Capítulo 4

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‒ Expulsão Guilherme! Expulsão! Como o deixei chegar a esse ponto? ‒ Disse Cynthia andando aflita pela sala, enquanto Alex ficava trancado no quarto, de castigo.
‒ Ah... Preocupante. ‒ Disse Guilherme, também preocupado, só que mais calmo. ‒ Ele confundiu os valores de Herói...
‒ Herói? Nosso filho estava se tornando um ditador arrogante! Não foi isso que ensinamos a ele!
‒ O que fazemos? Psicólogo?
‒ Vou leva-lo a Cybelle. Alex está seguindo um rumo que eu temia... os poderes estão subindo a cabeça, e só minha irmã pode ver o que o futuro aguarda para ele.
‒ Não é pra tanto querida, algumas crianças se tornam um pouco arrogantes quando ficam populares, ainda mais nessa idade. Acho que é só conversarmos com ele.
‒ Guilherme, nosso filho pode destruir paredes com um soco e agora descobriu que pode desintegrar alguém com os olhos! Graças a Deus ninguém se feriu... Ele está se tornando poderoso demais, e com esse comportamento, temos que tomar todo o cuidado para ele não cair no caminho errado!
‒ Você está certa. Quer que eu vá conversar com ele?
‒ Não. Vou leva-lo na minha irmã agora mesmo.
Cynthia colocou Alex na caminhonete de Guilherme e partiu para a casa da Cybelle, no bairro vizinho.
‒ Cynthia! Que bom receber sua visita. ‒ Disse a mulher ao abrir a porta. ‒ Ah, olá Alex! Como você cresceu!
Cybelle era a Irma mais nova de Cynthia. Era um pouco mais baixa, tinha cabelos médios pretos, ondulados e usava óculos redondos, que deixavam seus olhos grandes e estranhamente bonitinho. Era a mais dócil das irmãs e também tinha poderes psíquicos, sendo o seu a capacidade de ter visões do futuro.
‒ Cybelle... preciso conversar com você particular. ‒ Disse Cynthia após entrar na casa da irmã.
‒ Claro... ‒ Respondeu a mulher, preocupada. ‒ Alex, você não quer ir ver seu primo? Ele está no quarto, pode subir...
Alex saiu da presença das duas, deixando-as na sala para conversar sobre seu comportamento agressivo na escola, e como aquilo havia deixado sua mãe furiosa e um tanto desesperada. No corredor de cima, andou até a porta do quarto de seu primo, onde bateu de leve.
‒ Entra... Ah! Oi Alex! ‒ Disse o garoto surpreso ao ver seu primo.
Gustavo era alguns anos mais novo que Alex. Tinha o cabelo curto espetado e os olhos pretos, bem semelhante ao seu primo mais velho. Brincavam desde bebes, sendo quase como melhores amigos.
‒ O que está fazendo? ‒ Perguntou Alex
‒ Jogando videogame, mas está chato!
‒ Eu já passei dessa fase, deixa eu te ajudar.
Os dois jogaram por um bom tempo até enjoarem.
‒ Ei, vamos brincar no quintal? Descobri um novo poder! ‒ Disse Gustavo entusiasmado.
‒ Eu também! ‒ Respondeu Alex. ‒ Mas minha mãe me proibiu de usa-los.
‒ Vai vamos! É só a gente lutar fraquinho!
‒ Eu quebrei seu braço da ultima vez.
‒ Ah, nem doeu, quando se pode resfriar instantaneamente partes do corpo, lesões não são problema.
‒ Não sei, minha mãe vai ficar mais brava do que já ta...
‒ Eu falo com ela se ela brigar com você. Vamos! Temos que treinar para sermos super-herois!
‒ Tudo bem, vamos!
Escondidos, as duas crianças saíram para o quintal e se prepararam. Assim que a lutinha começou, Gustavo colocou as mãos no chão, congelando-o. Alex que corria, escorregou, caindo de costas. Antes que pudesse levantar, Gustavo pulou por cima de Alex, fazendo uma chave de braço que não fez nem cócegas. Como se estivesse brincando com um boneco de pano; Alex puxou o braço do primo, jogando-o no chão. Assim que se abaixou sobre Gustavo para finalizar, o mesmo segurou o Braço de Alex, congelando-o. Sem força no braço para prensar o primo contra o chão, Gustavo conseguiu se esquivar facilmente e se pôs de pé.
‒ Você está pegando leve! ‒ Disse Gustavo aparentemente irritado.
‒ Você quem pediu... ‒ Respondeu Alex.
Com um pulo ágil, ele se levantou e empurrou Gustavo com o ombro. O impacto fez com que o garoto voasse ate o meio do quintal, rolando pelo chão.
‒ Cadê seu novo poder? ‒ Debochou Alex.
Assim que se levantou, Gustavo carregou um raio branco nas mãos, o que surpreendeu Alex.
‒ O que é... ‒ Tentou perguntar, mas Gustavo perdeu o controle do poder recém descoberto e disparou o raio na direção errada. Assim que tocou o chão, o raio criou estalagmites de gelo e congelou tudo ao redor, acertando inclusive Alex, que ficou preso em uma pedra de gelo.
‒ Essa não! ‒ Disse Gustavo surpreso com o próprio poder.
O garoto correu até seu primo congelado e tentou socar a pedra de gelo em que ele estava preso, mas viu que os olhos dele brilhavam em vermelho, fazendo o gelo começar a derreter e trincar. Com uma rajada ótica, Alex quebrou o gelo, mas quase acertou Gustavo, que se assustou com o poder do primo. Alex caiu no chão, com os olhos ardendo e cego temporariamente, enquanto Cynthia e Cybelle apareceram no quintal, olhando surpresas.
Antes que Cynthia pudesse ficar ainda mais brava com Alex, Gustavo se entregou como culpado, tendo convencido Alex a usar os poderes em uma brincadeira, e pedindo para a tia não castigar seu primo. Cynthia entendeu o lado de Gustavo, mas mesmo assim deu uma bronca em Alex, dizendo que não podia nem em brincadeiras podia usar seus poderes, já que podia facilmente machucar ou até matar alguém.
Antes de irem embora, Cybelle foi examinar Alex, como Cynthia havia pedido. Pediu para o sobrinho se sentar no sofá e colocou as mãos na cabeça dele. Como uma eximia vidente, Cybelle aprendeu a controlar seus poderes a um nível onde podia não só ter visões extremamente detalhadas de acontecimentos futuros, mas também prever o futuro de uma pessoa individualmente só no ato de toca-la. Porém, essa habilidade não lhe permitia ver com clareza o futuro, mas sim apenas ter sensações.
De imediato, Cybelle não sentiu nada tão terrível que pudesse preocupar Cynthia, porem sentiu uma sensação de aflição e tristeza que o garoto iria sentir em breve. Após o “exame” Cybelle pediu novamente para Alex se retirar e disse para sua irmã o que previu.
‒ Nada de ódio, frustração ou sentimento de superioridade? ‒ Perguntou Cynthia um pouco mais aliviada.
‒ Isso pode ser o que ele sente agora, mas pro futuro, não vi essas sensações. ‒ Constatou Cybelle. ‒ Porem ele vai passar por um momento muito difícil, e é bom que você esteja ao lado dele.
‒ Você sabe qual o motivo disso?
‒ Infelizmente não. Mas posso chutar que seja apenas uma decepção amorosa, o amor pode ser fatal pros garotos. ‒ Disse Cybelle divertida.
‒ Espero que esteja certa. ‒ Cynthia deu um sorriso descontraído. ‒ Se tiver uma visão sobre isso, me conte por favor.
‒ Claro. 

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2019 ⏰

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