Capítulo 11

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Annie

Entramos na casa dele em meio aos beijos e mãos bobas. Respiração pesada, coração acelerado. O calor é tanto que até parece que estou em plena combustão. Eu preciso me libertar. Seguir em frente. E porque não com ele?

-Caralho Annie, me diz que não estou sonhando?- Ele pergunta enquanto me prensa contra a parede e sobe o meu vestido.

-Ow... não meu querido, isso aqui é real. Bem real ! Sente?- Pego a mão dele e conduzo até o meio das minhas pernas. Um gemido escapa de nossas bocas. É   a prova do desejo que ambos sentimos.

-Você é linda. Perfeita. Eu esperei muito tempo por isso, quero percorrer cada pedacinho do seu corpo. Quero te marcar inteira. Te fazer minha! Quero que amanhã quando acordar nos meus braços, você lembre quem esteve com você!

Camisa no chão, logo depois meu vestido e começamos a subir as escadas. Assim que alcanço o quarto degrau, me sinto tonta. Tento me equilibrar mas é tarde demais. 

Escuridão. Total e absoluta escuridão!

Lembro dele. Lian! Meu anjo protetor, aquele que eu deixei cair o meu muro. Aquele que me desarmou com um sorisso! Que teve fé em mim e que nunca desistiu de mim. Sim, eu sou uma fraca. Fugi assim que as coisas ficaram complicadas. Mas depois de tanta dor, tanta tragédia na minha vida, eu só quero ter o meu céu. Meu conforto. Minha zona de proteção.

-Annie, Annie... por favor. -Escuto uma voz me chamando . Quando abro os olhos o Ricardo é só preocupação.

Meio sem graça, vendo que estou somente de lingerie olho pra ele e me sento.

-Acho que nós deveríamos ter comido alguma coisa.- Abaixo os olhos e junto as duas mãos.

-Você quase me mata do coração. Acho que devo te levar no Pronto socorro daqui, só pra me deixar mais tranquilo.

-Não tem necessidade disso. Eu já estou bem. Minha pressão deve ter baixado. Provavelmente pelo fato de nós não termos jantado.

-Do mesmo jeito.- Ele se levanta e pega meu vestido. Assisto ele se mover, quase como se fosse em câmera lenta. Me estrangulem,porque acho que me acordaram do meu sonho. Como isso pode acontecer? Só comigo mesmo!

-Venha aqui.- Ele me chama e me ajuda a colocar o vestido. Pega sua camisa que estava jogada em cima da estante! Como diabos foi parar lá?Ele abre aquele sorisso  maroto, sabendo que estou pensando a mesma coisa que ele. Levanto uma sombrancelha e abro um pouco a boca, quem sabe assim ele muda de idéia e nós continuamos de onde paramos.Mas meus esforços são em vão.

Chegamos no P.S em menos de 10 minutos. Quase não tem gente esperando e por isso o médico nos chama em menos de 30 minutos. Ricardo me acompanha até a sala do doutor. Um senhor barrigudinho, meio calvo e de óculos.

-O que temos aqui?  Ele me pergunta enquanto eu e o Ricardo nos sentamos na sua frente.

-Tive um tontura. Mas não foi nada sério. Esse moço aqui. -Aponto para o Ricardo com cara acusatória.- Me trouxe por preocupação.

O Ricardo só revira os olhos e não fala nada.

-Você tem sentindo isso com frequência?

-Não, somente hoje! Acho que foi por que eu não jantei. Não sei. Está quente também. E não estou acostumada com tanto calor.- Olho de lado pra ver a reação dele. Ele puxa o ar e me olha assustado.

-Sua menstruação está certa?

Agora que ele falou, me vem na cabeça que não! Está duas semanas atrasada. Mas grávida eu tenho certeza que não estou. Seria a maior alegria da minha vida ter um filho. Mas até isso aquele monstro me tirou. Nem um filho eu posso ter.

Diário de uma garota nada popularOnde histórias criam vida. Descubra agora