Quase um clichê

Capítulo 2

- Sofia eu pedi para cuidar da Karina... - começou Manuela, não muito feliz com a situação - eu me preocupo com vocês e você sabe que Karina e álcool não tem um bom resultado, então porque você achou que Karina, álcool e você teria seria diferente?

- Calma Manu, eu só estava tentando me divertir também. - falei, numa tentativa falha de fazer ela parar de me olhar com aqueles olhos julgadores.

Eu não era irresponsável, ela sabia disso, mas quando se trata de festas eu confesso deixar a responsabilidade totalmente de lado. Então ela só ignorou mas não pude deixar de reparar que ela ainda estava decepcionada.

Ela saiu do quarto e pude cochilar um pouco antes de ver ela voltando com uma bandeja cheia de coisas de comer, um comprimido e um copo d'água.  Manuela é uma ótima amiga. Eu gostaria que ela se divertisse um pouco como eu, as vezes é bom agir sem pensar e sem se preocupar com as consequências.  Mas ela vai bem mais pela razão do que pela emoção e eu a admiro muito por isso, mesmo torcendo pra um dia ela sair da casinha e se divertir tanto quanto eu me divirto em festas como essa.

Depois que comi eu percebi que não havia visto Karina desde a noite anterior então resolvi perguntar por ela para a Manu que me responde quase de imediato.

- Ela está no quarto - (agora que me dei conta de que eu havia acordado no sofá da sala) - E se quer saber, ela está bem melhor que você, então coma. Ah, e esse comprimido é pra dor de cabeça.

Fiz o que ela pediu, (mas soou mais como uma ordem) depois fui tomar um banho  e voltei a dormir pela tarde toda, de noite pedimos pizza e ficamos assistindo filme, eu ia dormir na casa da Karina.

Manu já tinha ido embora quando eu e Karina começamos a maratonar Star Wars. A gente parou no 3° filme.

- Amiga, você sumiu ontem. - Falei por fim.

- Sumi nada, você que nem me procurou. - respondeu rindo de mim e eu ri também, pois era verdade. - Aliás, tenho uma coisa pra contar pra você, já contei pra Manu quando você estava dormindo.  - Ela me analisa um pouco e quando vê que tem toda minha atenção, continua. - Ontem eu estava com um garoto - é, eu lembrava disso. - eu só fiquei com ele na festa, na verdade estamos ficando a um tempo e ele me pediu em namoro, acho que vou aceitar. O nome dele é Guilherme. - eu não fico surpresa, pois Karina sempre foi namoradeira, em todos esses anos de amizade (pelo menos desde a 5° série) eu quase nunca a vi solteira.

- Ah, droga. Vai abandonar as friends novamente. - faço cara de decepcionada mas depois dou risada da minha péssima atuação.  - Fico feliz por você, mas só aprovo depois de conhecer o indivíduo.  - ela da uma gargalhada gostosa e não pude deixar de sorrir.

- Não se preocupe com isso querida Sofi, essa semana mesmo você irá conhece-lo.

Acho que ela gostava mesmo dele, nunca fez questão de apresentar seus namorados, ou talvez seja porque ela sempre namorou pessoas próximas de nós mas na nossa roda de amigos não tem ninguém com o nome de Guilherme, então é um pouco diferente.

Depois de conversarmos, fiquei passando o tempo no Instagram e vi que tinha uma mensagem no direct.

-Direct-

Pietro Gimenez:
"Oi princesa"

Sofia Augsten (vulgo eu):
"An.. oi?"

Sai do dd. Eu odeio caras que chegam dando apelidinhos. Porém resolvi dar uma olhada no perfil dele e percebi que era o mesmo garoto que conversou comigo na noite da festa. O gato alto dos olhos verdes e cabelos escuros, na mesma hora vejo mais uma mensagem dele e decido mudar a regra de odiar quem da apelidinhos e me apresso em responder.

-Direct-

Pietro Gimenez:
"Você deveria tomar mais cuidado ao cumprimentar as pessoas em uma festa, ainda mais no estado em que estava haha"