ser, você me vem e coloca nos dois em um mesmo avião?! Não passou pela sua cabeça que eu pudesse cometer um homicídio e acabar na cadeia? — vontade não faltou ao moreno, todavia, seu autocontrole falou mais alto.
— ah Loki, sem neura. Está exagerando e sabe disso. Até quando vai essa implicância de vocês? Aquele maldito prêmio se passou a um ano e vocês já convivem a quase isso também, supera. E, além de que, todos partilharam de um avião. Não vejo que mal faria se você divussisse um com Thor.
— está de brincadeira? Como assim não vejo que mal faria? Ouviu o que eu disse? Eu quase cometi um homicídio! E sabe quando eu vou superar Thor Odinson? Nunca! Pois ele não passa de um prepotente, egocêntrico, que se diverte as minhas custas.
Tony suspirou, achando tudo aquilo um enorme exagero, mas não querendo prolongar ainda mais aquela discussão desnecessária. Uma hora Loki ia cair em si e perceber que aquele sentimento não provinha do ódio. Muito pelo contrário.
— está bem Loki, não precisa exaltar-se. Fico feliz que o meu padrinho esteja aqui. — Stark falou, pegando na mão de Loki, que suspirou.
Era impossível ficar zangado com aquele playboy metido a espertalhão. Não mais debateram, pois a marcha nupcial, toda modificada, como todo resto, foi entoada pelo som de uma guitarra. Tony sorriu, alegre, e Loki fez o mesmo, animado com a felicidade do outro. Sabia que Steve era um bom pretendente e que Stark seria feliz ao lado dele.
— boa sorte. — desejou Loki, pondo um buquê de flores, artificialmente coloridas de preto, nas mãos de Stark.
— obrigada azedinho. — Stark provocou. Loki fez uma falsa cara zangada, logo caindo na risada.
O moreno foi se posicionar ao lado de Thor que, por desventura, era o melhor amigo de Steve e, consequentemente, padrinho do mesmo. Sendo assim, ambos tendo de ficar lado ao lado no altar.
Natasha foi até Tony, alcançando seu braço para lhe guiar até o altar. Já que nenhum dos familiares de Tony ou Steve quiseram comparecer, por situação bastante conhecida, ficou encarregado para a ruiva guiar Stark até o noivo. E assim foi feito, Tony estava entregue a Steve, que trajava algo menos extravagante, mas, ainda sim, muito peculiar. Rogers sorriu com a beleza do noivo e o sorriso foi recíproco.
Então, logo a cerimônia deu prosseguimento. Elvis representou, da melhor forma que pode, um verdadeiro padre. Disse todas aquelas baboseiras, que todos os casais são obrigados a repetir, deu a bênção do grande Elvis e, por fim, encerrou a cerimônia com a tão corriqueira frase:
— podem se beijar.
Steve pareceu que esperava por aquele beijo a anos, pois foi pior que desentupidor de pia. Todos aplaudiram e Loki até que achou graça de tudo, tirando a parte que, quando olhava de soslaio para o loiro, Thor estava o encarando descaradamente. Só podia estar querendo atormenta-lhe.
Após o casamento, todos se dirigiram a um cassino, ali por perto mesmo. Foram comemorar o matrimônio de Tony e steve ganhando em apostas e jogos de caça níqueis.
Loki não gostava muito de tudo aquilo, por isso, se direcionou ao bar, disposto a ficar tão bebado, que era capaz de sair dali casado também. Pediu uma garrafa de vodka para o garçom e, em pequenos goles, foi esvaziando a garrafa pouco a pouco.
Minutos mais tarde, um certo loiro sentou ao seu lado com o mesmo sorriso que nunca tirava do rosto.
— sozinha por aqui boneca? — aquele paspalho só podia sentir prazer em lhe irritar.
— estava, até uma pessoa ultrajante chegar. — disse Loki, com a voz um pouco modificada pelo álcool.
— calma aí, não quero caçar encrenca não. O cassino estava meio chato, então vim aqui beber alguma coisa. Posso te acompanhar? — arriscou-se na pergunta, apontando para a garrafa que já estava pela a metade.
— por mim. — respondeu ríspido.
O loiro apenas deu um sorriso de lado e pediu um copo ao garçom.
— escuta, posso lhe fazer uma pergunta?
— você não consegue ficar quieto nem por um minuto? Não pode simplesmente beber comigo em silêncio?
— você não me respondeu, mas vou perguntar mesmo assim. — Loki suspirou, cansando da insistência do loiro em manter diálogo e apenas deu um aceno com a mão, vencido. — bem, por que essa sua antipatia por mim? Sendo que eu nunca te fiz nada.
Loki pensou no seus motivos. realmente pensou e fez um careta desgostosa para os mesmos. Na realidade, não tinha. Aqueles que pensava serem motivos, eram, na verdade, desculpas patéticas que ele mesmo inventara para si. Não podia os expor em voz alta, eram infames demais.
— não é da sua conta. Eu não tenho razões para estar aqui conversando com você e, muito menos, expondo o que penso. — decidiu usar da sua hostilidade para fugir do assunto.
— para mim, isso é amor encubado. Por isso não quer me falar a razão, porque, simplesmente, não tem uma. — o loiro falava, provocativo, fazendo o sangue de Loki fever.
— é inacreditável! Esse seu ego inflado ultrapassa todos os limites. Não é obrigado alguém não gostar de você por estar apaixonado por esse seu corpinho que só tem músculos e esse rostinho de Barbie. Às vezes você é tão narcisista que irrita as pessoas.
— aí está, então esse é o seu motivo? Inveja não é? — aquele loiro só tinha cabeça para sustentar aquela cabeleira, porque não era possível alguém ser tão sem noção.
— você é um tolo mesmo. Não vou ficar perdendo meu tempo discutindo com alguém sem intelecto. — Loki pegou sua garrafa e ia se retirando, mas Thor o deteve, lhe segurando pelo braço.
— está bem. Prometo que, por hoje, não te irrito mais. Mas tem que me prometer que vai terminar de beber comigo. — Loki ainda estava meio relutante. não queria permanecer ali com o loiro, todavia, sua promessa lhe parecera sincera e, se ele não fosse mesmo lhe perturbar, não havia mal algum em dividir a bebida com Thor.
— ok, mas assim que terminar essa garrafa, você some daqui.— aceitou Loki, impondo uma condição.
— combinado. — Thor concordou, radiante pelo grande progresso.
E, após a primeira garrafa, veio outra e, logo após, outra e assim, ambos já estavam mais pra cá do que pra lá, como o restante de seus amigos.
Thor e loki já esqueciam-se completamente da desavença que os envolvia e, agora, agiam como bons amigos.
— tá bom...eu tenho uma proposta. — disse Thor, aos risos embriagados.
— qual? — perguntou um loki totalmente alegre e entusiamado. É, realmente, o álcool faz milagres.
— uma aposta, na verdade. Topa?
— claro. Me diz, o que devo fazer?
— você deve cortejar aquela dama que está ali, na mesa de apostas, com aquele velho barrigudo e deve conseguir dela pelo menos um beijo. Se você ganhar, eu faço um striptease na frente de todos. E se perder, você é quem faz o striptease.
Loki ponderou um pouco. se ele perdesse, pois havia essa possibilidade, ele teria que passar por um constrangimento enorme. Porém, encorajado com o fato de ser um homem muito atraente, aceitou a proposta.
— eu também tenho uma aposta para você. — falou, mirabolante.
— manda. — pediu Thor, com o brilho de desafio nos olhos.
— você vai ter que cortejar aquele homem que está na máquina de caça níqueis. — eles olharam na direção de um senhor de, mais ou menos, cinquenta anos de idade, que vibrava ao ganhar um bom dinheiro da máquina.
Thor achou um absurdo aquela aposta, por isso, soltou uma longa risada, achando que era brincadeira. Como Loki podia propor uma coisa dessas? Além de ter a plena certeza de ser hétero, iria apanhar por charlatar um homem que também tinha cara de hétero. Além do mais, as veste daquele senhor não negavam sua alta classe e arrogância. Porém, o grande Thor nunca perdia um desafio, ainda mais quando o prêmio era o constrangimento de Loki.
— tudo bem, eu aceito.
— certo, se você perder, vai ter que subir em cima desse bar e gritar para todo mundo que é um gayzinho que saiu do armário. — Loki falou, imaginado a cena e rindo, internamente, da reputação do garanhão indo para o esgoto.
— e se eu ganhar, você casa comigo?
Continua...
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Um casamento às avessas.
Любовные романыUm dito cujo ditado popular se aplica perfeitamente quando não vamos com a cara de uma pessoa. "O sangue não bateu". essa é a frase dita quando alguém, que nunca vimos na vida,nos desagrada. Uma desculpa, podemos dizer assim, quando a inveja, ranco...