Capítulo 12

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Annie

Caminho sem direção, sentindo a brisa do mar bater em meu rosto. Me sento na areia e avisto a imensidão interminável do oceano. Penso em todas as probabilidades de estar acontecendo isso em minha vida. Meu bebê,meu filho. Fruto do meu único amor. Não sei o que fazer, não sei se volto pra casa ou se fico aqui no Rio . Será que ele ainda pensa em mim? Será que sente minha falta?

Porque eu juro por tudo que acredito que quanto mais eu tentei esquecê-lo mais eu o amei. Que cada dia que eu jurava tentar recomeçar , era a sombra dele que eu via me acompanhando, era a voz dele que eu ouvia na fila da padaria.

Maldito destino miserável, brinca com nossas vidas como se estivesse em um jogo de xadrez. Não se importa com quais dores teremos que nos habituar, quais desafios enfrentar. Poderia ser mais fácil, eu poderia ser menos complicada.

Pego um punhado de areia e solto os grãos lentamente. Cada grão simboliza um sentimento atual meu. Imagina com quantos estou lidando neste momento! Um trilhão ou se não mais. Apanho meu diário e ali escrevo tudo o que sinto no momento.

Meu querido ...

Saudade

Amor

Surpresa

Felicidade

Medo

Estou grávida. GRÁVIDAAAAA

Aqui eu posso gritar as quatro cantos do mundo. Vou ter um bebê, um lindo bebê . Você acredita nisso? Não seria ele ou ela meu pequeno milagre? Será que Deus está resolvendo me dar uma mãozinha ? Eu não tenho como explicar exatamente como estou me sentindo, é um misto de alegria, surpresa , medo . Uma fusão de lembranças e esperanças que profundamente enterrei dentro do meu coração.

Não consigo acreditar. E se for um sonho eu peço que por tudo que é mais sagrado, ninguém seja abusado ou louco de me acordar. Preciso falar com Lian. Preciso falar com o Ricardo. Preciso fazer tantas coisas. Começar meu pré-natal, tomar vitaminas, entrar em contato com meu médico e contar a novidade.

Ele vai surtar, vai enfartar e ou ficar insandecido com isso.

Não existe no mundo pessoa mais feliz que eu neste momento.

Poucas palavras, mas todas palavras retiradas do fundo do coração. Me levanto calmamente, retirando a areia do vestido. Olho novamente o mar, as ondas. Sinto o vento, ouço as vozes e as risadas das pessoas que me cercam.

Diário de uma garota nada popularOnde histórias criam vida. Descubra agora